fundo

Quando aceitamos o que recebemos, vivemos melhor. Quando as adversidades nos ensinam a nadar, atravessamos o mar. Quando as barreiras dizem que não podemos e não somos capazes, podemos nos redobrar de forças e vencer os obstáculos .

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mestre Divino



Neste teu Natal, redemos gratidão e apreço ante a estrada libertadora que teu Evangelho nos proporciona.

A avalanche de dor e de aflições que campeia à nossa volta nos faz meditar o quanto somos insensíveis, inaptos e limitados diante de tuas lições de amor. Confessamo-nos frágeis e vulneráveis, no entanto sabemos que teus ensinos são o alimento e a força que nos ensejam bom ânimo e disposição nas tarefas de renovação e crescimento espiritual de que tanto necessitamos.

Identificamos nossa falta de entendimento e pobreza espiritual em face da grandeza de tuas palavras – fonte inesgotável de suprimento amoroso.

Senhor Jesus!

Neste teu natalício, precisamos mais tempo à reflexão e analisar mais profundamente teus preceitos sobre o amor, para percebermos a diferença entre o “amor real” e o “romantismo infantilizado” que criamos em torno de um suposto sentimento de afeto, construção ingênua onde impera a fantasia do par amoroso, em que duas pessoas se completam, nada mais lhes faltando.

As criaturas que dão excessivo valor às formas e às aparências dificilmente amam com intensidade. Existe uma proporção inversa na mente ardente e insaciável: quanto mais desejos satisfeitos, menos satisfação surgirá no coração, porque incessantemente aparecerão outros desejos solicitantes.

A crença de que “não há nada mais fácil do que amar” tem sido nosso grande equívoco a respeito do amor. Mesmo que as evidências provem o contrário, a grande maioria continua cultivando essa crença inadequada, sem compreender que amar exige dedicação, aprendizagem e análise reflexiva com as pessoas com as quais cultiva trato de afeto. A propósito, estamos vivendo neste planeta com uma principal finalidade: o aprendizado do amor.

Amigo excelso!

Vemos a problemática do amor na Terra, sobretudo como uma “necessidade de ser amado”, em vez da “necessidade de aprender a amar”. Nascemos com a capacidade de amar, mas ainda não possuímos a habilidade amorosa.

Fortalece em nós, Senhor, os propósitos de seguir-te os passos pelas veredas da vida plena e sustenta nossas almas na realização das obras interiores, para que consigamos edificar em definitivo o reino dos céus em nossa intimidade.

Permite-nos regozijarmo-nos pelas bênçãos de estar contigo neste teu aniversário, na alegria de refletir e de aprender cada vez mais o teu maior mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de tudo o teu espírito, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus, 22:37



Hammed

Por: Francisco do Espírito Santo Neto

Livro: Lucidez - A Luz que Acende na Alma


O leite puro


Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas revelações novas:
- A idéia do Reino de Deus, em nossas vidas, é realmente sublime; todavia, como iniciar-me nela? Temos ouvido as pregações à beira do lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão… Eu desejaria ser fiel a semelhantes princípios, mas sinto-me presa a velhas normas. Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos meus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.
A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.
Para isso – comentou Pedro – é, indispensável a boa vontade.
- Com a fé em Nosso Pai Celestial – aventurou a esposa de Simão -, atravessaremos os tropeços mais duros.
Em todos os presentes transparecia ansiosa expectativa quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio:
- Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa?
- É a criação de cabras – redargüiu a interpelada, curiosa.
- Como procedes para conservar o leite inalterado e puro no benefício doméstico?
- Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado. Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais delicados.
Jesus sorriu e explanou:
- Assim é a revelação celeste no coração humano. Se não purificarmos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, se confunde com as sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher.
O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho. Do serviço renovador da alma restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do Reino de Deus.
O Mestre, afagou os cabelos da senhora que o interpelara e concluiu, generoso:
- O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta. Não te esqueças desta verdade simples e clara da Natureza.

Fonte: extraído do livro “Jesus no Lar”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Neio Lúcio.

“Paulo e Estevão” –



 Uma belíssima lição de serviço ao Cristo

As igrejas amornecidas da atualidade e os falsos desejos dos crentes, nos diversos setores do Cristianismo, justificam as nossas intenções. Em toda parte há tendências à ociosidade do espírito e manifestações de menor esforço. Muitos discípulos disputam as prerrogativas de Estado, enquanto outros, distanciados voluntariamente do trabalho justo, suplicam a proteção sobrenatural do Céu.

Templos e devotos entregam-se, gostosamente, às situações acomodatícias, preferindo as dominações e regalos de ordem material.

Observando esse panorama sentimental é útil recordarmos a figura inesquecível do Apóstolo generoso. Muitos comentaram a vida de Paulo; mas, quando não lhe atribuíram certos títulos de favor, gratuitos do Céu, apresentaram-no como um fanático de coração ressequido. Para uns, ele foi um santo por predestinação, a quem Jesus apareceu, numa operação mecânica da graça; para outros, foi um espírito arbitrário, absorvente e ríspido, inclinado a combater os companheiros, com vaidade quase cruel. Não nos deteremos nessa posição extremista. Queremos recordar que Paulo recebeu a dádiva santa da visão gloriosa do Mestre, às portas de Damasco, mas não podemos esquecer a declaração de Jesus relativa ao sofrimento que o aguardava, por amor ao seu nome.

Certo é que o inolvidável tecelão trazia o seu ministério divino; mas, quem estará no mundo sem um ministério de Deus? Muita gente dirá que desconhece a própria tarefa, que é insciente a tal respeito, mas nós poderemos responder que, além da ignorância, há desatenção e muito capricho pernicioso. Os mais exigentes advertirão que Paulo recebeu um apelo direto; mas, na verdade, todos os homens menos rudes têm a sua convocação pessoal ao serviço do Cristo. As formas podem variar, mas a essência ao apelo é sempre a mesma. O convite ao ministério chega, às vezes, de maneira sutil, inesperadamente; a maioria, porém, resiste ao chamado generoso do Senhor. Ora, Jesus não é um mestre de violências e se a figura de Paulo avulta muito mais aos nossos olhos, é que ele ouviu, negou-se a si mesmo, arrependeu-se, tomou a cruz e seguiu o Cristo até ao fim de suas tarefas materiais. Entre perseguições, enfermidades, apodos, zombarias, desilusões, deserções, pedradas, açoites e encarceramentos, Paulo de Tarso foi um homem intrépido e sincero, caminhando entre as sombras do mundo, ao encontro do Mestre que se fizera ouvir nas encruzilhadas da sua vida. Foi muito mais que um predestinado, foi um realizador que trabalhou diariamente para a luz. O Mestre chama-o, da sua esfera de claridades imortais. Paulo tateia na treva das experiências humanas e responde: — Senhor, que queres que eu faça? Entre ele e Jesus havia um abismo, que o Apóstolo soube transpor em decênios de luta redentora e constante. Demonstrá-lo, para o exame do quanto nos compete em trabalho próprio, a fim de ir ao encontro de Jesus, é o nosso objetivo. Outra finalidade deste esforço humilde é reconhecer que o Apóstolo não poderia chegar a essa possibilidade, em ação isolada no mundo. Sem Estevão, não teríamos Paulo de Tarso.

