fundo

Quando aceitamos o que recebemos, vivemos melhor. Quando as adversidades nos ensinam a nadar, atravessamos o mar. Quando as barreiras dizem que não podemos e não somos capazes, podemos nos redobrar de forças e vencer os obstáculos .

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Justiça E Amor






Todos os valores da vida pedem extensão e rendimento para atenderem ao Eterno Equilíbrio nas bases do Universo.

Se o ouro reclama aplicação justa, também o conhecimento elevado exige substância e proveito.

Se o primeiro; acumulado inutilmente; gera a cobiça que detém a cabeça do avaro no desvario da posse efêmera, o segundo, guardado sem ação nas obras edificante, cria a vaidade que mergulha o coração orgulhoso nas trevas de espírito.

Não basta compreendas o estatuto que nos rege os destinos para que te harmonizes contigo mesmo.

É necessário transfundas o próprio entendimento em serviço aos semelhantes, para que a flama do cérebro se te faça luz no caminho.

Não te demorarás, estudando a ficha do irmão que sofre, aferindo-lhe os méritos e desméritos para expressares depois a bondade que teorizes.

Antes de tudo recorda que, se o próximo experimenta provação e amargura por determinação da Excelsa Justiça, a tela de angústia em que o próximo se debate se te descerra aos olhos do mundo, por determinação do Divino Amor, a fim de que exercitem a piedade e a cooperação, o socorro fraterno e a solidariedade espontânea.

Não olvides que alma alguma, enquanto na vestimenta da carne, poderá conhecer o integral conteúdo das próprias dívidas e auxilia aos outros quando puderes, embora saibas que o prodígio da redenção compulsória é plenamente impossível, de vez que amanhã chegará igualmente o teu dia de acerto maior na Contabilidade Divina.

Não desistas de ampara, através do bem, porquanto se o progresso e a felicidade na Terra solicitassem apenas a penetração no conhecimento da Lei e no simples entendimento de nossas culpas, decerto Jesus não se abalançaria a estender amorosas mãos entre os homens, suportando-nos a ignorância, os débitos e fraquezas, até o ponto de imolar-se na cruz, bastando, para isso, nos enviasse as Boas Novas de Redenção, em cartazes de propaganda, dependurados no Céu.



Espírito Emmanuel - Do livro: Confia e Segue, Médium: Francisco Cândido Xavier



 

Progredir



Não acredito que um indivíduo possa progredir espiritualmente, enquanto aqueles que o cercam estão sofrendo.
Acredito na unidade essencial do homem e também de tudo o que vive. Portanto, acredito que se um homem progride espiritualmente o mundo inteiro está progredindo com ele.
Gandhi

 

O peso do viver





Viver não é uma tarefa muito fácil.

Em todas as fases da vida os desafios se apresentam.

Na infância, há os trabalhos escolares, as tarefas cada vez mais complexas.

Na adolescência, perceber o mundo pode ser bastante doloroso.

Na juventude, deve-se optar por uma profissão e desenvolver esforços para conquistá-la.

Na época da maturidade, surgem problemas com filhos e abundam desafios profissionais.

Na velhice, o balanço do que se viveu pode causar decepção, sem falar nas forças físicas em declínio.

Permeando tudo isso, há problemas de saúde e amorosos, além de dificuldades com a família.

A vida é repleta de encontros e desencontros, de despedidas, lutas, vitórias e fracassos.

Dependendo do ângulo que se analisa, a vida pode parecer um castigo, um autêntico peso a ser suportado.

E realmente os problemas são inerentes ao viver.

Desconhece-se alguém que tenha atravessado a existência sem enfrentar dúvidas e crises.

Entretanto, viver é uma dádiva divina.

Embora a vida também envolva dores e sacrifícios, ela não se resume nisso.

Há a emoção do nascimento de um filho, a alegria de amar e ser amado, a beleza de um pôr-do-sol.

Depende de cada um escolher quais aspectos de sua existência irá valorizar.

É possível manter a mente focada na longa enfermidade que se atravessou, ou nas lições que com ela foram aprendidas.

Podem-se destacar os esforços feitos em determinada direção, ou a satisfação da vitória.

Conforme seja enfocado o aspecto positivo ou negativo das experiências, viver será algo mais ou menos leve.

Mas há outro aspecto a ser considerado a respeito das dificuldades inerentes à existência humana.

Como tudo no universo, os homens estão em constante aprimoramento.

Todos são espíritos, em jornada para a amplitude.

A existência terrena é um diminuto instante nessa maravilhosa viagem pelo infinito.

Após estagiar por longo tempo na seara do instinto, a humanidade desenvolve sua razão e ruma para a angelitude.

Para isso, necessita aprimorar sua sensibilidade, tornar-se valorosa e nobre.

As experiências com que a criatura se depara voltam-se justamente a prepará-la para seu glorioso porvir.

É preciso que os instintos gradualmente percam sua força, dando lugar às virtudes.

Assim, amar não mais como manifestação de posse, mas de forma sublime, preocupando-se em ver feliz o ser amado.

Educar a própria libido, percebendo-a como energia criativa, em harmonia com o cosmo.

Esquecer a tendência de dominar pela força, aprendendo a convencer pela lucidez dos argumentos.

Abdicar da violência, desenvolvendo a afabilidade e a doçura.

A vida chama as criaturas para um amanhã de luz, de paz e ventura.

Ocorre não ser possível cultivar um jardim em pleno charco.

Justamente por isso viver parece tão difícil.

É que os homens são constantemente convidados a abrir mão de velhos vícios.

Tanto maior seja a resistência em aprender a lição, tanto mais contundente ela será.

Assim, se você quer ser feliz, desfrutar de bem-estar, passe a remar a favor da maré.

Dome seus vícios, conscientizando-se de que eles é que o infelicitam e tornam sua existência penosa.

Ame a vida, seja honesto, trabalhador, bondoso e puro.

Em pouco tempo seu viver se tornará leve e prazeroso, pois você terá instalado um céu dentro de sua própria consciência.


 


Um Grande Homem







O que é que determina a grandeza de um homem? Pode-se dizer que grandes homens são aqueles que realizam grandes feitos.

Façanhas como a de Charles Lindenberg, que atravessou o atlântico em seu pequeno avião, num vôo solitário.

Grandes homens são os que oferecem ao mundo extraordinárias descobertas nos campos da ciência e da tecnologia. Ou os que se lançam ao espaço, arriscando a própria vida, a bordo de ônibus espaciais.

Grandes homens são os que interferem na política mundial, a bem dos povos, deixando gravados os seus nomes na memória da humanidade.

Grandes homens são os têm seus nomes retratados nos jornais, na televisão por atos de coragem ou de abnegação que tenham realizado.

Grandes homens são também os que lutam todos os dias para sustentar com dignidade a família.

São os que saem de casa antes do alvorecer para o trabalho e retornam ao cair da noite, extremamente cansados, sabendo que garantiram, com seu esforço, o pão, o agasalho, o teto à família numerosa.

São os que, após a jornada exaustiva, ainda têm tempo para se interessar pela lição escolar do filho, a aula de dança da menina e a dor de cabeça da esposa.

