fundo

Quando aceitamos o que recebemos, vivemos melhor. Quando as adversidades nos ensinam a nadar, atravessamos o mar. Quando as barreiras dizem que não podemos e não somos capazes, podemos nos redobrar de forças e vencer os obstáculos .

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Refazendo Forças





Existe um elixir da Longa Vida? Eis aí uma pergunta que vem sendo feita através dos séculos, a todas as escolas do saber. É o homem procurando retardar a morte e permanecer mais tempo na Terra. Isso nos leva a indagar: o que o homem iria fazer em uma vida mais longa na carne? Se, mesmo sabendo que o seu período de permanência na matéria é relativamente curto, ele não procura aproveitar o tempo com vantagem para a sua evolução, como ele usaria esses anos suplementares? Se ele insistir em viver contrariamente às leis naturais, entregando-se aos vícios, não só ao fumo, à bebida e aos tóxicos, mas, também, aos maus hábitos da linguagem, do pensamento e da escrita, jamais encontrará a fórmula tão desejada. No universo reina a harmonia. Sendo o corpo um microuniverso, é necessário que ele viva em harmonia com a natureza. Nós vivemos cercados por um turbilhão de informações negativas, bastante assimiláveis pelas criaturas. Para que possamos fazer uma seleção dessas informações, nós devemos procurar nos aproximar da perfeição, aprendendo a suportar a convivência com pessoas que não pensam como nós; devemos nos acostumar ao uso do perdão, desenvolvendo o amor, não somente em relação àqueles que nos amam: é preciso abandonar a gleba do egoísmo e da sua usura e cultivar o uso das forças que devem ser usadas para o Bem e que, desvairadamente, desviamos para alimentar nossas inferioridades. É indispensáveis que aprendamos a renovar as forças em um manancial que fica bem pertinho da nossa mente: o coração. Esta região dos sentimentos ainda é uma grande desconhecida para a humanidade. Eis porque Allan Kardec, sob a inspiração do Alto, fala em Educar e Instruir, duas forças poderosas que, sendo esquecidas, nos trarão problemas sem conta. O homem sem educação enfrentará sérios problemas de relacionamento, além de sofrer as conseqüências dos seus próprios atos, e aquele sem instrução, não será capaz de vencer bem, nos caminhos que percorre. Seguidas estas diretrizes, surgirá a iluminação interior, que dá condições às criaturas para serem felizes. Para tanto, haveremos de descarregar o nosso fardo para torná-lo leve e suavizar o jugo. Como poderá nascer o sol interior na criatura que carrega um carma sufocante, se ela não se esforçar para diluir as nuvens da inferioridade que obscurecem os raios da luz espiritual? As águas barrentas da inferioridade surgem da fonte que está dentro de ti mesmo; limpa essa fonte e os efeitos desaparecerão. Só se começa a entender isso com a chegada da maturidade. O tempo é o grande mestre que ensina no silencio as mais profundas lições. Há escolas iniciáticas que ensinam os discípulos a ficarem alegres com tudo, a aceitarem todas as situações, para viverem em paz. Mas a coisa não é bem assim: encontramos alienados mentais que permanecem rindo a vida inteira, sem que seus distúrbios melhorem. Até o sorriso exige uma certa arte. A aceitação não deixa por menos; a verdade tem seu lugar e a palavra requer o timbre adequado ao lugar e à hora. Não podes desaprovar uma investida de assuntos inconvenientes, sorrindo. O bom senso deve ser a força predominante, onde quer que estejamos. Maturidade, eis o ingrediente básico para a felicidade.

Lancellin Por João Nunes Maia Livro: Iniciação - Viagem

Renova-te sempre, pois cada experiência deixa o valor que lhe corresponde



“Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, dia-a-dia.” – Paulo. (Coríntios, 4:16.)

Cada dia tem a sua lição.
Cada experiência deixa o valor que lhe corresponde.
Cada problema obedece a determinado objetivo.
Há criaturas que, torturadas por temores contraproducentes, proclamam a inconformação que as possui à frente da enfermidade ou da pobreza, da desilusão ou da velhice.
Não faltam, no quadro da luta cotidiana, os que fogem espetacularmente dos deveres que lhes cabem, procurando, na desistência do bom combate e no gradual acordo com a morte, a paz que não podem encontrar.
Lembra-te de que as civilizações se sucedem no mundo, há milhares de anos, e que os homens, por mais felizes e por mais poderosos, foram constrangidos à perda do veículo de carne para acerto de contas morais com a eternidade.
Ainda que a prova te pareça invencível ou que a dor te afigure insuperável, não te retires da posição de lidador, em que a Providência Divina te colocou.
Recorda que amanhã o dia voltará ao teu campo de trabalho.
Permanece firme, no teu setor de serviço, educando o pensamento na aceitação da Vontade de Deus.
A moléstia pode ser uma intimação transitória e salutar da Justiça Celeste.
A escassez de recursos terrestres é sempre um obstáculo educativo.
O desapontamento recebido com fervorosa coragem é trabalho de seleção do Senhor, em nosso benefício.
A senectude do corpo físico é fixação de sabedoria para felicidade eterna.
Sê otimista e diligente no bem, entre a confiança e a alegria, porque, enquanto o envoltório de carne se corrompe pouco a pouco, a alma imperecível se renova, de momento a momento, para a vida imortal.