O grande mártir do Cristianismo nascente alcançou influência muito mais vasta na experiência paulina, do que poderíamos imaginar tão-só pelos textos conhecidos nos estudos terrestres. A vida de ambos está entrelaçada com misteriosa beleza. A contribuição de Estevão e de outras personagens desta história real vem confirmar a necessidade e a universalidade da lei de cooperação. E, para verificar a amplitude desse conceito, recordemos que Jesus, cuja misericórdia e poder abrangiam tudo, procurou a companhia de doze auxiliares, a fins de empreender a renovação do mundo. Aliás, sem cooperação, não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o Universo.

Desde já, vejo os críticos consultando textos e combinando versículos para trazerem à tona os erros do nosso tentame singelo. Aos bem-intencionados agradecemos sinceramente, por conhecer a nossa expressão de criatura falível, declarando que este livro modesto foi grafado por um Espírito para os que vivam em espírito; e ao pedantismo dogmático, ou literário, de todos os tempos, recorremos ao próprio Evangelho para repetir que, se a letra mata, o espírito vivifica. Oferecendo, pois, este humilde trabalho aos nossos irmãos da Terra, formulamos votos para que o exemplo do Grande Convertido se faça mais claro em nossos corações, a fim de que cada discípulo possa entender quanto lhe compete trabalhar e sofrer, por amor a Jesus-Cristo.



Chico Xavier, ditado pelo espírito Emmanuel



Soberano Singular



Durante milênios Ele foi aguardado. Falava-se de um soberano poderoso, governador das estrelas. Um Ser, cujo poder abalaria o mundo.
Os homens O idealizaram coberto de riquezas, rodeado de servos. Imaginaram que Seu nascimento seria noticiado a todos os poderosos da Terra.
Que haveria sons de trombetas e anúncios bombásticos. Então, Ele chegou. Aguardou um dia em que a cidade regurgitava de estrangeiros e todas as mentes estavam voltadas para as questões das suas próprias existências.
Buscou um lugar mais afastado, longe do burburinho das gentes. Um estábulo.
Entre o feno foi-Lhe preparado um improvisado berço. E Ele veio à luz, tendo como testemunhas silenciosas um boi e um burro.
Animais que simbolizam o trabalho e a submissão.
Escolheu por pai um carpinteiro, um homem de índole pacífica e rija têmpera. Por mãe, uma jovem mulher, portadora de peregrinas virtudes e invulgar sabedoria.
Como arautos de Sua chegada teve um coro de vozes celestiais segredando a almas simples, no campo, as notícias alvissareiras: chegara o Rei.
E os pastores, deixando suas ovelhas, foram procurar o menino envolto em panos, conforme lhes falara o celeste mensageiro.
Um nascimento na noite/madrugada. Um menino que dividiria a História da Humanidade, que conquistaria o reino mais difícil de ser encontrado: o coração da criatura humana.
Na fragilidade em que Se exilou, de forma temporária, pacientemente aguardou que o tempo Lhe fosse propício à semeadura para a qual viera.
Quando o tempo se fez, deixou o lar paterno e foi amealhar Seus seguidores. A nenhum prometeu valores amoedados ou projeção pessoal.
Ao contrário, falou de abnegação, de perseverança e dedicação. Alertou que nada deviam esperar do mundo porque Ele próprio não era detentor de uma pedra sequer para repousar Sua cabeça.
Alertou do trabalho incansável a que Ele Se devotava, da mesma forma que o Pai que está nos Céus.
Disse das aflições e das perseguições que padeceriam, simplesmente por segui-lO e divulgar a Sua mensagem.
Veio para servir, jamais desejando para Si qualquer honraria ou deferência.
Encontrou o coração dilacerado de uma mãe viúva, conduzindo o corpo do filho ao túmulo e o restituiu ao materno carinho.
Estendeu convite a um jovem rico de ambições, a uma mulher equivocada, a um cobrador de impostos, a uma vendedora de ilusões.
Consolou os aflitos corações das mulheres que por Ele derramavam lágrimas, no caminho do Calvário.
Entregou-Se em sacrifício, sem nenhuma nota dissonante, e dignificou a morte, aceitando-a em preces ao Pai.
Na data em que Seu nascimento é lembrado, entre cânticos de ventura e mimosas trocas de presentes, nossos corações se erguem, em preces, louvando-Lhe a Celeste presença.
E, com sempre inusitada alegria, reunimos a família em torno da mesa, visitamos os amigos, abraçamos os colegas.
Tudo em nome e em homenagem a um menino, Celeste Menino, vindo das estrelas ao nosso ainda pobre e sofrido planeta de provas e expiações.
Rei solar. Rei dos céus. Pastor das almas. Mestre e Senhor. Nosso Senhor Jesus.


Quem era Esse Homem?



Quem era Esse Homem? Desceu das estrelas e aninhou-Se no seio de uma jovem mulher, a fim de vir à luz.
Teve por pai um carpinteiro e com ele aprendeu o ofício, embora Suas mãos já tivessem amoldado substâncias celestes, formando o próprio planeta em que veio habitar.
Habituado à harmonia celeste, deixou que o vento cantasse melodias em Sua cabeleira e que as areias lhe fustigassem a face.
Amou Sua mãe com devoção. Logo iniciado Seu messianato, retornou ao lar para vê-la e a acompanhou às bodas a que fora convidada.
Obedeceu-lhe ao pedido e ofertou aos convivas o líquido especial para os despertar para a realidade.
Em agonia, recordou de a entregar aos cuidados de um jovem idealista, preocupando-Se com o que lhe poderia suceder, após a Sua partida.
Quem era Esse Homem? Andou por estradas poeirentas, campos cultivados, às margens de um lago, lecionando o amor.
Viveu em uma época de desmandos, de corrupção dos costumes, de licenciosidades.
No entanto, manteve-Se íntegro, embora movimentando-Se entre pessoas consideradas de má conduta.
Estendeu Suas bênçãos aos pobres deserdados da sorte tanto quanto aos detentores de poder econômico e certa supremacia social, a uns e outros ofertando das Suas luzes.
Líder de um grupo que elegeu para assumir a preciosa missão de dar continuidade à Sua proposta, os incentivou a que deixassem fluir as suas qualidades interiores.
Vós sois deuses! – Afirmou. E podeis fazer tudo o que faço e muito mais.
Ensinou que todos os homens são herdeiros do Universo infinito, imensurável. Todos filhos do mesmo Pai, embora vivendo sob tetos diversos, em terras distantes uns dos outros e falando línguas estranhas.
Quem era Esse Homem a quem os Espíritos obedeciam e se rendiam? Senhor dos Espíritos - O chamavam.
Quem era Esse Homem que fazia cessar as dores, devolvia movimentos a corpos paralisados, a vista aos cegos e a palavra aos mudos?
Quem era Esse Homem que, em menos de três anos, revolucionou o mundo do pensamento sem nada ter escrito? Que reuniu ao seu redor, nada menos de cinco centenas de trabalhadores para darem continuidade ao Seu legado?
Que, ao partir, deixou semeadura tão grande que até hoje, transcorridos mais de dois mil anos, ainda não se esgotou?
Quem era Esse Homem, tão grande que não coube na História, dividindo-a entre antes e depois dEle?
Diziam que Ele era o filho de um carpinteiro de nome José e de uma mulher chamada Maria.
Nascido em Belém, viveu exilado no Egito. Depois, cresceu em Nazaré e morreu na capital religiosa da época, Jerusalém. terra dos profetas.
Quem era Esse Homem?
* * *
Um dia, um raio de luz deixou a amplidão dos céus e veio viver entre os homens.
Mais brilhante que o sol, escondeu Seu brilho nos trajos de simples carpinteiro.
Ele era luz. Veio para as sombras e as sombras tentaram empanar-Lhe o brilho.
Destruíram a ânfora onde se aninhava a luz. Então, liberta, ela brilhou ainda mais intensamente e, até hoje, enche o infinito das nossas necessidades.
Seu nome é. . . Jesus.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Amor Insuperável