Grandes homens são todos os pais anônimos, diligentes e dedicados. Pais que merecem ouvir o que um garoto de quinze anos escreveu ao seu próprio pai:

Um grande homem morreu hoje. Ele não era um líder mundial, nem um médico famoso, nem um herói ou um ídolo do esporte.

Não era um magnata dos negócios e vocês nunca viram o nome dele no jornal. Mas ele foi um dos melhores homens que já conheci. Esse homem era o meu pai.

Ele nunca esteve interessado em receber créditos ou honrarias. Fazia coisas banais, como pagar as contas em dia e ser diretor da associação de pais e professores.

Ajudava os filhos com o dever de casa e levava a mulher para fazer compras nas noites de quinta-feira. Achava o máximo levar seus filhos adolescentes e os amigos deles aos jogos de futebol.

Esta é a minha primeira noite sem meu pai. Não sei o que fazer. Hoje me arrependo pelas vezes em que fui impaciente com ele, dei respostas malcriadas, ou não tomei conhecimento do que ele dizia. Mas estou agradecido por muitas outras coisas.

Estou agradecido por Deus ter me deixado ficar com meu pai por quinze anos. E fico feliz por ter podido dizer a ele o quanto o amava.

Esse homem maravilhoso morreu com um sorriso no rosto e com o coração realizado.

Ele sabia que era um grande sucesso como marido, como pai, como irmão, filho e amigo.



Grandes homens são todos os que conseguem fazer o mundo um pouco melhor graças à sua existência.

Educando uma criança ou colaborando pela sua ida à escola.

Dedicando algumas das suas horas mais preciosas aos seus amores.

Grandes homens são os que fazem a diferença na vida de alguém. São os que sabem semear o jardim das afeições com as delicadas flores da atenção e da presença, nos momentos mais marcantes ou decisivos das suas existências.
 



 

Grande Além





Nos mais estranhos lugares do mundo, todas as pessoas trazem o passaporte invisível para o Grande Além. O esquimó e o europeu, o hotentote e o americano encaminham-se, diariamente, para o mesmo fim.

Em algumas antigas regiões asiáticas, a roupa velha dos viajantes, que atravessam as fronteiras da morte, é confiada aos abutres famintos, e, nas cidades supercivilizadas dos tempos modernos, as vestes rotas dos que demandam o invisível são consumidas no forno crematório ou abandonadas à cinza do sepulcro.

Todos seguirão.

Testas coroadas deixam o trono e o cetro aos aventureiros; filósofos e sábios costumam legar tesouros aos estúpidos; legisladores e estadistas entregam suas obras aos caprichos populares; os amantes afastam-se do objeto de sua adoração, atirando-se à grande experiência. Não valem as lágrimas da dor, nem os argumentos da Ciência. Não prevalecem as invocações do sangue ou da condição. Partem os algozes e as vítimas, os bons e os maus. Sócrates, condenado à cicuta, apenas antecede os seus juízes. Dario e Alexandre, fulgurantes de armaduras, põem-se a caminho, seguidos de todos os vassalos. Nero determina o flagelo dos circos, aciona a maquinaria do martírio e da destruição, fazendo igualmente a grande viagem, através de terríveis circunstâncias.

Quem escapará?

Magos de todas as épocas intentam descobrir o vinho miraculoso da eterna mocidade do corpo físico. Desejando fugir aos imperativos: da consciência, tenta o homem esquecer os seus títulos de imortalidade espiritual, com que receberá sempre de acordo com as suas obras, procurando perpetuar o baile de máscaras, onde estima a opressão e disfarça o vício. Entretanto, por mais que sonde os segredos da Mãe Natura, descobrindo rotas aéreas e caminhos subterrâneos, não conseguirá improvisar a invulnerabilidade dos ossos com que se materializa, por tempo determinado, na Terra, atendendo a místicos desígnios da esfera superior. A enfermidade segui-la-á, de perto; se persevera no desequilíbrio, a luta vergastá-lo-á, todos os dias ; a morte espera-o, em cada esquina da precipitação ou da imprudência. As vacilações alegres da infância exigir-lhe-ão os graciosos ridículos do princípio e as dolorosas hesitações da velhice reclamarão dele os detestáveis ridículos do fim.

Há sempre, em cada existência, o período de aproveitamento, onde a criatura pode revelar-se. Alguns homens, raros embora, valem-se da ocasião para o esforço supremo da tarefa a que foram chamados a cumprir. A maioria, como deuses caídos, entrega-se às dissipações da prodigalidade, aproveitando o tempo de ser-viço em banquetes de criminosos prazeres.

Do nascente orvalhado ao poente sombrio, o Sol brilha apenas algumas horas, em cada dia do ano. Do berço risonho à sepultura tenebrosa, a vida de um homem fulgura apenas por limitado tempo, no curso da existência que é um dia da eternidade. Vieira faz alguns sermões e desaparece do cenário. Pasteur sofre pela Ciência e termina a missão que o trouxe.

Todos conhecem a verdade da morte. O índio sabe que abandonará sua tribo, como o cientista reconhece que não escapará do último dia do corpo. Todos demandarão a pátria comum, onde o criminoso encontrará o seu inferno e o santo identificará o céu que construiu com o sacrifício e a esperança. Nesse infinito país, existem vales escuros de condenados e montanhas gloriosas onde respiram os justos. Há liberdade e asfixia, luz e treva, alegria e dor, reencontro e separação, recompensa e castigo, júbilo e tormento, novas esperanças e novas desilusões. Ninguém ignora que haverá continuidade de lutas, modificação de aspectos, extinção da oportunidade; no entanto, em toda parte, pulsam rígidos corações de pedra, que reclamam irresponsabilidade e indiferença. Querem a morfina dos prazeres fáceis, com que abreviam a morte.

De quando em quando, rajadas de extermínio cruzam a atmosfera planetária, multiplicando gemidos de angústia e tentando acordar as almas adormecidas na carne. Bocas de fogo precedem o bico de corvos famulentos. Jardins transformam-se em ossuários. A realidade terrível do ódio faz cair as máscaras diplomáticas, a fim de que os agrupamentos humanos se mostrem tais quais são. Milhares de criaturas acorrem ao Grande Além, reconhecendo, mais uma vez, que o sílex e a baioneta, a catapulta e a granada são filhos da mesma ignorância primitivista, em que se mergulham voluntàriamente as criaturas da Terra, há milênios numerosos.

Continuará o seio da vida alimentando a Humanidade sobre milhões de túmulos, e escancarada permanecerá a porta da morte, esperando todos os seres.

Ninguém fugirá.

Mães e filhos, jovens e velhos, ricos e pobres estarão de partida, a qualquer momento. Todos guardam o passaporte final, com que regressam ao país de que procedem. Hóspedes temporários da carne, voltam ao lar comum, onde colherão, de acordo com a semeadura. No pórtico, entre os dois planos, movimenta-se a alfândega da Justiça, que confere asas divinas à consciência reta para os vôos do cimo resplandecente e verifica as algemas pesadas escolhidas pelos criminosos para o mergulho no precipício das sombras.

Grande Além!... Grande Além!... Onde estão na Terra os homens que te recordam? Entretanto, na fronte de todos eles permanece o sinal de teu invisível poder!