Fonte: extraído do livro “Fonte Viva”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel.
Federação Espírita Brasileira.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Entre a fé e a confiança



A confiança constitui uma virtude imprescindível à vida humana equilibrada e proveitosa.
Ela possui vários desdobramentos.
Aproxima-se da fé em Deus, em Sua sabedoria e em Sua justiça.
Alicerçado nesse sentimento, o homem encontra forças para vencer os desafios que se apresentam em seu caminho.
Ele não se sente vítima de acasos ou azares.
Entende que sua vida segue uma fecunda programação de aprendizado e aperfeiçoamento.
Nesse contexto, as dificuldades representam oportunidades benditas.
Mediante elas, reajusta-se com o passado e habilita-se para o futuro.
A vida atual é uma ponte entre duas realidades.
O ontem, com os equívocos próprios de uma época de aprendizado.
O futuro, rico de promessas de alegria e sublimação.
Mas a confiança também se refere à ciência das próprias possibilidades.
Ela deriva da fé na Sabedoria Divina.
Se Deus consentiu com dada experiência no viver de uma criatura, é porque ela pode dar conta.
Não se fala, obviamente, das desgraças que o homem semeia no próprio caminho.
Mas do que surge inelutável, malgrado a conduta reta e equilibrada.
O homem, a par de uma forte fé em Deus, necessita confiar nas próprias forças.
Ciente de seu destino sublime, ele precisa acreditar que consegue lidar com seus problemas.
Não é uma vítima indefesa ou um fraco.
É um Espírito imortal, rico de experiências e de potenciais.
Ciente de que pode, incumbe-lhe encontrar os meios.
Diante de dificuldades, ao ser humano não é lícito assumir a postura de derrotado.
Também não é digno transferir o peso do próprio fardo a terceiros.
Cada qual tem as suas tarefas.
O amparo mútuo é possível e louvável.
Mas jamais se pode impor ao semelhante que arque com o peso da vida alheia.
Urge estudar, trabalhar, refletir e orar.
Com a alma asserenada pela certeza de que pode vencer, agir com firmeza para isso.
Quem não acredita em si mesmo é um derrotado de antemão.
Mesmo que lute um pouco, não logra superar eventuais derrotas.
Já o crente nas próprias forças, ainda que caia, logo se levanta.
Assim, sem confiança, o homem nada faz de relevante.
Porque tudo o que possui importância não surge e nem se realiza de forma rápida.
Sempre é necessário esforço, treino e paciência.
Sem a certeza de que é possível, falta coragem para trilhar as etapas necessárias à realização final.
Se o sucesso não se dá imediatamente, as forças falecem.
Ciente disso, desenvolva confiança em si mesmo.
Analise detidamente seus recursos e invista neles.
O resultado do esforço sério e metódico haverá de surpreendê-lo.




 

A Ciência Incha - (Aprendendo Com As Epístolas)




A ciência incha, mas o amor edi...fica." - Paulo, (Coríntios, 8:1)

Evidentemente, Paulo não quis desprezar o esforço humano na busca do conhecimento.
Muitos Espíritos encarnados, contudo, se voltam, apenas, para objetivos de ordem intelectual, de cujas aquisições fazem motivo de orgulho.
Empavonando-se e julgando-se superiores aos outros mortais.
Por isso, Paulo diz que "a ciência incha, mas o amor edifica."
A caridade se expressa com humildade; a caridade consola, conforta, ampara e constrói não só as grandes realizações humanas, visíveis e tangíveis, como também, e sobretudo, as numerosas e ininterruptas edificações no recôndito da alma.
É necessário, entretanto, cultivar os dois aspectos da personalidade, sabendo que, em nível superior, o Espírito precisa dos dois segmentos em perfeito equilíbrio: o saber e o amor.


A águia de asas partidas



Ele possuía muitas riquezas. Tinha as arcas abarrotadas de ouro e gemas preciosas.
A juventude lhe sorria e os amigos sempre se faziam presentes nos banquetes.
Habituara-se a dormir em seu leito de ébano e marfim. Dormir e sonhar.
Em seus sonhos, misturava-se a realidade das tantas vitórias que lhe enriqueciam os dias. E um desejo de paz que ainda não fruía.
Ele amava as corridas de bigas e quadrigas. Recentemente comprara cavalos árabes, fogosos. E escravos o haviam adestrado durante dias.
Tudo apontava para a vitória nas próximas corridas no porto de Cesareia.
Mas os momentos de tristeza se faziam constantes.
A felicidade não era total. Faltava algo. Ao mesmo tempo, ele temia perder a felicidade que desfrutava.
Por isso, ouvindo falar daquele Homem singular que andava pelas estradas da Galileia, o procurou.
Bom mestre, que bem devo praticar para alcançar a vida eterna?
Desejava saber. Como desejava. A resposta veio sonora e clara:
Por que me chamas bom? Bom somente o Pai o é. À tua pergunta, respondo: “Cumpre os mandamentos, isto é, não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás teu pai e tua mãe.”
Tudo isso tenho observado em minha mocidade. No entanto, sinto que não me basta. Surdas inquietações me atormentam. Labaredas de ansiedade me consomem. Falta-me algo!
Então – propõe-lhe a Luz – vende tudo quanto tens, reparte-o entre os pobres. Vem, e segue-Me!
A ordem, a meiguice daquele Homem ecoava em seu Espírito. Ele era uma águia que desejava alcançar as alturas. E o Rabi lhe dizia como utilizar as asas para voar mais alto.
Pela mente em turbilhão do jovem, passam as cenas das glórias que conquistaria. Os amigos confiavam nele.
Tantos esperavam a sua vitória. Israel seria honrada com seu triunfo.
Sim, ele podia renunciar aos bens de família, mas ao tesouro da juventude, às riquezas da vaidade atendida, os caprichos sustentados...?
Seria necessário renunciar a tudo?
A águia desejava voar mas as asas estavam partidas...
Recorda-se o jovem que os amigos o esperam na cidade para um banquete previamente agendado. Num estremecimento, se ergue:
Não posso! – Murmura. Não posso agora. Perdoa-me.
E afastou-se a passos largos. Subindo a encosta, na curva do caminho, ele se deteve. Olhou para trás. Vacilou ainda uma vez.
A figura do Mestre se desenha na paisagem, aos raios do luar. A Luz parece chamá-lo uma vez mais.
Indecisa, a alma do moço parece um pêndulo oscilante. A águia ainda tenta alçar o voo. O peso do mundo a retém no solo.
Ele se decide. Com passos rápidos, quase a correr, desaparece na noite.
Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas narram o episódio e dizem de como o jovem se retirou triste e pesaroso.
Nem poderia ser diferente: fora-lhe dada a oportunidade de se precipitar no oceano do amor e ele preferira as areias vãs do mundo.