Ele veio à luz numa noite quase fria e para aquecê-lO, serviram-se os pais de palhas e feno, destinadas aos animais do local onde se abrigavam.
Teve Sua vida ameaçada, desde os meses primeiros, por quem temia se ver destituído do trono das vaidades.
Vagou por terras estrangeiras, retornando à cidade de Seus pais, para crescer em graça e vitalidade.
O clima político era de intranquilidade. O povo a que pertencia era escravo de nação arbitrária e dominadora.
O governo estava centrado no acúmulo das riquezas e na manutenção do poder pela força, desde que lhe faleciam razões outras.
Toda vez que lhe mencionariam o nome, ao longo dos séculos que viriam empós, seria lembrado como Aquele que viera de cidade das menos expressivas de Sua nação.
Seu pai não detinha projeção social. Era carpinteiro e cedo, Suas mãos longas e finas passaram a modelar a madeira.
Quando o tempo se fez próprio, fez-Se conhecer dos homens, servindo-Se de frases ditas muitos séculos antes de Sua vinda.
Frases de conhecimento popular, repetidas de geração a geração, em cânticos de esperança.
Mas aqueles mesmos para quem viera, não O reconheceram. Esperavam alguém cheio de pompa e Ele fez-Se pequeno, para amar e servir aos homens.
Acusaram-nO de crime de sacrilégio porque ousou afirmar a Sua filiação Divina, desvelando-nos o Pai de todos nós.
Chamou os que O seguiam de amigos, patenteando que a amizade é dos mais puros sentimentos.
Afirmou que Se ofereceria em holocausto, no momento oportuno e que, pelos Seus amigos, daria a própria vida.
Lecionou a alegria, fazendo-Se presente em momentos de importância da vida de parentes e pessoas que desejavam com Ele partilhar o pão, a mesa, a amizade.
Abençoou com Sua presença um casamento, assinalando a importância da família.
Chamou a Si os pequenos, afirmando da importância do período infantil e, educador excepcional, disse das graves responsabilidades de se bem conduzir essa quadra da vida.
Esteve com os jovens e, idealista, convidou-os para O seguirem, a fim de que tivessem a sua juventude abençoada pelo amor imperecível.
Fez da natureza Seu templo e Sua escola, chamando a atenção dos que O ouviam para as coisas pequeninas.
O grão de mostarda, a figueira improdutiva, a sega no momento apropriado, a periodicidade das estações, uma folha de árvore.
Ensinou a nobreza no sacrifício por amor à verdade. Com Seu sangue regou o ânimo dos que Se lhe tornariam seguidores, no transcorrer dos evos.
Retornando do país do Além, Ele que fora abandonado, traído, apresentou-Se para consolar os amigos.
Atestou a Imortalidade com a Sua presença, permitindo-Se tocar, apalpar.
Conhecedor das necessidades humanas mais primárias, não Se pejou em preparar, na praia, o fogo, oferecendo aos amigos pescadores, o alimento, em Seu retorno das lides.
Foi filho amoroso, amigo incondicional, servidor da Humanidade.
Nada exigiu. Exemplificou a perfeição e, num convite veemente, estabeleceu que quem O desejasse imitar, bastava tomar de Sua cruz e segui-lO.
O que Ele fazia, todos podiam realizar.
Não prometeu recursos amoedados ou situações de privilégio. Ele era o Modelo e Guia, sem sequer possuir uma pedra para repousar a cabeça.
Não era excepcional, afirmava. Filho do Pai Excelso, comungando de Sua vontade, revelou-nos a nossa filiação Divina.
E no Seu testamento de amor afirmou que somos os herdeiros das estrelas, os senhores dos astros, viajores do Universo.
Chamam-no Nazareno, Amigo Celeste, Galileu, filho de Deus.
Não importa. Ele é Jesus, o amor insuperável. Nosso Mestre, Amigo, Irmão.



sábado, 17 de dezembro de 2011

Fidelidade a Jesus



Houve, em tempos passados, uma localidade denominada Sebastes. Situava-se entre a Judeia e a Síria. Foi ali que quarenta legionários da Décima Segunda legião romana deram sua vida por amor à verdade.
Presos por professarem o Cristianismo, os quarenta jovens marcharam saindo da cidade, escoltados por outros tantos soldados.
À frente se desenhava o lago de águas tristes e frias. O sol se afundava na direção do poente e o vento soprava gelado.
Os tambores soavam, ditando o ritmo da marcha. E os prisioneiros foram entrando no lago. Um passo, dois, três, dez, vinte. Os pés foram agitando a água e eles entrando mais e mais. Só ficaram as cabeças descobertas fora d’água.
Os superiores haviam lhes decretado uma terrível forma de morrer. Ali parados, impassíveis e silenciosos, iriam morrer enregelados.
As luzes do crepúsculo se envolveram num manto dourado e se retiraram, deixando que a noite se apresentasse com seu cortejo de estrelas.
Ao redor do lago, nas margens, familiares e amigos oravam silenciosos. E silenciosos permaneciam os jovens dentro d’água.
Então, em nome de César, falou um oficial. Eles eram jovens e, levando em conta a sua inexperiência, seriam perdoados se jurassem fidelidade aos deuses protetores do Império.
Era tudo muito simples. Bastaria queimar algumas ervas, perante o improvisado altar a Júpiter Olímpico, na outra margem.
Dentro do lago, nem um mínimo movimento. O ar foi se fazendo mais frio e uma névoa começou a se erguer das águas.
Os guardas acendiam fogueiras nas margens, batiam as mãos, andavam para se aquecer. Mas os quarenta legionários permaneciam imóveis.
Então, eles começaram a cantar e mais forte do que o vento, o hino se ergueu como um grito vitorioso.
Era como uma cascata de esperanças feita de fé, ternura e renúncia.
Um a um, no transcorrer das horas, aquelas chamas foram se apagando na Terra, para tremeluzirem na Espiritualidade.
Quando nasceu o dia, somente um vivia. Um guarda se aproximou de uma mulher e lhe disse que seu filho vivia. Como ele vivera até então, teria sua vida poupada. Que ela o retirasse das águas e, em nome dele, oferecesse sacrifício aos deuses romanos.
Nunca. Foi a resposta dela. Se ele consciente não o fez, como poderia me aproveitar da sua agonia para traí-lo?
Firmemente, avançou para as águas e ali esteve com o filho até que o coração dele parasse de bater. Depois, apertando-o firmemente nos braços, tomou o seu corpo e o veio depositar aos pés do oficial da guarda.
* * *
Há mais de dois mil anos, na Judeia, um homem amou e morreu por muito amar. A maravilhosa fé que soube despertar teve o poder de modificar vidas.
A Sua voz convidava para viver a verdadeira vida, a vida que se desdobra para além da morte.
Dentre os Seus ensinos, lembramos: Quem perseverar até o fim, este será salvo.
Quem crer em mim, mesmo morto viverá.
A Sua mensagem atravessou os séculos e permanece viva até hoje, estabelecendo diretrizes seguras aos Seus seguidores.
A Sua é a mensagem do amor, da fé, da fidelidade até o fim.