Espírito Irmão X - Do livro: Lázaro Redivivo, Médium: Francisco Cândido Xavier

 

A melhor idade do amor



Sábado, dez horas e vinte e um minutos da manhã. Chuva insistente de outono.Um casal adentra uma panificadora para tomar café.
Dois cafés com leite e três pães de queijo, por favor.
Ela parece um pouco agitada. Não tira os olhos dele.Ele parece tranquilo, dessas pessoas que já conseguem viver num tempo um pouco mais lento do que o do relógio.
A diferença de idade é gritante. Não mais de quarenta, ela. Próximo aos oitenta, ele.
Ele olha para fora pela janela entreaberta.
Ela sorri, carinhosa.
Todos os seus filhos nasceram aqui nesta cidade?
Ele pensa um pouco... - Sim, todas elas... Três filhas.
E você? Onde nasceu?– Volta a inquirir a mulher.
Eu não sou daqui. Nasci no interior... Longe da cidade.
E o que você lembra de lá?
Ah... Muitas coisas... – Responde ele, com leve sorriso.
Então, silencia. Parece fazer algum esforço para recordar de algo especial, mas logo desiste. Volta a olhar para fora, procurando a chuva fina.
Sabe... Acho que tive uma vida feliz...
Ela permanece interessada. Um interesse de primeiro encontro. Observa os cabelos brancos dele, a tez um pouco castigada, os olhos azuis.
Respira fundo. Alguém poderia dizer que é o respirar de quem está apaixonado.
Você só casou uma vez? – Pergunta ela, com certo embaraço na voz.
Sim. Tereza. Mãe de minhas meninas. Que Deus a tenha.
Ela fica um pouco emocionada e constrangida, repentinamente. Esboça um sorriso para disfarçar. Olha para a mesa. Ainda resta um pão.
Pode comer. Já estou satisfeita.
Almoçamos juntos amanhã? – Pergunta ele, ansioso por ouvir um sim.
Sim... Claro que sim. É dia de almoçarmos juntos. Você sabe que gosto muito de estar com você, de ouvir suas histórias...
Estou um pouco esquecido hoje, eu acho. Contei pouco...
Não tem problema. – Diz ela, carinhosa. -Tem dias que a gente está com a memória mais fraca mesmo.
Doutor Maurício disse que é importante ficar puxando as coisas da memória sempre. Ele diz que é como um exercício físico que fazemos para não “enferrujar”. – Conclui ele.
É verdade... – Ela suspira. – Precisamos cuidar da memória...
Novamente um longo silêncio entre os dois.
Ele volta a vislumbrar o exterior, contemplativo.
Ela nota seu rosto em detalhes, ternamente.
Fecha os olhos, por um instante, como se fizesse uma breve oração, uma rogativa sincera a uma Força Maior.
Volta a abri-los, vagarosamente, e então pergunta:
Pai...Pai... Posso pedir a conta?
Ele acena positivamente. A conta chega. Ela se levanta primeiro, vai em direção a ele, envolve-o num abraço e o ajuda a levantar.
Aquela era a rotina de todo sábado, às dez horas e vinte e um minutos da manhã, nos últimos dez meses.

Foram nossos genitores que nos proporcionaram um corpo, abençoado instrumento de trabalho para o nosso progresso, bem como um lar.
Pensando em tudo isso, louve aos seus pais. Cuide deles, agora quando estão velhos, alquebrados, frágeis ou doentes.
Faça o possível para não os atirar nos tristes quartinhos dos fundos da casa, aonde ninguém vai. Não se furte à alegria de apresentá-los aos seus amigos e às suas visitas;
Ouça o que eles tenham a dizer. Quando estejam em condições para isso, leve-os para as refeições à mesa com você. Retribua, assim, uma parcela pequena do muito recebido por seus genitores anos atrás.
 livro Ações corajosas para viver em paz,cap. 7, pelo Espírito Benedita da Silva,
psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter


Dor é Coragem








Na Terra todos temos inimigos. Todos, sem exceção. Até Jesus os teve. Mas isso não é importante. Importante é não ser inimigo de ninguém, tendo dentro da alma a dúlcida presença do incomparável Rabi, compreendendo que o nosso sentido psicológico é o de amar indefinidamente.

Estamos no processo da reencarnação para sublimar os sentimentos. Por necessidade da própria vida, a dor faz parte da jornada que nos levará ao triunfo.

É inevitável que experimentemos lágrimas e aflições. Mas elas constituem refrigério para os momentos de desafio. Filhos da alma, filhos do coração!

O Mestre Divino necessita de nós na razão direta em que necessitamos dEle. Não permitamos que se nos aloje no sentimento a presença famigerada da vingança ou dos seus áulicos: o ressentimento, o desejo de desforçar-se, as heranças macabras do egoísmo, da presunção, do narcisismo. Todos somos frágeis. Todos atravessamos os picos da glória mas, também, os abismos da dor.

Mantenhamo-nos vinculados a Jesus. Ele disse que o Seu fardo é leve, o Seu jugo é suave. Como nos julga Jesus? Julga-nos através da misericórdia e da compaixão.

...E o Seu fardo é o esforço que devemos empreender para encontrar a plenitude.

Ide de retorno a vossos lares e levai no recôndito dos vossos corações a palavra libertadora do amor. Nunca revidar mal por mal. A qualquer ofensa, o perdão. A qualquer desafio, a dedicação fraternal. O Mestre espera que contribuamos em favor do mundo melhor, com um sorriso gentil, uma palavra amiga, um aperto de mão.

Há tanta dor no mundo, tanta balbúrdia para esconder a dor, tanta violência gerando a dor, que é resultado das dores íntimas.

Eis que Eu vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos rapaces, disse Jesus. Mas virá um dia, completamos nós outros, que a ovelha e o lobo beberão a mesma água do córrego, juntos, sem agressividade.
Nos dias em que o amor enflorescer no coração da Humanidade, então, não haverá abismo, nem sofrimento, nem ignorância, porque a paz que vem do conhecimento da Verdade tomará conta de nossas vidas e a plenitude nos estabelecerá o Reino dos Céus.

Que o Senhor vos abençoe , filhas e filhos do coração, são os votos do servidor humílimo e paternal, em nome dos Espíritos-espíritas que aqui estão participando deste encontro de fraternidade.
Muita paz, meus filhos, são os votos do velho amigo,


 Bezerra de Menezes - Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, em 25 de setembro de 2011, na Creche Amélia Rodrigues, em Santo André – SP, em 13.02.2012.

A Teia da Mente



A mente é uma aranha tentando construir uma teia e sobreviver.



Não importa de que tamanho ela seja, seu poder é amplo.



Faminta ao caçar, a pequena aranha nem sempre distingue entre o que é realidade e o que é ilusão.



Sua ânsia é capturar e envolver na sua rede, nos seus fios fortes, a presa, para depois cortar em pequenos pedaços, deglutir e digerir aos poucos, segundo sua capacidade. E esta ânsia é tudo o que ela conhece.



A mente às vezes cresce e engorda muito com as suas ilusões, tornando-se pesada e pouco ágil, o que a faz apegada à sua posição e ao seu conteúdo. E é aí que ela deixa de fazer armadilhas apenas para as ilusões e realidades e constrói uma prisão para o seu senhor.