O Divino Amigo nos chama, diariamente, para a conquista do reino de paz.
Alguns ainda somos como o moço rico. Deixamos para mais tarde, presos que ainda estamos a muitas questões e vaidades pessoais.
É bom analisar o que vale mais: a alegria efêmera do mundo ou a felicidade perene que tanto anelamos. Depois, é só optar.
. O mancebo rico, do livro Primícias do Reino, do Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Sabedoria


ORAÇÃO DIANTE DO TEMPO

 


Senhor Jesus!
 Diante do calendário que se renova, deixa que nos ajoelhemos para implorar-te compaixão.
 Tu que Eras antes que fôssemos, que nos tutelastes, em nome do Criador, na noite insondável das origens, não desvies de nós Teu olhar, para que não venhamos a perder o adubo do sangue e das lágrimas, oriundos das civilizações que morreram sob o guante da violência!...
 Determinaste que o Tempo, à feição de ministro silencioso de tua justiça, nos seguisse todos os passos...
 E, com os séculos, carregamos o pedregulho da ilusão, dele extraindo o ouro da experiência.
 Do berço para o túmulo e do túmulo para o berço, temos sido senhores e escravos, ricos e pobres, fidalgos e plebeus.
 Entretanto, em todas as posições, temos vivido em fuga constante da verdade, à caça de triunfo e dominação para o nosso velho egoísmo.
 Na governança, nutríamos a vaidade e a miséria.
 Na subalternidade, alentávamos o desespero e a insubmissão.
 Na fortuna, éramos orgulhosos e inúteis.
 Na carência, vivíamos intemperantes e despeitados.
 Administrando, alongávamos o crime.
 Obedecendo, atendíamos à vingança.
 Resistíamos a todos os teus apelos, em tenebrosos labirintos de opressão e delinqüência, quando vieste ensinar-nos o caminho libertador.
 Não Te limitaste a crer na glória do Pai Celeste.
 Estendeste-Lhe a incomparável bondade.
 Não Te circunscreveste à fé que renova.
 Abraçaste o amor que redime.
 Não Te detiveste entre os eleitos da virtude.
 Comungaste o ambiente das vítimas do mal, para reconduzi-las ao bem.
 Não Te ilhaste na oração pura e simples.
 Ofertaste mãos amigas às necessidades alheias.
 Não Te isolaste, junto à dignidade venerável de Salomé, a venturosa mãe dos filhos de Zebedeu.
 Acolheste a Madalena, possuída de sete gênios sombrios.
 Não consideraste tão-somente a Bartimeu, o mendigo cego.
 Consagraste generosa atenção a Zaqueu, o rico necessitado.
 Não apenas aconselhaste a fraternidade aos semelhantes.
 Praticaste-a com devotamento e carinho, da intimidade do lar ao sol meridiano da praça pública.
 Não pregaste a doutrina do perdão e da renúncia exclusivamente para os outros.
 Aceitaste a cruz do escárnio e da morte, com abnegação e humildade, a fim de que aprendêssemos a procurar contigo a divina ressurreição...

 Entretanto, ainda hoje, decorridos quase vinte séculos sobre o teu sacrifício, não temos senão lágrimas de remorso e arrependimento para fecundar o Saara de nossos corações...
 Em teu nome, discípulos infiéis que temos sido, espalhamos nuvens de discórdia e crueldade nos horizontes de toda a Terra! É por isso que o Tempo nos encontra hoje tão pobres e desventurados como ontem, por desleais ao teu Evangelho de Redenção.
 Não nos deixeis, contudo, órfãos de tua bênção...
 No oceano encapelado das provações que merecemos, a tempestade ruge em pavorosos açoites... Nosso mundo, Senhor, é uma embarcação que estala aos golpes rijos do vento. Entre as convulsões da procela que nos arrasta e o abismo que nos espreita, clamamos por teu socorro! E confiamos em que te levantarás luminoso e imaculado sobre a onda móvel e traiçoeira, aplacando a fúria dos elementos e exclamando para nós, como outrora disseste aos discípulos aterrados: – “Homens de pouca fé, porque duvidastes?”.
 Irmão X - Do livro: Cartas e Crônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As dores da alma e o frio da incompreensão


As dores da alma e o frio da incompreensão

 Aos que Sofrem, Dores da Alma


Pessoas aprenderam que devem dedicar a vida aos ideais do amor, ocupando-se dos valores da bondade e dos gestos da fraternidade. Simplesmente isso bastaria? Será que agem assim por terem adquirido uma autêntica consciência crística, ou por obedecerem a mera prescrição religiosa, fundamentada num sentimentalismo superficial? Quais são os valores que mobilizam suas atitudes íntimas? O que as impulsiona interiormente?

Criaturas fogem dos desgostos da vida buscando um ideal maior para suportarem suas dores existenciais, mas não percebem que muitas vezes estão vivendo uma fantasia. Nutrem-se do produto de uma imaginação enganosa. Mais além, quando confrontam a realidade, padecem mais intensamente com a morte das ilusões recém-cultivadas do que com o próprio sofrimento em que viviam.

O caminho do conhecimento de si mesmo amplia a mente, desenvolve a razão e proporciona uma inteligência lúcida, retirando a consciência da alienação em que vive.