Amor Apenas Terrestre





Amor apenas terrestre
Carrega dupla feição;
Uma parece cordeiro,
Outra parece leão.

Ambas formam na pessoa
Um todo, conforme sinto;
Vejo o cordeiro no afeto
E noto o leão no instinto.

A vida une as criaturas
Nos passos do dia-a-dia;
Logo após criam-se grupos
Nos laços da simpatia.

Afinidade surgindo,
A amizade vem depois
E aparecem, comumente,
Ligações de dois a dois.

Quando o par se enxerga preso
A cativante feitiço,
O casamento é o socorro
Para proveito e serviço.

Mas quando a fera triunfa,
Largando o cordeiro ao chão,
Quem não queira compromisso,
Fuja logo do leão.



Seguindo Juntos, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos


 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Medicamento eficaz





Quem visse aquele homem adquirindo tantos brinquedos, logo pensaria: Nossa! Ele deve ter muitos filhos e sobrinhos.

Contudo, o cardiologista do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, não tem filhos.

Há mais de uma década, ele repete o mesmo ritual. Ao longo do ano, vai comprando centenas de brinquedos e os estoca num dos quartos do seu apartamento, em Copacabana. São bolas, petecas, carrinhos e bonecas.

Na semana que antecede o Natal, ele retira todos os brinquedos do quarto, separa-os por sexo e faixa etária e os coloca em grandes sacos vermelhos.

Então, com a ajuda de enfermeiras e residentes do hospital, ele distribui os presentes entre as crianças internadas.

Não custa nada você tirar alguns dias do ano para distribuir alegria e calor humano entre os pacientes de um hospital, comenta ele.

Naturalmente, dedicando-se a promover essas alegrias, há treze anos, ele tem histórias muito interessantes para contar.

Histórias de vidas enriquecidas por seus gestos de desprendimento e dedicação, além do dever.

Em uma de suas entregas, por exemplo, um menino, vítima de atropelamento, ao receber a visita do médico, muito bem disfarçado, disse que tinha um sonho.

Desejava ganhar um carrinho de controle remoto. Por uma dessas coincidências que só Deus sabe e que nós costumamos dizer que sempre acontece em filmes natalinos, doutor Edy lembrou que tinha, entre tantos presentes, um carrinho de controle remoto.

A alegria da criança foi tamanha que, conta o cardiologista, se ele não estivesse engessado, teria saído pulando pela enfermaria.

Depois de tantos anos dedicados à medicina, doutor Edy se atreve a afirmar que os medicamentos respondem somente por vinte por cento do tratamento.

Os outros oitenta por cento dependem do atendimento caloroso e humanizado que os médicos oferecem ao paciente.


Um certo médico extraordinário, que andou pela Terra, há mais de dois mil anos, já recomendara o amor e a alegria como terapia de excelência para todos os seres humanos.

Alegrai-vos, recomendava. Amai-vos, como Eu vos amei.

Esse médico galileu, formado na universidade do amor, sabia que o ser humano necessita de amor e alegria.

O amor lhe sustenta a vida e não há quem dele possa prescindir.

A alegria é nota harmônica, igualmente imprescindível para a sinfonia da vida.

Por isso, espalhemos amor onde nos encontremos, sorrindo, abraçando, acolhendo os nossos amados, enquanto aprendemos a amar aos que nos cruzem o caminho.

Também sejamos portadores de alegrias a quem lida com a tragédia e a dor, todos os dias: bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros, atendentes.

E, neste Natal, em nome de um Celeste Menino, espalhemos a alegria da nossa gratidão em suas vidas, em gratidão por nossas próprias vidas.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Quem Mais Tem



Meus filhos.

Deus nos inspire sempre.

Estudemos o ensinamento de Jesus: “A quem mais tem, mais se dará.”

Vejamos:

Mais caridade – mais bêncão.
Mais tolerância – mais compreensão.
Mais esperança – mais fé.
Mais esforço – mais experiência.
Mais paciência – mais realização.
Mais obediência – mais liberdade.
Mais estudo – mais discernimento.
Mais gentileza – mais cooperação.
Mais fraternidade – mais alegria.
Mais abnegação – mais luz.
Mais sacrifício – mais conquista.
Mais desprendimento – mais posse espiritual.
Mais atenção – mais respeito.
Mais serenidade – mais visão.
Mais utilidade – mais auxílio.
Mais boa vontade – mais triunfo.
Mais resignação – mais entendimento.
Mais conhecimento – mais responsabilidade.
Mais correção – mais encargos.
Mais vigilância – mais acerto.
Mais perdão – mais apoio.
Mais disciplina – mais eficiência.
Mais humildade – mais força.

Em suma, é imperioso reconhecer que quanto mais serviço ao próximo – mais vizinhança do Cristo, e quanto mais trabalho – mais crédito.

Observemos, assim, que onde se encontre a criatura humana, em marcha ascendente para a vida superior, surgem problemas e problemas.

E para que venhamos alcançar as devidas soluções será necessário trabalhar e trabalhar cada vez mais.