Os prisioneiros da mente aí estão por toda parte. Descubra o mais cedo possível se não está entre eles.
A aranha é boa, ela é a tecelã do saber. Mas torne-a sua amiga e, nunca, sua inimiga.

Depoimento de um adeus



 Jovem de 19 anos, internado em um hospital de grande capital do nosso país, aguardava a morte, em seu leito de dor.

Instalado em uma enfermaria, junto a outros doentes, tão graves quanto ele, olhou para os lados e se sentiu terrivelmente só.

Os familiares o viriam visitar, logo mais. Mas, ele ficou a pensar que talvez eles não chegassem a tempo de encontrá-lo ainda com olhos abertos para este mundo.

Alongou o braço até a mesinha próxima, tomou de um pedaço de papel, um lápis e com muito esforço, escreveu:

Pai, sinto muito. Sinto muito mesmo, mas está em tempo do senhor saber a verdade que nunca nem desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo.

Travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16 anos. É horrível, não é, pai? Sabe como nos conhecemos? Através de um cidadão elegante, muito bem vestido e bem falante. Ele nos apresentou.

De início, tentei recusar o que me era oferecido. Contudo, o cidadão mexeu com os meus brios. Falou que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai?

Ingressei no mundo do tóxico, o meu assassino.

No começo passava mal. Depois vinha o devaneio e a seguir, a escuridão. Não fazia nada sem o tóxico estar presente. Logo, veio a falta de ar, os medos, as alucinações. Mas, em seguida, a euforia do pico.

Eu me sentia mais gente do que as outras pessoas. O meu amigo inseparável, o tóxico, sorria. Sorria...

Sabe, pai, a gente quando começa acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje, no leito do hospital, reconheço que Deus é o mais importante de tudo no mundo. Tenho certeza que, sem a ajuda dele, eu não estaria tendo forças para escrever esta carta.

Pai, tenho só 19 anos. Sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim. Entretanto, tenho um último pedido a fazer para o senhor.

Diga a todos os jovens que o senhor conhece o que me aconteceu. Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar há sempre alguém que poderá lhes mostrar o seu futuro assassino e destruidor de suas vidas: o tóxico.

Por favor, papai, faça isso, antes que seja tarde demais para eles.

Perdoe-me pelo que estou lhe fazendo sofrer. Perdoa-me por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Eu mesmo já sofri demais.

Adeus, meu pai.

Ele acabou de escrever a carta, com dificuldade a colocou sobre a mesinha. Tentou respirar mas já não conseguiu. O lápis lhe escorregou das mãos para o chão. Pendeu a cabeça para o lado e morreu.



Ser feliz é uma escolha. A vida se renova a cada momento.

Ninguém está destinado ao sofrimento. Ele é simplesmente o resultado da ação negativa.não a sua causa.

Importante que o ser se envolva com o programa divino e se conscientize de que é senhor do seu destino.

Quem se desvaloriza e se desmerece,quem se entrega à ociosidade, traça para si mesmo caminhos de infelicidade.

Como pais e educadores, cerquemos os nossos jovens, as nossas crianças com o algodão do afeto, a gaze protetora da educação e o veludo insubstituível da crença em Deus, que alimenta as vidas e as enriquece.


 


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Jesus no teu caminho



Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, Senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero. Depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram os que escutavam: o segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque veio João (o Batista) a vós outros no caminho da Justiça e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram.”



Assim, irmão amado, não te olvides de que teus passos estão revestidos pelo Amor Daquele que a todos conhece e que não se cansa nunca de serviram, nos ensinando a suportar as dificuldades com fé em Deus e vontade de vencer.

Que nunca há somente portas fechadas no caminho dos que andam em busca.

Que sempre haverá a lição certa para a ignorância tornar-se esclarecida.

E, acima de tudo, que depende muito de ti fazer a tua parte, pois a parte de Deus, o Cristo de todos nós já está realizando desde muitos milênios.

E se tua jornada parece solitária,

dura e confusa,

triste e abatida,

sem rumo ou destino,

sem consolação ou esperança,

olha o teu redor e sai de ti mesmo.

Bem perto de ti, teu coração encontrará o que procuras

Que Jesus não seja figura de alegoria carnavalesca em tua vida.

Que acreditar na Sua Verdade faça um outro sentido em tua trajetória e que por mais demorada possa parecer a solução de teus problemas, não te esqueças de que as coisas estão à tua frente, não para te derrotarem, mas para te fazerem melhor e mais forte.

Como se pode vencer o que parece impossível de superar? – perguntas, aflito.

E a vida te responde, lembrando-se de que não estás sozinho e que as forças de Bem estão ao teu redor.

Entrega-te ao desânimo será deixar-se morrer de fome diante do banquete, por falta de vontade de estender a mão até o alimento.

Entregar-te ao medo, será abdicar da força férrea que está à tua disposição, temendo o escuro, sem acender a lâmpada que carregas em teus braços.

Aceitar as imposições do desespero será descrer de ti próprio mais do que dos outros e lamentar-se de uma enfermidade cuja medicação está na cabeceira de meu leito, esperando ser ingerida.

Estende a mão ao alimento,

acende a lâmpada,

bebe o remédio, faze a tua parte sem te esqueceres que, acima de tudo e para todos os perigos da estrada,

JESUS ESTÁ NO TEU CAMINHO!

ACREDITA NO CRISTO QUE ESTÁ NA TUA ESTRADA.

FAZE O QUE ELE PEDE!

Com amor e gratidão,



Públio

Por André Luiz Ruiz

Livro: Jesus no Teu Caminho










 

Fonte de vida




Jesus ensinou que a caridade é o caminho que devemos seguir para promover a evolução espiritual e alcançar a verdadeira felicidade.

No entanto, compreender o sentido real dessa virtude ainda é um desafio, até mesmo para os cristãos.

A caridade tem muitas nuances e pode se manifestar de diversas maneiras.

Vai desde a doação de bens materiais, que tenham importância para quem os recebe, até um simples olhar livre de qualquer tipo de julgamento.

Quando compreendermos que a caridade é a atitude de amor em favor do outro, através de uma ação construtiva e útil, perceberemos que é possível praticá-la em todos os momentos, lugares e situações.

Mas, para que nossas ações possam ser consideradas caridosas, temos que refletir se elas estão sendo úteis.

Elas devem ter utilidade para a sociedade, para todos aqueles que atravessam nosso caminho, para o mundo ou para a natureza.

Os ensinamentos trazidos por Jesus têm o objetivo de promover o crescimento espiritual e fazem com que aqueles interessados no melhoramento íntimo, busquem novas maneiras de viver.

Na proporção em que assimilamos as verdades espirituais, vamos deixando de lado valores supérfluos.
* * *

Na medida em que Jesus ia revelando a beleza da Boa Nova, os Seus seguidores passavam a questionar a própria conduta.

Certa vez João, Seu discípulo, no auge da curiosidade juvenil, perguntou a Jesus qual a maneira mais adequada de se portar diante do próximo, no sentido de ajudar aos semelhantes.

Com voz clara e firme, o Divino amigo lhe respondeu:

João, se procuras uma regra de auxiliar os outros, beneficiando a ti mesmo, não te esqueças de amar o companheiro de jornada terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado por ele.