Quando você faz o bem esperando recompensa e gratidão, imediatamente a ação é considerada interesseira e mercantilista. Portanto, não doe alguma coisa nem se dedique a alguém sob condições. Porventura o jasmim com sua alva cor, graça e elegância revela seu aroma inebriante pela obrigação de que lhe agradeçam por isso?

Por que você não se esforça para entender os mecanismos naturais do Universo?

A dor é, em si mesma, benéfica e tem por objetivo conduzi-lo ao equilíbrio. Se você pudesse perceber por si próprio os erros que está cometendo e corrigi-los, não haveria necessidade de atravessar rigorosas lições de sofrimento. Logo, sofrer não é castigo, é aprendizado.

A questão é que você não quer aprender, mas unicamente livrar-se dos problemas, sem esforço e de forma milagrosa. Você quer prêmios e concessões divinas na prática de ações bondosas, não equilíbrio e entendimento.

A atuação mais importante que você pode ter em benefício de si e dos outros é conhecer cada vez mais a verdade e o amor em plenitude. O autoconhecimento o aproxima amorosamente de todos os seres humanos, sem distinção de credo, raça e condição social.

As dores aparecem como último recurso a ser aplicado. Elas apenas solicitam-lhe transformação interior.

Embora a consciência exterior não esteja certificada do sofrimento, julgando-se severo e doloroso demais, a consciência íntima irá guiá-lo para o curso da evolução espiritual, a qual todos estão destinados. Aceitar isso implica um passo importantíssimo para o autodescobrimento e, como resultado quase que imediato, o alívio; e, por fim, a cura definitiva.



Fonte: extraído do livro “Conviver e Melhorar”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Lourdes Catherine. Editora Boa Nova.


Todo julgamento cruel estabelece um veredito de como trataremos a nós mesmos





“Se alguém ouvir minhas palavras e não as guardar; eu não o julgo, pois não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo”. (João, 12:47.)



Crueldade é atributo da criatura que se compraz em atormentar severamente os outros, utilizando atitudes rigorosas e inflexíveis para lidar com o mundo em seu derredor.

Toda crueldade nasce da fraqueza e da incapacidade das pessoas que não sabem relacionar-se com seu mundo interior. Isentamo-nos de responsabilidade sobre os fatos violentos, dando o nome de paixão, de honra, de ordem social, para dissimular os pontos fracos e desajustados que possuímos.

As leis religiosas do passado mantiveram a humanidade sob o jugo de uma crueldade incalculável, com a imposição do sofrimento e da mortificação, justificando-os como sendo uma das maneiras que a Divina Providência utilizava para corrigir e reparar possíveis erros do presente e do passado. O que era um absurdo, pois, na verdade, Deus é amor, misericórdia e compreensão em abundância.

Os que contrariavam os padrões, normas ou dogmas estabelecidos por uma doutrina ou por um grupo tinham as mãos e as línguas decepadas e o corpo marcado com ferro.

Quantos julgamentos sumários de pretensos hereges e feiticeiros acusados de crimes contra a fé! Quantos impiedosos apedrejamentos, quantas práticas perversas, quantos órgãos retalhados, quantos olhos queimados com brasa! Vastos foram os tempos do domínio pela crueldade, pelo medo e pela exploração emocional. Homens insensíveis utilizaram os mais variados métodos desumanos para manipular e controlar, de forma abominável, as pessoas em nome do bem-estar, da tradição, da religião, da família, dos bons costumes.

O castigo nunca evita o crime, somente a educação e o amor retificam as almas – eis a grande proposta da Divina Providência. No entanto, o homem, de tanto ser cruel consigo mesmo, aprendeu a projetar essa crueldade no mundo que o rodeia. De tanto se julgar de forma tirânica, aprendeu a ser déspota também com os outros.

Os “requintes de perversidade” estão introduzidos na sociedade de forma tão sutil e imperceptível que, muitas vezes, não conseguimos identificá-los de imediato.

Não existem mais fogueiras e guilhotinas, mas todos podemos nos converter em controladores e juízes da moral alheia se as circunstâncias forem propícias.

Alguns de nós usamos técnicas indiretas e passivas, consideradas elegantes e sutis, mas, no seu conteúdo profundo, são frias e brutais.

Felizmente, encontramos na Doutrina Espírita ensinamentos essenciais que nos esclarecem que todos os “estratagemas cruéis” se voltarão contra a própria fonte criadora. Todo comportamento cruel está, na realidade, estabelecendo não somente uma sentença ou um veredito, mas, ao mesmo tempo, um juízo, um valor, um peso e uma medida de como trataremos a nós mesmos.

Julgamentos impiedosos que fazemos em relação aos outros nos informam sobre tudo aquilo que temos por dentro. Em outras palavras, a “forma” e o “material”, utilizados para julgar ou condenar os outros residem dentro de nós.

O modo de ensinar de todos os grandes mestres, sempre e fundamentalmente, baseou-se no amor como método de educação das almas; por isso, Jesus não julgava, media ou sentenciava ninguém. Quem aprendeu a não condenar os outros não mais se condena.



Fonte: extraído do livro “Um Modo de Entender, uma nova forma de viver”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed. Editora Boa Nova.

O servidor negligente



 O servidor negligente
À porta de grande carpintaria, chegou um rapaz, de caixa às costas, à procura de emprego.

Parecia humilde e educado.

O diretor da instituição compareceu atencioso, para atendê-lo.

- Tem serviço com que me possa favorecer? – indagou o jovem, respeitoso, depois das saudações habituais.

- As tarefas são muitas – elucidou o chefe.

- Oh! Por favor! – tornou o interessado – meus velhos pais necessitam de amparo. Tenho batido, em vão, à porta de várias oficinas. Ninguém me socorre. Contentar-me-ei com salário reduzido e aceitarei o horário que desejar.