Espírito Batuira - Do livro: Mais Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.





segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ser livre



Ser livre
Ser livre é poder dormir em paz com a nossa consciência...
Ser livre é poder traçar caminhos que nos levam ao conhecimento...
Ser livre é poder caminhar pelas pedras e mesmo assim não nos machucarmos...
Ser livre é poder expressar nossos sentimentos e ter a certeza de que estes
não vão fazer nenhum mal a quem quer que seja...
Ser livre é poder sentir no fundo de nossa alma o que realmente somos,
criaturas livres mas em aprendizado da vida...
Ser livre é poder assumir nossos erros e nos responsabilizarmos por eles,
na certeza da nossa modificação...
Ser livre é poder olhar para nós mesmos e nos avaliarmos todos os dias
e vermos o que podemos melhorar em nós...
Ser livre é poder doarmos de nós um pouco do que sabemos ao nosso próximo...
Ser livre é poder olhar-se diariamente e ver que está na escola da vida
para reformar-se nos defeitos mais íntimos...
Ser livre é poder expressar todo nosso carinho
e amor àqueles que necessitam de nós...
Ser livre é poder a cada dia plantarmos em nosso coração mais benevolência
para com as faltas do outro, porque também somos falíveis...
Ser livre é poder libertar-se dos julgamentos que nos levam a muitos enganos.
Portanto, seja livre e utilize-se desta liberdade para crescer e evoluir,
através do conhecimento e das oportunidades que a vida
nos dá de ajudarmos uns aos outros.

 

A arte da auto-aceitação



Auto-conhecimento, Reforma Íntima


Aceitar nossa realidade tal qual é representa um ato benéfico em nossa vida. Aceitação traz paz e lucidez mental, o que nos permite visualizar o ponto principal da partida e realizar satisfatoriamente nossa transformação interior.

Só conseguimos modificar aquilo que admitimos e que vemos claramente em nós mesmos, isto é, se nos imaginarmos outra pessoa, vivendo em outro ambiente, não teremos um bom contato com o presente e, consequentemente, não depararemos com a realidade.

A atitude de aceitação é quase sempre característica dos adultos serenos, firmes e equilibrados, à qual se soma estímulo que possuem de senso de justiça, pois enxergam a vida através do prisma da eternidade. Esses indivíduos retêm um considerável “coeficiente evolutivo”, do qual se deduz que já possuem um potencial de aceitação, porquanto aprenderam a respeitar os mecanismos da vida, acumulando pacificamente as experiências necessárias a seu amadurecimento e desenvolvimento espiritual.

Auto-aceitação é aceitar o que somos e como somos. Não a confundamos como uma “rendição conformada”, e que nada mais importa. De fato, acontece que, ao aceitar-nos, inicia-se o fim da nossa rivalidade com nós mesmos. A partir disso, ficamos do lado da nossa realidade em vez de combatê-la.

Diz o texto: “O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira nova de “encarar” as circunstâncias da vida, para que a “força do progresso” encontre espaços e não mais limites na alma até então restrita, pois a “vida terrestre” nada mais é do que o relacionar-se consigo mesmo e com os outros no contexto social em que se vive.

Aceitar-se é ouvir calmamente as sugestões do mundo, prestando atenção nos “donos da verdade” e admitindo o modo de ser dos outros, mas permanecer respeitando a nós mesmos, sendo o que realmente somos e fazendo o que achamos adequado para nós próprios.

Em vista disso, concluímos que aceitação não é adaptar-se a um modo conformista e triste de como tudo vem acontecendo, nem suportar e permitir qualquer tipo de desrespeito ou abuso à nossa pessoa; antes, é ter a habilidade necessária para admitir realidades, avaliar acontecimentos e promover mudanças, solucionando assim os conflitos existenciais. E sempre caminhar com autonomia para poder atingir os objetivos pretendidos.



Fonte: extraído do livro “Renovando Atitudes”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito de Hammed. Editora Boa Nova. 



 

Melhor sofrer no bem



Amadurecimento, Reforma Íntima


“Porque melhor é que padeçais fazendo o bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal”. – Pedro. (I Pedro, 3:17.)



Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.

Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.

Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.

Recheando o estômago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.

Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?

Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?

Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.

A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.



Fonte: extraído do livro “Pão Nosso”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel.

Federação Espírita Brasileira.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sabedoria



A saúde é o resultado de nossos atos e também de nossos pensamentos.

Convites da vida


Sem percebermos, a vida nos oferece convites sem cessar, em todos os aspectos, nas mais variadas situações.
São os planos Divinos, que arquitetam lições para nosso aprendizado.
Seja nas pequenas coisas do cotidiano, seja nas grandes decisões da vida, estaremos, não raro, sob os convites da vida, que estará a aguardar nossas decisões.
O bem avaliar de cada um desses convites será decisório em nosso caminhar, em nosso aprendizado.
Dessa forma, faz-se necessário avaliarmos com cuidado e maturidade cada uma das oportunidades que nos surge, cada situação que nos ocorre porque elas serão, sempre, os convites que teremos a analisar.
Não raro, alguns de nós, nas lides profissionais, somos convidados à desonestidade, à ilegalidade.
São convites à corrupção, ao suborno, às práticas ilícitas, quando lesamos a empresa que nos honra o salário ou a instituição governamental que representamos.
Assim, o policial rodoviário, quando convidado pelo motorista desonesto ao suborno, poderá aceitar ou não o dinheiro ilícito. É convite que a vida lhe oferece.
Haverá também o fiscal desse ou daquele órgão instituído, que poderá trocar suas obrigações funcionais pelo dinheiro fácil. São outros convites que a vida oportuniza.
Algumas vezes, na vida em sociedade, somos convidados à mentira e à falta de honradez nas relações pessoais.
Então, aquele que nos tem por amigo, na confiança da relação, deixa de contar conosco porque, por conveniência pessoal, traímos o sentimento.
Na vida familiar os convites nos surgem, no sentido de priorizar as coisas do mundo às coisas do coração.
Será quando, por questões financeiras, abrimos mão de relações afetuosas e de relacionamentos familiares felizes, por um desentendimento na partilha de uma herança ou na consumação de uma dívida.
Por isso, será sempre oportuno que fiquemos atentos a respeito dos convites da vida que estamos aceitando.
Quando o convite chega para que sejamos desonestos, é momento importante que a vida oportuniza para demonstrarmos a honestidade como valor da alma.
Se o convite se concretiza na oportunidade de priorizar o dinheiro às amizades e relações familiares, é a chance que a vida oferece, para que optemos pelos valores do coração, preterindo os monetários.

Há convites perturbadores em toda parte, conclamando-nos ao desequilíbrio. Porém, se já conseguimos percebê-los, na intimidade da alma, poderemos bem conduzir o nosso proceder.
O bem ou o mau caminhar de nossas vidas será sempre o reflexo de nossas opções, dos caminhos que decidimos percorrer.
Assim, avaliemos como temos respondido aos convites da vida para que, mais tarde, não tenhamos o remorso e o arrependimento como companheiros das nossas desditas, fruto das opções que fizemos ao longo do nosso caminhar.
  Cap. 9, do livro Momentos de felicidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A bondade


Só de ler a palavra Bondade já apazigua o coração que sangra nas intempéries
do dia a dia, já nos lembra algo de bom,como um remédio que instantâneamente
sana a dor que fere o corpo físico já tão sofrido.
Bondade, implantada no homem desde o princípio de sua criação, assim como o amor,
pois a bondade nada mais é que uma das raízes que brotam desta palavra,
que fez tremer as nações quando Jesus a pronunciou, bondade é apenas uma
de suas flores, e crescerá em nós a todo instante conforme a vontade de acertar,
de ajudar o outro despretenciosamente, apenas por amor, fazendo assim brotar
e crescer nos momentos difíceis, de âmbito particular ou coletivo,ela,
a Bondade se fortalecerá, sabemos que até o criminoso mais vil,
nutre por alguém ou algo um amor, podemos à partir disso,
acreditar que no mundo regenerado que esta chegando,
a Bondade fará parte intrínseca da natureza humana, onde nos momentos de sombra,
a luz da Bondade virá fazer reinar um arco-íris de cores do amor,
tendo paciência com o outro, indulgência com o outro, da empatia a todo momento,
pois como colocou bem, e foi muito feliz nestas palavras, de Jesus que disse:
Amai-vos uns aos outros.