A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a própria existência numa batalha em que teus pés atravessem o mundo, qual furioso combatente do deserto.

Recorda que a maioria dos enfermos conhece, de algum modo, a moléstia que lhe é própria, reclamando amizade e entendimento, acima da medicação.

Lembra-te de que não há corações na Terra sem problemas difíceis a resolver; em razão disso, aprende a cortesia fraternal para com todos.

Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação recomendada pelos imperativos da polidez, mas também com o calor do teu sincero propósito de servir.


Para nos tornarmos pessoas de bem, temos que abraçar as oportunidades de servir com boa vontade e disposição.

A caridade é fonte de vida.

Envolvamo-nos nessa abençoada tarefa e sejamos trabalhadores na seara do Cristo.

Deixemos que o amor de Deus tome nossos corações em favor do próximo, pois é um recurso que temos à nossa disposição a todo o momento.

Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade e na elevação de todos os que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer parte; não apenas hoje, mas sempre.


Momento Espírita, com base no cap. 30, do livro
Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lucio, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, ed. Feb.


Eu, melhor




Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?
Esta foi a pergunta feita pela redação de uma revista de circulação nacional, aos seus leitores.
A questão gerou uma matéria muito inspirada, intitulada Eu, melhor, apresentando diversos relatos de pessoas e acontecimentos que as transformaram.
Encontros, desencontros, doenças, surpresas. Diversos tipos de experiências foram narradas e, ao finalde cada relato havia uma pessoa agradecida e melhor.
Uma delas, ainda muito jovem, lembra o dia em que o pai recebeu o diagnóstico de câncer e veio contar à família.
Pediu que não ficassem tristes pois, caso não conseguisse a cura, aproveitaria mesmo assim a oportunidade para se transformar em alguém melhor.
O homem buscou perdão e reconciliação com familiares. Um dia, ao ouvir de alguém a expressão doença maldita, rebateu dizendo: Para mim, ela é bendita!
Dois meses depois ele morreu. A filha, emocionada, afirma que não só ele se transformou em alguém melhor, mas mudou para melhor a vida de todos ao seu redor.
Seu exemplo é lembrado até hoje e sua conduta sempre será referência para aquele núcleo familiar.
* * *
A vida tem costume de surpreender. De repente, aparece alguém que, com um gesto, abre nossos olhos. Ou um acidente no percurso, apontando para novas direções.
Às vezes, é uma viagem ou um encontro programado que segue rumos inesperados e nos transforma.
É a soma de eventos assim, belos e gratuitos, que nos faz melhores, mais fortes, mais maduros.
Pode ser uma soneca no ônibus, um encontro com um desconhecido, um raio que clareia tudo ou a proximidade da morte.
O que importa é olhar para essas experiências e reconhecer que elas nos ensinaram e, do seu jeito, nos fizeram mais felizes.
Sem pedir nada em troca, são pequenas graças plantadas no cotidiano. Como se fossem sinais, apontando para lugares onde podemos ser mais leves e alegres.
Então, quando olhamos para trás e enxergamos o caminho percorrido, só nos resta agradecer, do fundo do coração, à vida, que nos faz uma versão melhor de nós mesmos.

Todas as forças da natureza nos impulsionam para frente, rumo ao progresso inevitável. Progresso da alma, que vai se tornando mais sensível, mais amorosa, mais madura.
Progresso também da mente, mais esclarecida, com capacidade de tomar decisões com mais segurança.
Aproveite esses momentos de reflexão, onde você estiver, para lembrar que experiências fizeram de você alguém melhor, e se você soube ou está sabendo aprender com os acontecimentos da vida.
Todos eles, julgados como bons ou maus por nós, trazem dentro de si o objetivode depurar o Espírito aprendiz.
Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?


 

Ainda é o dia




 Ainda que te encontres inteiramente penhorado à justiça, à face dos débitos em que te revelaste até ontem, lembra-te de que o amor Infinito do Pai Celestial te concede a benção do “hoje” para que possas solver e renovar.

O penitenciário na grade que o exclui do convívio doméstico pode, por seu comportamento, gerar compaixão e a simpatia daqueles que o observam, caminhando com mais segurança no retorno à própria libertação.

O enfermo algemado ao catre do infortúnio, pelo respeito com que recebe os Desígnios Divinos, pode amealhar preciosos valores em auxílio à cooperação, em favor da própria tranqüilidade.

E ambos, o prisioneiro e o doente, no esforço de reconquistar-se pela nobreza com que recolhem as dores das próprias culpas, estendem a outras almas benefícios que já entesouraram.

Recorda que o dia de melhorar é este mesmo em que nos achamos, uns à frente dos outros, respirando o mesmo clima de regeneração e de luta.

Nem ontem, nem amanhã, mas agora ...

Agora, é o momento de levantar os caídos e os tristes, e de amparar os que padecem o frio da adversidade e a tortura da expiação...

Agora, é o instantes de revelar paciência com os que se tresmalharam no erro, de cultivar humildade a frente do orgulho e devotamento fraternal diante da insensatez...

Ainda que tudo te pareça na atualidade terrestre sombra e derrota, cadeia e desalento, segue a Deus o teu coração em forma de prece e chega-Lhe forças para fazer Luz e confiança onde a treva e desespero dominam, porque, se ontem foi o tempo de nossa morte na queda, hoje é o dia de nossa abençoada ressurreição.


 Emmanuel - Do livro: Tarefa Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos


 

Caravana Da Fraternidade



 Amigos queridos
Permaneça conosco o Mestre de Nazaré.

Há 60 anos os espíritas, conscientes da sua responsabilidade, reunimo-nos para a tarefa de levar a proposta de unificação pelas terras do Nordeste e do Norte do Brasil.

Constituída a Caravana da Fraternidade não poupamos esforços para demonstrar que o Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus.

Esta ciência, que comprova a imortalidade da alma e a justiça divina, através do laboratório da mediunidade, tem por finalidade despertar as consciências adormecidas para a responsabilidade filosófica e ético-moral da vivência do Mestre Jesus no dia a dia da sua existência.

Quando, mais tarde, foi dissolvida a Caravana da Fraternidade, acreditamos aqueles que éramos seus membros, que o nosso compromisso com a unificação e a divulgação do Espiritismo havia sido encerrado. Ledo engano, porque, à medida que os seus membros fomos retornando à Pátria, logo demo-nos conta que aquele ensaio de unificação necessitava, essencialmente, de prosseguir com mais entusiasmo, com acendrado vigor e até mesmo com sacrifício.

E quando todos nos libertamos do corpo físico, reconstruímos a Caravana da Fraternidade, que vem sendo enriquecida pelos espíritas responsáveis, na Terra, pela divulgação do Espiritismo e pela união entre as instituições, unificando-as como unindo os indivíduos.

Vivemos os dias que nos testam as resistências morais, especialmente as que dizem respeito a vós outros no mergulho da névoa carnal, muitas vezes com dificuldade de discernir o que fazer, como fazer e onde fazê-lo.

Aqui estamos, os companheiros de sempre, para dizer-vos que o código do Evangelho de Jesus é o paradigma no qual temos todas as diretrizes de segurança e as metodologias mais eficazes para a vivência do Espiritismo de maneira eminentemente cristã.