O diretor, muito calmo, acentuou:

- Trabalho não falta…

E, enquanto o candidato mostrava um sorriso de esperança, acrescentou:

- Traz suas ferramentas em ordem?

- Perfeitamente – respondeu o interpelado.

- Vejamo-las.

O moço abriu a caixa que trazia. Metia pena reparar-lhe os instrumentos.

A enxó se achava deformada pela ferrugem grossa. O serrote mostrava vários dentes quebrados. O martelo tinha cabo incompleto. O alicate estava francamente desconjuntado. Diversos formões não atenderiam a qualquer apelo de serviço, tal a imperfeição que apresentavam seus gumes.

Poeira espessa recobria todos os objetos.

O dirigente da oficina observou… observou… e disse desencantado:

- Para o senhor, não temos qualquer trabalho.

- Oh! Por quê? – interrogou o rapaz, em tom de súplica.

O diretor esclareceu, sem azedume:

- Se o senhor não tem cuidado com as ferramentas que lhe pertencem, como preservará nossas máquinas? Se é indiferente naquilo em que deve sentir-se honrado, chegará a ser útil aos interesses alheios? Quem não zela atentamente no “pouco” de que dispõe, não é digno de receber o “muito”. Aprenda a cuidar das coisas aparentemente sem importância. Pelas amostras, grandes negócios se realizam neste mundo e o menosprezo para consigo é indesejável mostruário de sua indiferença perniciosa. Aproveite a experiência e volte mais tarde.

Não valeram petitórios do moço necessitado.

Foi compelido a retirar-se, em grande abatimento, guardando a dura lição.

Assim também acontece no caminho comum.

Quem deseja o corpo iluminado e glorioso na espiritualidade, além da morte, cuide respeitosamente do corpo físico.

Quem aspira à companhia dos anjos, mostre boas maneiras, boas palavras e boas ações aos vizinhos.

Quem espera a colheita de alegrias no futuro, aproveite a hora presente, na sementeira do bem.

E quantos sonharem com o Céu tratem de fazer um caminho de elevação na Terra mesma.

  livro “Alvorada Cristã”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Neio Lúcio. Federação Espírita Brasileira.
 

domingo, 23 de outubro de 2011

A alegria dos outros



Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe: Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação. Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo? Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa. O que me falta, Chico? O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu: Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a “alegria dos outros”! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo... A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui. É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a “alegria dos outros”. Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas, que transitam pela Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação? Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta? Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros. Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos. Não, essa alegria dos outros,mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele. É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem. Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida. Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira. É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade. Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido: É este o caminho... Continue... Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes. Sejamos os que carreguemos o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais. E

lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.


Serviço de Caridade



Calemo-nos diante da ofensa.


Auxiliemos aos companheiros de experiência, quanto se nos faça possível.


Abstenhamo-nos de maldizer, onde não possamos auxiliar.


Evitemos ressentimento ou azedume, quando o mal nos alveje.


Busquemos a conciliação fraterna, amparando, ainda mesmo de longe, aqueles que nos firam.


Desculpemos quantas vezes se fizerem necessárias, cada dia, exercitando-nos na prática do verdadeiro perdão.


Olvidemos os caprichos do “eu” que tantas vezes nos escravizam a escuras ilusões.


Aprendamos com a vida, para sermos mais úteis.


Multipliquemos as bênçãos do serviço, no campo das horas, conscientes de que o tempo é um empréstimo inestimável da Providência Divina.


Assim procedendo, estejamos certos de que cultivaremos a caridade para com o próximo e para conosco, de vez que, corrigindo em nós aquilo que nos aborrece nos outros, seguiremos, dia a dia, nos passos de Jesus, em nosso esforço de ascensão.




Emmanuel

In: ‘Recados da vida’ - Francisco Cândido Xavier

Poder e Ilusão





Ivan era o segundo de três filhos de um burocrata medíocre em Petersburgo, na Rússia.

Formou-se com louvor no curso de Direito, mostrando-se capaz, desde cedo, e muito rígido no que dizia respeito às suas obrigações.

Fortemente atraído por pessoas que estivessem em posições mais altas do que a sua, logo adotava seus modos e pontos de vista, estabelecendo boas relações com elas.

Não tardou para que conseguisse boas colocações profissionais, em razão de sua inegável capacidade somada à influência de amigos poderosos.

Era jovem ainda quando assumiu o cargo de Magistrado de uma Província do Interior.

Sua conduta no trabalho era considerada irrepreensível, inspirando respeito e confiança naqueles que o cercavam.
Embora tratasse as pessoas com cordialidade e educação, sentia-se realmente superior a todas elas.

Agradava-lhe a ideia de que sentiam inveja da sua figura e da sua condição.

Causava-lhe alegria saber que tinha o poder de subjugar os demais e que os outros dependiam dele.

Nunca chegou a abusar de sua autoridade, ao contrário, tentava suavizar o peso dela.

No entanto, a consciência do poder de que dispunha e a possibilidade de amenizar esse efeito só aumentava o fascínio pela posição que ocupava.

Aos olhos do mundo, e de si próprio, era um homem bem-sucedido.

Os anos se passaram rapidamente e, às vezes, Ivan queixava-se de um gosto estranho na boca e uma sensação desconfortável do lado esquerdo do estômago.

No início, ninguém, nem mesmo ele, dava muita atenção a isso.

Entretanto, tal desconforto foi piorando, passando a causar-lhe uma sensação intensa de cansaço e de irritabilidade.

Depois de muito resistir à ideia, decidiu consultar um famoso médico.

Foi recebido pelo profissional com a mesma frieza e com o mesmo ar de superioridade que ele costumava utilizar no Tribunal.

Suas perguntas eram respondidas de modo pouco esclarecedor.

Apesar da atitude evasiva do médico, Ivan pôde chegar à conclusão de que sua situação não era nada boa.