Concurso da Esperança




A vida, sem a esperança,
 perde o colorido e as suas elevadas motivações,
 porque é a esperança que concede forças para
 enfrentar os desafios e vencer as vicissitudes
 que surgem a cada passo.
 Ninguém consegue viver com alegria
 sem o concurso da esperança.
 Esperança de melhores dias.
 Esperança de realizações superiores.
 Esperança de paz.
 Esperança de fé.
 Esperança de amor.


 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Louvemos a Dor







O tempo é um calmante e um amigo, um remédio e uma Bênção.

A existência na carne é simples passagem por um túnel escuro. E a nossa felicidade nasce, não dos anos que despendemos ao atravessar o mundo, mas sim dos bens que dentro dele conseguimos improvisar.

Tudo na carne é como vemos um dia – manhã cheia de sol, crepúsculo de sombras e noite cerrada ao nosso olhar.

Felizes daqueles que acendem estrelas no firmamento do próprio coração, para que a jornada se torne menos dolorosa, no nevoeiro noturno, que precede a alvorada seguinte.

Perdoemos a vida e as criaturas pelas angústias que impuseram à nossa sensibilidade.

As mãos feridas são mais seguras que os braços habituados a dominar.

As grandes torturas são grandes bênçãos. No mundo, o nosso sentimento de personalismo não nos permite essa realidade. Mas a morte opera em nós completa reforma quando não receamos a verdade tal qual é.

Bendigamos a dor que zurziu a alma, em todos os passos do dia de ontem. Pouco a pouco, transformar-se-á o nosso sofrimento no óleo bendito que sustentará a claridade da candeia frágil de nossa experiência na Terra.

Sem a luta, dormiríamos na matéria densa, sem qualquer proveito. Deus, porém, que é o nosso Pai de Infinita Bondade, permite que a aflição os acompanhe, no mundo, na condição de abnegação instrutora e, com o decurso do tempo,a paz se converte em nossa companheira para todas as situações e problemas terrestres.

Estudemos e trabalhemos sempre mais. Seja a fé religiosa para nós um meio de ajudar a todos, para que estejamos atuando, e fato, em nome do Cristo, que tantos dons nos concedeu.

Jamais nos arrependeremos da obra que vamos levantando, no terreno do nosso próprio coração – obra de amor, entendimento, humildade e perdão.

A vida responde ao nosso esforço na mesma intensidade de nosso impulso, na criação do bem.

Esperemos a passagem dos dias.

Trabalhemos na sementeira de nossa Consoladora Doutrina, nas duas margens de nossa estrada para Jesus e guardemos a certeza de que não nos faltará o amparo do Senhor.

Chegaremos um dia à praia segura, depois da tempestade. Não será, contudo, o porto enganoso da vitória na Terra, mas o refugio doce da serenidade e da compreensão, onde nosso espírito poderá realmente repousar e preparar-se, ante o futuro que se desdobrará no amanhã.

As sementes do Evangelho, caídas de nossas mãos, um dia serão árvores robustas e preciosas, proporcionando-nos alegrias que nossa imaginação não poderá avaliar, por enquanto.

Identifiquemo-nos com serviço da Humanidade e, nesse sublime trabalho, encontraremos a força preciosa para o sacrifício abençoado que nos garantirá a sublime ascensão.




Isabel Campos - Do livro: Cartas do Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos


 

Tudo é Relativo


"Meus irmãos, qual é o proveito se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?"
Tiago, 2:14
 A linguagem empregada para iniciados é bem diferente da que é empregada a profanos. Tiago fala, neste texto, para irmãos dotados de conhecimentos espirituais bastante acentuados, em se referindo à doutrina do Cristo.
O pregador do Evangelho, o escritor espiritualista, o anunciador das verdades espirituais, que usa de variados meios para isso, e deve, pelo menos, entrar na grande escola da exemplificação daquilo que expõe para os outros, senão incorrerá no velho erro: “Faça o que ensino e não faça o que faço.”
A fé desses espíritos deve estar vinculada a obras, para que não seja morta. No entanto, ante os irmãos que se iniciam na escola espiritual, não podemos exigir deles a mesma coisa que a um velho lidador com os ensinamentos do Evangelho que tem obrigação de conhecer e viver. Da mesma forma, não podemos esperar de uma criança os conhecimentos de um adulto, o discernimento de um velho, a sabedoria de um sábio ou a vida de um santo. Todo conhecimento é relativo ao tamanho espiritual de cada um; mesmo entre os sábios, há uns que sobressaem mais que os outros.
Para quem está começando na fé, a vida não exige que ele imediatamente tenha obras; deve se firmar na fé da maneira que achar conveniente, e deixar que o tempo trabalhe nele, mas nunca deixando de alimentá-la com os recursos que possui, pois essa fé, igual a todas as outras coisas, vai crescendo, vai se expandindo, e algum dia tornar-se-á grande e verdadeira, igual à dos anjos e poderá, com as bênçãos de Deus, transportar as montanhas das imperfeições, se existirem ainda no seu coração.
Tudo no mundo exterior e interior, para se expressar como realidade e com superioridade, teve antes seu início, como um “quase nada”, na vida, e foi com o tempo, com o esforço, e ajuda de Deus, que se tornou elevado, perfeito e puro, que se transmutou em verdade.
Que se dê início às boas qualidades no coração, alimentando-as como puder, e esforçando-se constantemente, que, amanhã, os esforços serão recompensados com a vitória do bem.
A relatividade é uma lei de Deus em todos os campos do saber. Somente o Criador de todas as coisas é absoluto em todos os sentidos. Todos nós adquirimos mais ou menos virtudes; nunca as conhecemos em sua totalidade, nem as vivemos na sua plenitude, porquanto todos nós somos aprendizes eternos, sempre carecendo de novos conhecimentos. Um homem caridoso ao ser comparado a um anjo, pode se dizer que ainda tem grandes coisas do malfeitor; uma mãe, com toda sua ternura para com seus filhos, com o amor mais puro pode dispor em favor dos seus rebentos, ante os espíritos puros, carrega consigo muito egoísmo, demasiadas exigências, que desnaturam o amor verdadeiro. Por aí se vê a relatividade desse sentimento, e os demais não podem deixar de obedecer às mesmas leis.
A fé sem obras é morta, assinala o apóstolo Tiago, mas essa fé, para atingir as obras, necessário se faz que a cultivemos no calor do coração, como se estivesse mesmo morta, para depois viver eternamente na sua plenitude.
Os rudimentos da fé, como de todas as virtudes, não podem ser desprezados, senão, nunca mais adquirimos os definitivos. Também poderíamos, no fulgor filosófico, declarar que uma árvore que não desse madeira para as construções, que não fornecesse os elementos necessários para medicamentos, ou frutos, seria inválida, senão morta; todavia, a tenra plantinha, se bem cuidada, poderá ser verdadeira árvore, no futuro, ofertando todas essas qualidades exigidas e muito mais, dependendo do nosso interesse em ajudá-la a crescer.
Assim também é o ser humano, em todas as suas faculdades: na fé, no amor e na sabedoria, essas qualidades verdadeiras, não se expressam de uma vez com um passe de mágica: dependem de tempo e maturidade, necessitando do esforço próprio e do ambiente para crescerem e prosperarem. E para que isso aconteça, é indispensável a tolerância dos que já adquiriram as virtudes evangélicas, a compreensão dos homens de fé, o incentivo dos espíritos que já entenderam o amor e a amizade permanente dos seres, que já conquistaram a verdadeira sabedoria, sem o que, atrofiaremos nos caminhos, bem antes de dar nascimento ao bem mai puro em nós, e eis que se assim acontecesse, seria falta de caridade, de amor e de sabedoria daqueles que estivessem representando o Evangelho na Terra, na expressão luminosa da exemplificação.
A fé sem obras não tem sentido para os iniciados nas verdades eternas; no entanto, a fé cega representa o germe da fé verdadeira, que mais tarde terá poder de transportar, não somente montanhas, como oferecer-nos-á meios de salvarmos a nós mesmos.
Não desprezemos nada que tenha os rudimentos do bem; procuremos cultivá-los, que o futuro há de nos premiar. Não nos esqueçamos de que Tiago falava para os iniciados na verdade da fé:
Meus irmãos, qual é o proveito se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé  irá salvá-lo?