É certo que, dentro da visão do Codificador, haveria desertores. Como em qualquer segmento da Sociedade, sempre sucedem as deserções dos Espíritos imaturos, dos homens e das mulheres interessados mais no procedimento da ilusão, das quimeras terrestres que o túmulo invariavelmente devora e propõe a realidade.

Mas apesar dessa lamentável ocorrência, os servidores fiéis estão a postos, denodados, enriquecidos pela responsabilidade de servir, de promoverem Jesus e Kardec, ao invés de autopromover-se.

Essa tese, defendida pelo Batista quando proclamava É necessário que eu diminua para que Ele cresça, está em vigência no Movimento Espírita da atualidade, em que o personalismo, as manifestações lamentáveis do egotismo, cedem lugar ao altruísmo cristão, desaparecendo o indivíduo para que Jesus reine, para que Ele triunfe.

O que vindes realizando é a demonstração cabal da consciência espírita, que por fim é assinalada e vivenciada em nossa Casa e no território nacional, expandindo-se nos inúmeros países que hoje agasalham o Consolador, e perspectivas felizes para o futuro, quando o Espiritismo se transforme no grande iluminador das religiões, oferecendo-lhes aquilo que lhes falta, que é exatamente a prova da sobrevivência do ser à disjunção molecular.

Prossegui, portanto, obreiros, na fé renovada.

Construí o Bem onde por momentos prolifera o Mal.

Drenar os pântanos, ao invés de amaldiçoá-los.

Transformai o solo sáfaro em jardim, mesmo que irrigado com lágrimas e suor.

Bem sabemos que a tarefa não é fácil, mas nada é fácil quando nos voltamos para a verdade, em razão das nossas heranças que nos amarram aos vícios e se manifestam como tendências perturbadoras.

O Senhor que nos protege vela por todos nós, e os vossos amigos espirituais, de pé, estamos a postos para que implantemos na Terra o Cristianismo puro, que somente vigeu durante os três primeiros séculos e depois foi vilipendiado.

Que aprendamos com essa lição a não repetir os enganos de outros, unindo-nos ao poder temporal mentiroso para recolhermos migalhas e perdermos o contato com a pulcritude da doutrina de verdade.

Desejamos agradecer aos amigos que em nossa memória agora aqui se encontram e traçam como metas para o futuro programas de dignificação humana neste Recanto que evoca a cátedra de Jesus em pleno coração da Natureza.

Muita paz, meus amigos, meus irmãos, e o carinho dos companheiros de lide que se encontram conosco nesta imensa Caravana da Fraternidade.

Vosso irmão e amigo,



- Mensagem psicofônica através do médium Divaldo Pereira Franco, no Recanto Lins de Vasconcellos, em 26.11.2010


 

Servidor de Jesus




Quando jovens, normalmente somos idealistas e com facilidade nos vinculamos a determinadas causas.
Não foi diferente com aquele rapaz que conheceu a Doutrina Espírita, passando a estudá-la com ardor. Mergulhando nas páginas do Evangelho, apaixonou-se por Jesus.
Na sua ardência juvenil, desejou servir ao Cristo com todas as forças do seu coração. Mais do que isso, ele queria morrer pela causa do cristianismo.
Ser cristão como os primitivos cristãos. Desejava ser perseguido como foram os apóstolos e os discípulos de Jesus. Quem sabe poderia ir para um país onde houvesse perseguição religiosa e pena de morte.
Poderia ser preso, torturado e, por fim, morto.
Era o que ele desejava: morrer por amor a Jesus, pela causa da verdade.
Recordava o heroísmo do Apóstolo Pedro sendo crucificado de cabeça para baixo. De Paulo de Tarso sendo açoitado, apedrejado e decapitado, por amor ao Mestre.
Lembrava, enfim, dos testemunhos de todos aqueles cristãos que se deixaram matar, não se permitindo abandonar o ideal.
Certo dia, durante suas orações, ouviu um mensageiro dos céus que lhe falava:
Filho, você deseja mesmo morrer por Jesus?
Sim, é claro. Falou ele.
Pois então eu vou levar a Jesus o seu pedido e depois lhe trarei a resposta.
Nos dias seguintes, o jovem não cabia em si de tanta ansiedade. Quando viria a resposta?
Foi durante a oração de uma das noites, que a voz se fez ouvir outra vez:
Filho, levei o seu pedido a Jesus e venho lhe dizer que Ele aceitou.
Quer dizer, foi dizendo afoito o jovem, que eu vou morrer por amor a Jesus?
Sim, filho, mas não de repente. Você irá morrer devagarinho, um pouco a cada dia. Jesus pede que você atenda seu próximo, sirva aos seus irmãos, se torne um apóstolo do amor na Terra.
E, por amor a Ele, por amor à verdade que Ele veio ensinar, morra um pouquinho todas as vezes que a calúnia alcançar o seu caminho, que as pedras da incompreensão o atingirem.
Então, o jovem passou a dedicar sua vida a servir ao próximo, esquecendo-se de si mesmo, dos seus próprios anseios.
Aos setenta anos de idade, ele pedia a Jesus que lhe permitisse viver no corpo um pouco mais, pois reconhecia o muito por fazer pelos filhos do Calvário, que andam sobre a Terra.

O verdadeiro seguidor de Jesus faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma. Retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre os seus interesses à justiça.
Quem segue a Jesus encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer os outros felizes, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que dá aos aflitos.
Seu primeiro impulso é pensar nos outros, antes de si. É cuidar dos interesses alheios antes de atender aos seus próprios.
Momento Espírita, com base em fato da vida de
Divaldo Pereira Franco e no item 3 do cap. XVII, do livro O evangelho
segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.

Perfeição Almejada






 Vivemos uma cultura que frisa a perfeição, diz Leo Buscaglia, professor universitário na Califórnia.

Em sua obra Vivendo, amando e aprendendo ele fala do drama dos pais que têm filhos excepcionais.

Quando do nascimento de uma criança, quanto tempo se leva, desde o momento do parto, para mostrar o bebê à mãe?

Muito pouco, se tudo está normal. Mas, toda vez que a criança apresenta algum problema, os profissionais hesitam, demoram mais para mostrar o bebê.

Quando nasce uma criança incapacitada, uma espécie de tristeza pesa sobre o hospital. Ora, esse tipo de comportamento diz para a mãe, logo de início, que aconteceu alguma coisa. É o primeiro sintoma da rejeição que ela sente.

O medo toma conta dos pais. E também um sentimento de culpa. Será que fiz algo errado, durante a gestação? - se pergunta a mãe.

Logo em seguida, o outro medo que toma conta dos pais é ao se indagarem: O que será do meu filho, no futuro? Conseguirá um trabalho? Conseguirá aprender a ler?

É natural que todos desejem um filho perfeito. Não existe mãe no mundo que, ao receber o bebezinho em seus braços, não conte de imediato os dedinhos dos pés e das mãos, observe se está tudo certinho com o seu filho.

Pearl Buck escreveu um livro a respeito de sua experiência como mãe de uma filha com retardo mental.

Instruída, sensível, ela levou sua filha a mais de cem profissionais. Viajou pelo mundo. É como se ela procurasse alguém que pudesse reverter aquela situação.