Além disso, com o passar dos dias, ele concluiu que sua dificuldade não fazia a menor diferença para os demais.

Sua dor, sua angústia só atingiam realmente a ele próprio.

Subitamente ele percebeu que o poder, de que até então se orgulhava, era nada diante da situação em que se via.

Nem os tratamentos, nem os remédios utilizados lhe proporcionavam qualquer melhora.

As dores eram cada vez mais intensas e o mal-estar com grande frequência.

Sem demora Ivan deu-se conta de que estava morrendo e desesperou-se.

Afinal, de que valia todo seu prestígio, toda a sua influência e toda a sua riqueza?

De nada.

Sua dor o igualava a todos os demais homens.

Fazia com que ele percebesse como havia sido tolo durante toda a vida.

Seu poder era uma ilusão e sua superioridade, apenas uma quimera.

Todos temos tarefas a realizar e deveres a cumprir na obra do Criador.

Por isso, muitos de nós detemos facilidades e recursos materiais das mais variadas ordens, de maneira provisória.

São oportunidades de crescimento. Não significam que sejamos superiores ou melhores do que ninguém.

Cabe-nos fazer bom e devido uso desses abençoados recursos, sem distorções de finalidade, nem ilusões.

Pensemos nisso.


 base no livro A morte de Ivan Ilitch, de Léon Tolstoi

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

No Curso da Vida






- Exemplifique o bem desinteressado.
Os nossos atos demonstram a proximidade ou a distância em que vivemos da Lei Divina.

- Viva com alegria.
O presente já faz parte de nossa vida imortal.

- Pondere cada atitude.
Tanto é difícil saber fazer quanto saber não fazer.

- Evite o isolamento sistemático.
Somos peças integrantes do ambiente em que existimos.

- Entenda a função da posse efêmera.
Nem a riqueza e nem a privação expressam virtude.

- Não fuja ao começo.
A caridade corrige qualquer erro.

- Estude incansavelmente.
Alcançar novos conhecimentos é formular novas indagações.

- Cultive confiança.
Com temos não há progresso.

- Seja paciente na dor.
Crise, muitas vezes é o nome que aplicamos à transformação do mal em bem.

- Amolde-se aos padrões do Evangelho.
Na essência, o mundo atual permanece quase o mesmo da época de Jesus.



 André Luiz - Do livro: Ideal Espírita, Chico Xavier -





quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Raio de Luz




Todas as noites, antes de fazer os filhos adormecerem, um pai muito carinhoso conversava com eles, enquanto lhes afagava os cabelos anelados.

Diariamente, escolhia um assunto que encontrava no Evangelho ou em algum acontecimento do cotidiano.

Naquela noite sem luar, quando as nuvens encobriam as estrelas, ele arranjou uma forma diferente de chamar a atenção das crianças.

Colocou-as no sofá da sala e disse-lhes que não se assustassem com a escuridão. Ele apagaria todas as luzes da casa, de propósito.

E assim o fez.                                        

Deixou a casa às escuras e sentou-se no meio dos filhos que o aguardavam apreensivos.

Perguntou-lhes o que eles eram capazes de ver em meio àquele breu.

O menininho mais velho comentou que conseguia distinguir os contornos da cadeira que estava a sua frente, mas que não conseguia saber ao certo qual objeto produzia a sombra que se apresentava um pouco mais adiante.

O pai, aproveitando a oportunidade, esclareceu:

Nossos olhos acostumam-se com a ausência de luz e acabam conseguindo, com algum esforço, distinguir alguns objetos.

Porém, não é possível notar tudo quando a luz nos falta.

Alguns contornos podem enganar nossos sentidos.

Muitos detalhes passam despercebidos.

As cores deixam de ser perceptíveis.

A ausência de luz dificulta nosso caminhar porque não conseguimos notar com segurança para onde estamos indo.

Nesse momento, ele acendeu uma vela que trazia consigo.

As crianças exultaram diante da claridade que se fez na sala.

Vejam! – Convidou o pai. – Percebam como tudo parece diferente na presença da luz.

As sombras já não mais nos confundem.

Agora as formas assumem contornos mais exatos.

Como é mais fácil buscar um caminho, quando há luz a mostrar a direção correta.

Encantadas com a singela, porém, inesquecível descoberta, as crianças concordaram com o pai, enquanto o cobriam de carinhos antes de serem levados para a cama.


A maior glória da alma que deseja participar na obra de Deus será transformar-se em luz na estrada de alguém.

Registramos a luz sem nos adentrar em sua grandeza.

O raio de luz penetra a furna escura, levando a réstia de claridade que espanca as trevas.

Adentra o vale sombrio e estimula o florescer.

Atinge a gota d´água e reverte-a em um diamante multicolorido.

Visita o pântano e transforma-o em jardim, em pomar.

Viaja pelo ar, aquece vidas e as alimenta.

Beija as corolas e desata perfumes inesquecíveis.

Aninha-se no cristal e ele reverbera, embelezando-se ainda mais.
 

Não nos deixemos adoecer pelo amolentamento.

Há tantas possibilidades de darmos utilidade e beleza à vida.

Com o exemplo da luz, o Criador convida-nos a fazer o mesmo.

Desfaçamos as sombras nos corações.

Drenemos os charcos das almas.

Projetemos alegrias fomentadoras de vida naqueles que se encontram combalidos pela tristeza e pelo desalento.

Sejamos também um raio de luz, espraiando brilho e calor, beleza e harmonia, em todos os momentos, iluminando, assim, também, nossos próprios caminhos.


 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Emoções



Se você permanecer sob o domínio das emoções negativas,
será impossível realizar seus objetivos.
Tais emoções são como uma tortura que você mesmo se inflige, involuntariamente.
Elas o destroem.