Miramez
Por João Nunes Maia
Livro: O Mestre dos Mestres

 

sábado, 3 de dezembro de 2011

O Carinho


As dádivas feitas com carinho dobram de valor.” (Textos Hindus)

“O carinho é responsável por nove-décimos de qualquer felicidade sólida e durável existente em nossas vidas.” (C. S. Lewis)

“O amor se torna favorável pelo carinho, não pela autoridade.” (Publílio Siro)

“As feridas da alma são curadas com carinho, atenção e paz.”
(Machado de Assis)

“Muito freqüentemente, nós subestimamos o poder do carinho, de um sorriso, uma palavra amável, um ombro amigo, dar ouvidos, um elogio honesto, ou o menor ato de dedicação, pois todos têm o poder de transformar uma vida.”
(Leo Buscaglia)

“Você me faz acreditar que nada exite sem amor, que você veio para mostrar o meu caminho. Você traz uma paixão que eu nunca pude descobrir. Mostrou que um coração não vive sem carinho.” (Autor desconhecido)

“Para fugir dos espinhos deste mundo enganador, eu penso nos teus carinhos e sonho com teu amor.” (Autor desconhecido)

“Sorrir por nada é ficar triste sem motivos, sentir-se só no meio da multidão, é o ciúme sem sentido, a necessidade de um sorriso, o desejo de um carinho; é abraçar com certeza e beijar com vontade, é passear com a felicidade, é ser feliz de verdade…” (Autor desconhecido)

“Na nossa vida devemos dar carinho e amor para aquelas pessoas especiais, Tais como você que é a pessoa mais especial minha vida.”
(Autor desconhecido)

“Que o sussurrar do vento te leve um beijo carinhoso e eterno e me deixe em seus pensamentos para que a distância não apague em ti minha existência.” (Autor desconhecido)

“Cada um recebe de acordo com o que dá. Se você der ódios e indiferenças, há de recebê-los de volta. Mas se der atenção e carinho, há de ver-se cercado de afeto e amor.” (Autor desconhecido)

“Carinho é o óleo que lubrifica as engrenagens da vida.”
(Autor desconhecido)

“O carinho edifica alicerces da casa, a fim de que, mais tarde, as provas necessárias da vida possam chegar.” (Autor desconhecido)

“Porque receberam de Deus este dom e são filhos da sua especial predileção, os jovens são alvo dos ataques mais apaixonados do mal. Por isso precisamos ter um carinho dobrado pelos nossos jovens, tanto pelo perigo que correm, como pelo bem que trazem consigo.” (Padre Dehon)


 

Crescer Espiritualmente




Há muitos modos e horários para orar, mas o mais importante é que não negligenciemos a oração. Evitemos o grave erro de apenas nos lembrarmos de orar quando a situação não estiver boa.



A oração não serve para fazer com que Deus se lembre de nós, pois ele nunca se esquece, mas para fazer com que nos aproximemos DEle. E dessa forma compreendemos porque a oração deve ser constante em nossas vidas. Deus está a apenas uma prece de distância – não é maravilhoso?





Chave nº 2: Perdão



Todos nós temos alguém que precisamos perdoar. Todos nós necessitamos de perdão. O perdão é a chave para seguirmos em frente com nossas vidas e não cair na armadilha da culpa ou do ressentimento. O perdão é o remédio divino para nos livrarmos do que é ruim e continuar seguindo em paz. Quer ser uma pessoa totalmente nova em 2009? Comece o processo com perdão.





Chave nº 3: Auto-análise diária



A auto-análise diária é uma ferramenta poderosa para nos tornarmos melhores Cristãos. Antes de dormir, olhemos para nossas ações do dia e pensemos honestamente a respeito delas. Se tivéssemos outra chance, agiríamos diferentemente? Nossas ações refletiram respeito pelas leis de Deus? Em que áreas e como podemos melhorar?





Chave nº 4: Ação em benefício alheio



“Fora da caridade não há salvação”, disse Kardec. Conhecendo as dores e dificuldades dos outros aprendemos a ser mais compreensivos, a perdoar de verdade, a ser mais tolerantes. Além disso, o trabalho em prol dos outros é, sem dúvida, uma das mais belas formas de oração. 




 

Maledicência: mal a ser imediatamente combatido em nós



Maledicência: mal a ser imediatamente combatido em nós

“Maledicência é o ato de falar mal das pessoas. (…) É mais terrível do que uma agressão física. Muito mais do que o corpo, fere a dignidade humana, conspurca reputações, destrói existências.”
 Richard Simonetti

Falar mal dos outros, prática comumente considerada “inocente”, é atividade altamente perniciosa, pode facilmente transformar-se em hábito e deve ser combatida imediatamente ao constatarmos que ela faz parte de nosso cotidiano.
 