Então, encontrou quem fosse franco com ela e lhe dissesse: Olhe, a sua filha é muito retardada, mas vamos fazer todo o possível por ela. Vamos ajudá-la a aprender tudo o que puder. Mas pare de achar que ela vai ser um gênio.

Pare com isso e vamos trabalhar. Vamos fazer o melhor que pudermos por ela. Não vamos estabelecer limites. Não vamos dizer que ela não pode aprender. Mas vamos dedicar todas as nossas energias a fazer tudo o que pudermos. Vamos parar de correr o mundo e nos concentrarmos em sua filha.

A partir desse momento, Pearl mudou de atitude e as coisas foram acontecendo. Cada conquista, uma vitória. Cada vitória muito e muito comemorada.

Um filho excepcional é um desafio. Confiado por Deus aos nossos cuidados, todos os dias nos convida a uma nova luta.

Quando ele nos olha, é como se indagasse: E hoje, o que você me ensinará? Vamos aprender juntos?

Pensemos nisso. Afinal, se não temos um filho excepcional, podemos ter um sobrinho, um amigo, um conhecido, alguém do nosso relacionamento.

Vamos investir nele o nosso amor.

Amemos os problematizados do corpo ou da mente, ou de ambos. Cooperemos com eles, com muita paciência e ternura, para que possam sair vitoriosos, ao termo de sua jornada terrena.

Enchamo-nos de carinho, de paciência, de tranquilidade interior, vendo nesses seres frágeis as joias abençoadas que o Pai nos confia para que as burilemos.


Vivendo, amando e aprendendo, de Leo Buscaglia, ed. Nova era e no cap. 44, do livro Nossas riquezas maiores, por Espíritos diversos, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráte


 

domingo, 12 de agosto de 2012

Provações Abençoadas





 Excluindo-se as expiações pungitivas e indispensáveis ao reequilíbrio espiritual, as provações constituem abençoado elenco de experiências iluminativas, graças às quais é possível uma existência digna, avançando no rumo da felicidade.

Normalmente, durante o seu transcurso ocorrem fenômenos de dor e de sombra ajustados ao programa de recuperação moral do ser equivocado ou rebelde.

A dor sempre acerca-se-lhe benfazeja e opera-lhe as transformações interiores que o capacitam a melhor discernir para agir entre o bem e o mal, o correto e o danoso, amadurecendo-o psicologicamente para novos e oportunos empreendimentos libertadores.

O curso existencial é rico de alegrias e de descobrimentos dos tesouros da vida, que proporcionam beleza e motivações múltiplas para os contínuos tentames.

Vez que outra apresentam-se as provações que podem ser consideradas com testes de avaliação do desenvolvimento intelecto-moral, como técnica pedagógica para fixar a aprendizagem, como recurso de promoção para estágio superior.

Bem recebidos esses contributos da evolução, o Espírito enrijece-se nas lutas, adquirindo resistência para os enfrentamentos com as tendências inferiores que periodicamente ressumam do inconsciente, herança poderosa que são do passado, e que necessitam ser liberadas sem qualquer prejuízo.

O hábito, porém, do bem-estar e o natural anelo pelo prazer, assinalam esses momentos de aflição de maneira tão profunda, que passam a ser evocados com maior facilidade do que todo aquele arsenal de alegrias e preciosas conquistas.

Muitos indivíduos desassisados vivem a remoer mentalmente os acontecimentos afligentes, a comentá-los com tanta frequência que dão a impressão de haver sido a sua caminhada uma via crucis sem trégua.

Detêm-se em relatórios amargos dos momentos difíceis, como se fossem anjos perseguidos em sua imácula pureza, num atestado de rebeldia e ingratidão para com o Pai Soberano que os favoreceu com preciosos recursos capazes de anular aqueles pequenos incidentes, aliás, necessários ao processo de autoidentificação e de vinculação de segurança com a Vida.

São tantas as concessões de paz e de saúde, de inteligência e de arte, de pensamento e de trabalho, de convivência agradável com as demais pessoas, que praticamente desaparecem as ocorrências que foram penosas enquanto duraram, deixando benefícios incalculáveis.

Essa postura raia, às vezes, à condição patológica de masoquismo, em face do prazer mórbido de privilegiá-las em detrimento das ocorrências felizes e favorecedoras de alegria.

Esse, sem dúvida, é um comportamento injustificável quando se trata de um cristão em particular ou de um espiritista em especial, por conhecerem ambos as razões morais que desencadeiam tais acontecimentos.

Uma atitude lúcida deve oferecer ao indivíduo o sentimento de gratidão pela ocorrência do sofrimento, chegando até mesmo a amá-lo, em razão dos benefícios que proporciona.

A admirável senhora Helen Keler, embora cega, surda e muda, viveu em constante alegria, tomando-se uma semeadora de esperança e de bom humor para milhões de outros seres atormentados nas suas expiações retificadoras, havendo dedicado a existência a encorajar o próximo através de memoráveis discursos e livros formosos.

Louis Braille, igualmente padecendo de cegueira, transformou os seus limites em bênção para os companheiros invidentes, criando o alfabeto para o tato, de resultados surpreendentes, que hoje lhe guarda o nome.

Beethoven, em surdez total, utilizou-se do silêncio profundo para compor as últimas sinfonias da sua existência e, particularmente, a 9ª, a coral, considerada como um verdadeiro coroamento da sua obra.

Vicente Van Gogh atormentado pela esquizofrenia, cuja existência foi um fracasso, conseguiu, no entanto, pintar com esmero e realismo, refletindo o seu estado interior. . .

O Aleijadinho, apesar da injunção perversa da hanseníase, transformou pedras em estátuas deslumbrantes, pintando com maestria e tomando-se um artista incomum.. .

Apesar da tuberculose que o consumia, Louis Pasteur prosseguiu nas suas investigações em tomo dos micróbios, oferecendo incalculáveis benefícios à saúde da humanidade. . .

Ninguém atravessa os caminhos humanos isento dos sofrimentos que fazem parte da própria constituição orgânica em face do desgaste a que está sujeita, dos conflitos psicológicos, resultados das vivências passadas, das contaminações que produzem enfermidades, das injunções defluentes da vida na Terra, planeta de provas e de expiações e não paraíso por enquanto. . .

Mulheres e homens valorosos que foram enviados à Terra com limitações e impedimentos quase superlativos, demonstraram a grandeza de que eram portadores, transformando a existência em um hino de alegria, tomando-se missionários do amor e da ciência, da tecnologia, da arte, da fé religiosa, estimulando o progresso e trabalhando em seu beneficio.

Possuidor de mil recursos preciosos, o indivíduo não tem porque queixar-se das dificuldades que o promovem quando enfrentadas com sabedoria e superadas, dando-lhe dignidade e elevação moral.

As provações devem ser abençoadas por aqueles que as experimentam, porque nada acontece que não tenha razões poderosas para a sua ocorrência, e, naquilo que se refere ao sofrimento, é claro que tem ele o papel de educador rigoroso, porém, gentil, indispensável ao crescimento espiritual dos seres humanos.