Amadurecimento, Reforma Íntima


Não podes modificar o mundo na medida dos próprios anseios, mas podes mudar a ti próprio.
Aprende a ganhar simpatia, sabendo perder.
Ouvindo sempre mais e falando um tanto menos, conseguirás numerosos recursos que te favorecem a própria renovação.
Não reclames. Restaura. Nem grites. Auxilia.
Asserena-te e serve. Crê, trabalha e confia.
Não acuses ninguém. A Justiça vê tudo.
Provações aparecem? Silencia e trabalha.
Carência de recursos? Deus nos supre de forças.
Plantando a felicidade dos outros, encontraremos a nossa própria felicidade.
Procuremos a vida, descerrando nosso coração ao trabalho incessante do Bem Infinito…
Porque, na realidade, só aquele que aprende e ama, renovando-se incessantemente, consegue superar os níveis inferiores da treva, subindo, vitorioso, ao encontro da Vida Verdadeira com a eterna libertação.
Emmanuel.
  Chico Xavier.


O mais importante




Aos que Sofrem, Decepções
Provavelmente você estará atravessando longa faixa de provações em que o ânimo quase se lhe abate. Crises e problemas aparecem. Entretanto, paz e libertação, esperança e alegria dependem de sua própria atitude.

Se veio a colher ofensa ou menosprezo, você mesmo pode ser o perdão e a tolerância doando aos agressores o passaporte para o conhecimento deles próprios. Se dificuldades lhe contrariam a expectativa de auto-realização, nesse ou naquele sentido, a sua paciência lhe fará ver os pontos fracos que precisa anular, a fim de atingir a concretização dos seus planos em momento mais oportuno.

Se alguém lhe impôs decepções, o seu entendimento fraterno observará que isso é uma benção da vida, imunizando-lhe o espírito contra a aquisição de pesados e amargos compromissos futuros. Se experimenta obstáculos na própria sustentação, o seu devotamento ao trabalho lhe conferirá melhoria de competência e a melhoria de competência lhe alteará o nível de compensações e recursos.

Se você está doente, é a sua serenidade com a sua cooperação que se fará base essencial de auxílio aos médicos e companheiros que lhe promovem a cura. Se sofre a incompreensão de pessoas queridas, é a sua bondade com o seu desprendimento que se lhe transformará em arrimo para que os entes amados retornem ao seu mundo efetivo.

Evite as complicações de rebeldia e inconformidade, ódio e inveja, egoísmo e desespero que apenas engrossarão o seu somatório de angústia.

Mudanças, aflições, anseios, lutas, desilusões e conflitos sempre existiram no caminho da evolução; por isso mesmo, o mais importante não é aquilo que aconteça e sim o seu modo de reagir.

 André Luiz, Chico Xavier



 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Estás Doente???



Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro “Nosso Livro”. Lição nº 27. Página 65.

Livro “Fonte Viva”. Lição nº 86. Página 199.
 


"E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará." Tiago, 5:15.
 


Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real.
Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente.
O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração.

A mente é fonte criadora, a vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas.

De que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insubmisso?
De outras vezes, pedes o socorro de médicos humanos ou de benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade.
Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição da cólera ou do desânimo?

A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviço de elevação; contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de conseqüências imprevisíveis.

O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói.
E que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutífera, extinguindo as tuas forças?
Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens?

Por mais se apressem socorristas da Terra e do Plano Espiritual, em teu favor, devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicídio indireto.

Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a Grande Mudança.

Desapega-te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do Uso, e lembra-te de que serás, agora ou depois, reconduzido à Vida Maior, onde encontramos a própria consciência.
Foge à brutalidade.
Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal pela prática do amor fraterno.
Busca a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e pela meditação.
Não manches teu caminho.
Serve sempre.
Trabalha na extensão do bem.
Guarda lealdade ao ideal superior que te ilumina o coração e permanece convicto de que, se cultivas a oração da fé viva, em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te levantará.

Verdades Simples

 


Possuirás belo carro
 Com recursos de alto nível,
 Mas não te fará proveito
 Se não tiver combustível.

 Confortável mansão nobre
 É uma conquista dourada,
 Será, porém, pouso frio
 Sem a força na tomada.

 Andarás pelo deserto
 Com bandejas de renome,
 Sem algo que te alimente,
 Sofrerás, de certo, a fome.

 Tens um famoso relógio
 Que te sobressai no aprumo,
 Entretanto, sem ponteiros,
 Não mostrarás tempo e rumo.

 Conservas alta ciência
 A que a fama te conduz,
 Mas, sem Deus no coração,
 Seguirás sempre sem luz.
 Chico Xavier.


 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Deus escreve certo por linhas tortas