“Se a maledicência visita o seu caminho, use o silêncio antes que a lama revolvida se transforme em tóxicos letais.”
André Luiz

Não importa se os outros são nossos conhecidos ou não; se estão longe ou perto; se agiram correta ou incorretamente: simplesmente não devemos alimentar nossas conversações com assuntos que somente dizem respeito à vida alheia. Se não for o caso de prestar algum auxílio, para nada de útil tal conversação servirá e ainda poderá ser fonte de muitos males.


“Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.”
Emmanuel

Ao falarmos mal dos outros, abrimos as nossas mentes para que elas se tornem um campo de futilidade, covardia e maldade, cada vez mais desenvolvidas, atraindo, assim, as companhias espirituais – e encarnadas - pertinentes.


“Lábios envenenados pelo fel da maledicência não conseguem sorrir com verdadeira alegria. [...]
Olhos empoeirados pela indiscrição não vêem as paisagens reconfortantes do mundo. [...]
Mente prisioneira no mal não amealha recursos para reter o bem.
Coração incapaz de sentir a fraternidade pura não se ajusta ao ritmo da esperança e da fé.
Liberte a você de semelhantes flagelos.
Leis indefectíveis de amor e justiça superintendem todos os fenômenos do Universo e superinzam as reações de cada espírito.
Assim, pois, no trabalho da própria renovação, a criatura não pode desprezar nenhuma das suas manifestações pessoais, sem o que dificilmente marchará para a Vanguarda de Luz.”
Emmanuel

Além de desrespeitar o dever primordial da caridade, essa atividade ainda demonstra que nosso tempo está sendo pessimamente empregado: afinal, ter tempo para falar mal dos outros significa ter tempo livre em excesso, que poderia ser empregado em atividades que edificassem o Bem.


“Se nos empenhamos em delitos de maledicência e calúnia, atravessamos [no retorno à pátria espiritual] vastos períodos de surdez ou mudez, precedidas ou seguidas por distonias correlatas.”
Emmanuel

Precisamos policiar-nos e corrigir-nos. E como podemos fazê-lo? Vigiando nossos pensamentos, para que consigamos cortar esse mal pela raiz, e ocupando nossas mentes e nosso tempo com trabalho útil e pensamentos elevados, em sintonia com o Alto. Não importa há quanto tempo labutamos no mal ou quantas vezes caímos e erramos: com força de vontade e esforço, a qualquer momento poderemos transformar nossos comportamentos e nossas vidas para melhor.

Não percamos tempo, então: comecemos agora mesmo, não tocando em assuntos que não nos dizem respeito e recusando-nos a dar continuidade a conversações permeadas de maledicência, gentilmente sugerindo uma mudança de tópico para a conversa. É fundamental, também, que guardemos paciência, tolerância e perdão para com aqueles que ainda não descobriram o poder tóxico da maledicência e continuam permitindo-se praticá-la.

Com a consciência de que há um determinado defeito em nós, surge a responsabilidade de atuarmos para corrigi-lo, dentro do melhor que pudermos fazer. Essas pequenas corrigendas devem obrigatoriamente ser efetuadas com urgência nas vidas de todos aqueles que desejam trilhar o caminho do bem e tornarem-se, um dia, verdadeiros cristãos.



“O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem”.

Jesus (Mateus 15: 11)




“Espinho cruel a ferir indistintamente é a palavra de quem acusa; cáustico e corrosivo é o verbo na boca de quem relaciona defeitos; veneno perigoso é a expressão condenatória a vibrar nos lábios de quem malsina; lama pútrida, trescalando fétido, é a vibração sonora no aparelho vocal de quem censura; borralho escuro, ocultando a verdade, é a maledicência destrutiva.

A maledicência é cultura de inutilidade em solo apodrecido.

Maldizer significa destruir.

A verdade é como claro sol. A maledicência é nuvem escura. No entanto, é invariável a vitória da luz sobre a treva.

O maledicente é atormentado que se debate nas lavas da própria inferioridade. Tem a visão tomada e tudo vê através das pesadas lentes que carrega.

A palavra malsinante nasce discreta, muitas vezes, para incendiar-se perigosa, logo mais, culminando na calúnia devastadora.

Não há desejo de ajudar quando se censura. Ninguém ajuda condenando.

Não há socorro se, a pretexto de auxílio, se exibem as feridas alheias à indiferença de quem escuta.

Quanto possível, extingue esse monstro da paz alheia e da tua serenidade, que tenta dominar-te a vida.

Caridade é bênção sublime a desdobrar-se em silencioso socorro.

Volta as armas da tua oração e vigilância contra a praga da maledicência aparentemente ingênua, mas que destrói toda a região por onde prolifera.

Recusa a taça venenosa que a observação da impiedade coloca à tua frente.

Desculpa o erro dos outros.

É muito mais fácil informar-se erradamente do que atingir-se o fulcro da observação exata.

As aparências não expressam realidades.

A forma oculta o conteúdo. Ninguém pode julgar pelo exterior.

Quando vier a tentação de acusar e apontar defeitos, lembra-te das próprias necessidades e limitações e, fazendo todo o bem possível ao teu alcance, avança na firme resolução de amar, e despertarás, além das sombras da carne por onde segues, num roteiro abençoado onde os corações felizes e livres buscam a Vida Verdadeira.”

Joanna de Ângelis







Na Desesperança




"Ocasiões existem em que a inspiração se vai.

Em que toda a vida vos parece sem sentido, em que todo o esforço se vos afigura inútil. Em que derramais, sobre as cores da existência, a negra tinta da desesperança.

Como se as nuvens de chuva pudessem apagar as estrelas, e não apenas ocultar temporariamente o seu esplendor.

Como se as angústias de uma noite durassem para sempre, e não fugissem aos primeiros raios do sol.

Como se a Tristeza e a Felicidade não alternassem as visitas que fazem aos vossos corações.


E, entretanto, assim tem sido desde o início dos tempos.
Porque, assim como o aço é forjado entre  o calor e o frio, é entre o sofrimento e a alegria que o vosso verdadeiro Eu atinge a plenitude.

Por que, então, insistis em abrigar a desesperança?

Não sabeis, acaso, que vossas agruras de hoje em breve irão juntar-se às muitas que hoje não passam de lembranças?

Por que sofrer pelo passado de amanhã?

Aprendei a valorizar os vossos momentos de tristeza, como desfrutais dos instantes de alegria.

E quando a bruma do desânimo buscar tolher-vos a visão buscai as forças necessárias para que possais descortinar as montanhas das vossas esperanças.

Pois àquele que olha sempre para o céu, nada significa a lama do caminho; que apenas lhe pode respingar os pés, mas jamais  impedir-lhe a caminhada.

Nunca, jamais, deveis desanimar.

Pois a tristeza é passageira como a alegria.

E, se ambas existem, é para que possais abrir os olhos que, um dia, vos permitirão enxergar a vida como ela é, e não como imaginais que seja.

Os olhos do vosso verdadeiro Eu."