Reflexiona, quando nas tuas dores, as ocorrências da vida de Jesus, e compreenderás que Ele, sem culpa, lição viva de amor e de abnegação, experimentou agressões e escárnio, apedrejamento e coroa de espinhos, calúnias e perseguições, culminando na cruz da desonra, sem qualquer reclamação. . .

Naturalmente que Ele não padeceu enfermidades, conflitos e ansiedades porque era puro, jamais havendo-se comprometido com o erro e com o crime, o que é diferente dos habitantes do planeta terrestre que procedem das sombras da ignorância e do primarismo, avançando no rumo da luz imarcescível.

Abençoa, pois, as tuas provações, e sê feliz em todos os momentos da tua vida.




Joanna de Ângelis - Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã do dia 1º de Junho de 2009, em Zurique, Suíça.

A consciência só admite a verdade






Há pessoas que sempre querem levar algum tipo de vantagem sobre
os demais.

Pensam que enganam e que tudo passa despercebido.
Esquecem-se de que podem até ludibriar alguns,
mas que não há como enganar a Deus e a sua própria consciência.
Nossa consciência não aceita mentiras nem engodos.
Ela só aceita a verdade, pois a consciência é parte de Deus,
onde se encontram registradas as Suas Leis, e,
todas as vezes que as contrariarmos esta consciência
nos enviará um alerta.

 Em algum momento haveremos de colher
os frutos amargos dos enganos, das ilusões e de todos
os prejuízos que tivermos causado ao outro.
Por isso, pensemos e avaliemos cada atitude que tomarmos.
Vejamos se está de acordo com a nossa consciência,
pois ela não se deixa enganar e nos cobrará inevitavelmente!





Amelhar, Reter e Dar






 Entesourando as bênçãos divinas, no campo de trabalho que fomos trazidos a lavrar, aprendamos com a Natureza, a fim de que estejamos vacinados contra o vírus da usura.

A represa não congrega inutilmente as águas da fonte no próprio seio, quando se dispõe a servir, acionando a engrenagem da usina.

A planta que assimila o oxigênio não lhe recolhe as vantagens tão somente para si, mas mobiliza-o, diariamente, na purificação da atmosfera.

A árvore retira do solo a seiva de que se alimenta, mas não devora os próprios frutos, de vez que os estende, prestimosa, a benefício de todos.

A enxada recebe a carinhosa atenção do cultivador, entretanto, faz-se com ele a infatigável benfeitora da sementeira.

Amealhar com sobriedade, para dar no momento oportuno, é virtude que não nos cabe menosprezar.

Todavia, monopolizar os recursos da Terra e açambarca-los pela ânsia da posse desnecessária, é moléstia perigosa do Espírito que, distraído e imprevidente, se arroja ao inferno da cobiça, onde padece o insulto de acerbas desilusões.

Assim como a podridão é o salário do poço estagnado e assim como a ferrugem é a recompensa da enxada preguiçosa, o martírio moral será sempre a retribuição da vida aos que segregam as possibilidades sem ajudar a ninguém.

Valorizemos nossas reservas de trabalho e de amor, veiculando-as, cada dia, no amparo aos que nos cercam.

A moeda que transformamos em remédio ao doente e me socorro ao necessitado, é bênção com que impulsionamos a Terra na direção do Céu; e o minuto que convertemos em felicidade, para os nossos irmãos, é bênção com que ajudamos a construção do Céu na Terra.

Rendamos culto, incessante à genuína fraternidade e, desse modo, dando quanto pudermos, como pudermos e onde pudermos, seremos eternamente ricos do Suprimento Divino, que jamais cessará de fluir, providencial e generoso, por nossas próprias mãos.



  Do livro: Intervalos, Emmanuel -Médium: Francisco Cândido Xavier


 

Perfume de gratidão





Jovem e idealista, ela partiu de sua terra natal, a Suíça, para ajudar a reconstruir a Polônia, depois da Segunda Guerra Mundial.
Ela assentou tijolos, colocou telhados, levantou paredes. Até o dia em que um homem cortou a perna e lhe descobriram os dotes para a medicina. Aí, junto a duas outras voluntárias, que tinham conhecimentos de medicina básica, foi servir num improvisado posto médico.
Certa noite, em que suas colegas tinham se deslocado para atender pessoas em outra localidade, ela ficou sozinha. Tomou o seu cobertor, enrolou-se e deitou sob a luz das estrelas.
Nada haverá de me acordar, hoje. Estou morta de cansaço.
No entanto, um pouco depois da meia-noite, um choro de criança a despertou. Ela pensou estar sonhando e não abriu os olhos. O choro voltou a lhe chegar aos ouvidos.
Meio dormindo, ainda, ouviu uma voz de mulher:
Desculpe acordá-la, mas meu filho está doente. Você precisa salvá-lo.
Bastou Elisabeth olhar, de forma rápida, para o garoto de três anos para descobrir que ele era portador de tifo.
Explicou para a mulher que não tinha remédio algum no posto. A única coisa que podia lhe oferecer era uma xícara de chá.
A mulher cravou nela os olhos, com aquele olhar que somente as mães em desespero possuem:
A senhora tem de salvar meu filho. Durante a guerra, nos campos de concentração, morreram doze dos meus filhos e este nasceu lá. Ele não pode morrer. Não agora que o pior já passou.
Elisabeth tomou uma decisão. Se aquela mulher andara tantos quilômetros para chegar até ali, se ela vira serem mortos uma dúzia de filhos na guerra e ainda tinha ânimo para rogar pela vida do único afeto que lhe restava, ela merecia todos os sacrifícios.
Tomou da criança e, com a mãe, caminhou trinta quilômetros, até encontrar um hospital. Depois de muita insistência, conseguiu que a criança fosse internada.
Mas havia uma condição: somente depois de três semanas, elas poderiam retornar para saber notícias. Afinal, o hospital estava cheio e os médicos atolados de tarefas.
Elisabeth voltou para as atividades do seu posto médico e tanto trabalho teve nas semanas seguintes, que até esqueceu o garoto.
Certa manhã, ao despertar, encontrou ao lado do seu cobertor, um lenço cheio de terra. Abrindo-o, viu, junto com a terra, um bilhete: Para a pani doutora. Da senhora W. Cujo último dos treze filhos você salvou, um pouco de terra abençoada da Polônia.
O menino estava vivo.
Um grande sorriso se abriu no rosto cansado de Elisabeth.
E ela compreendeu o que acontecera. A mulher andara mais de trinta quilômetros até o hospital e apanhara ali o seu filho vivo.
De Lublin, levara-o de volta até o povoado onde vivia. Pegara um punhado de terra do seu chão e tornara a andar muito para deixar, quieta, sem perturbar, na calada da noite, o seu presente de gratidão.
Elisabeth Kübler-Ross guardou o embrulhinho de terra que se tornou para ela o presente mais valioso que jamais recebera.
A gratidão é perfume acondicionado no frasco d’alma. As criaturas o deixam evolar-se, de forma sutil, envolvendo aqueles a quem são gratos, numa aura de bem-estar.
Naturalmente, ninguém realiza o bem esperando agradecimento mas, quando a gratidão se manifesta, é como a brisa que abençoa a tarde morna com sua presença.
Refaz corações e aumenta a disposição para novas realizações, em prol do próximo.
Redação do Momento