O proveito comum
Certo filósofo, mergulhado nos estudos da Revelação Divina, possuía um discípulo que nunca se conformava com a incompreensão do povo quanto às verdades celestes. Inflamava-se, de minuto a minuto, contra os maus, os ingratos ou os hipócritas, que abusavam dos elevados ensinamentos de que se via portador.
O mestre ouvia-o e guardava silêncio, até que numa linda manhã, vindo um aguaceiro rápido de estio, convidou-o para um breve passeio até o campo próximo, depois de refeita a paisagem.
Não haviam andado meio milha, quando avistaram vasta faixa de pântano; e o orientador, observando que o charco recebia a água da chuva, explicou:
- Eis que o lodaçal recolhe o líquido celeste e com ele faz imundo caldo, mas existem batráquios que se beneficiarão com segurança e eficiência, porquanto, se não chovesse, provavelmente estas águas escuras se transformariam em veneno mortal.
Depois de alguns passos, encontraram poças de enxurrada nos recôncavos de terra dura, e o mentor, analisando-as, acrescentou:
- Aqui, a fonte jorrada do firmamento é agora lama desagradável; entretanto, que seria deste chão estéril se a água divina o não visitasse? Amanhã, talvez veremos neste solo perfumada floração de lírios rústicos.
Marcharam adiante e detiveram-se na contemplação de algumas árvores nuas. A água, nos galhos ressequidos, parecia cinzenta e fétida, mas o instrutor esclareceu:
- Nestas árvores abandonadas, a bênção da chuva cristalina se fez pesada e sombria; no entanto, que lhes aconteceria se as dádivas do Alto as não beneficiassem? Possivelmente, morreriam, em breve, até as raízes. Em poucas semanas, porém, cobrir-se-ão de ramagens fartas, servindo aos lares abençoados dos passarinhos.
Logo após, espraiando o olhar pela paisagem enorme, falou ao discípulo espantado:
- Jamais censures o manancial do socorro celeste. Cada homem lhe recebe o valor no plano em que se encontra. Guardando-lhe os princípios sublimes, o criminoso se faz menos cruel, o pior se mostra menos mau, o imperfeito melhora, o infortunado encontra alívio e os bons se engrandecem para maior amplitude no serviço ao Nosso Pai. Se possuis raciocínio suficiente para discernir a realidade, não te percas em reprovações vazias. Aprende com o Supremo Senhor que ajuda sempre, de acordo com a posição e a necessidade de cada um, e distribui com todos os que te cercam os bens do Céu que já podes reter com fidelidade e o Céu te abrirá o acesso a tesouros sem-fim.

ORA E CONFIA




Se um dia te encontrares em situações tão difíceis que a vida te pareça um cárcere sem portas; sob o cerco de perseguidores aparentemente imbatíveis; sofrendo a conspiração de intrigas domésticas; na trama de processos obsessivos; no campo de moléstias consideradas irreversíveis; no laço de paixões que te conturbem a mente; debaixo de provas que te induzam à desolação e ao desânimo; sob a pressão de hábitos infelizes; em extrema penúria, sem trabalho e sem meios de sobrevivência; de alma relegada a supremo abandono; na área de problemas criados pelos entes a que mais ames; não desesperes.

Ora em Silêncio e confia em Deus, esperando pela Divina Providência, porque Deus tem estradas, onde o mundo não tem caminhos.

É por isto que a tempestade pode rugir à noite, mas não existem forças na Terra que impeçam, cada dia a chegada de novo amanhecer.


 

domingo, 9 de outubro de 2011

Diante da lei


Perante os tribunais divinos a conspurcação da mulher que malbarata os dons sublimes da vida, não é a única forma de prevaricação que reclama a bênção do reajuste.

À frente dos juízes celestes, comparecem igualmente:

Os sacerdotes que se venderam ao simonismo.

Os magistrados que perderam a boa consciência nos mercados do suborno.

Os cientistas que negociaram a riqueza inapreciável da inteligência, trocando preciosidades da vida por escuros troféus da morte.

Os generais que perverteram a ordem, permutando-a por facilidades econômicas.

Os políticos que traficam no altar da confiança do povo.

Os administradores que dilapidam os tesouros públicos na exaltação dos seus interesses particulares.

Os artistas que rebaixaram as próprias emoções, vendendo as imagens da beleza ao prazer dos sentidos, animalizando a existência, ao invés de sublimá-la.

Os trabalhadores que corromperam a paz da própria alma, enganando o tempo e a si mesmos ...

Compadeçamo-nos da mulher – nossa mãe e nossa irmã, nossa filha ou nossa companheira – que qual fonte cristalina sofreu a visitação dos monstros da natureza a lhes poluírem as águas vivas!

Há misericórdia no Céu para os vencidos que o Senhor, mais tarde, arrebatará das garras do mal que, transitoriamente, os senhoreia!

Mas, examinemos a nós próprios! Inventariemos as nossas ações de cada dia e vejamos se o nosso coração não adulterou os mandamentos de amor que nos regem!

Estaremos usando a nossa fé para o bem?

De que modo utilizamos o conhecimento superior?

Que bênçãos extraímos do sofrimento e da luta?

Como agimos no círculo das próprias responsabilidades?

De que maneira gastamos os empréstimos e as possibilidades do Senhor? Que fazemos do tempo que Deus nos concedeu?

Depois do balanço diário de nossos pensamentos, palavras e atos, pratiquemos a bondade com todos, entre a fé e o serviço incessantes e não nos faremos réus passíveis de severo julgamento à frente da Lei.
Emmanuel - Do livro: Construção do Amor, Chico Xavier


 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Deus Quer



... Deus não quer o meu progresso porquanto os meus caminhos estão interditados!

... Deus não quer a minha felicidade, já que tudo quanto me diz respeito resulta em insucesso.

... Deus não quer o meu bem-estar, porque somente sofrimentos me chegam!

... Deus não quer a minha paz, já que a luta jamais me abandona!

... Deus não quer o meu amor, pois que apenas a amargura se me faz companheira!

Estas e outras exclamações caracterizam a visão incorreta que a criatura tem em relação a Deus, especialmente quando está afetada pela revolta ou pela insatisfação.

No entanto, Deus quer o teu progresso; não aquele que se assenta na desonra e no vício;

Deus quer a tua felicidade; não, porém, feita de ilusão e de triunfo mentiroso, que logo passam;

Deus quer o teu bem-estar; todavia, na estrutura de uma vida íntima saudável, que resulta de uma depuração moral necessária;

Deus quer a tua paz legítima, após acalmados os anseios do coração e regularizados os débitos da consciência;

Deus quer o teu amor, superadas as sombras dos conflitos e as instabilidades da tua emoção.

Triunfo no mundo, é gozo que passa.

Triunfo com Deus, é harmonia que permanece.

Deus quer o melhor para ti, e, porque ainda não sabes elegê-lo, proporciona-te os meios para consegui-lo em definitivo, sem margem de o perder.