fundo

Quando aceitamos o que recebemos, vivemos melhor. Quando as adversidades nos ensinam a nadar, atravessamos o mar. Quando as barreiras dizem que não podemos e não somos capazes, podemos nos redobrar de forças e vencer os obstáculos .

sábado, 31 de março de 2012

Leve.......



Leve na sua memória, para o resto de sua vida, as coisas
boas que surgiram no meio das dificuldades. Elas serão
uma prova de sua capacidade em vencer as provas e lhe
darão confiança na presença divina, que nos auxilia em
qualquer situação,em qualquer tempo, diante de qualquer
obstáculo."

Chico Xavier

A quem obedeces?





“E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem.” – Paulo. (Hebreus, 5:9.)



Toda criatura obedece a alguém ou a alguma coisa.



Ninguém permanece sem objetivo.



A própria rebeldia está submetida às forças corretoras da vida.



O homem obedece a toda hora. Entretanto, se ainda não pôde definir a própria submissão por virtude construtiva, é que, não raro, atende, antes de tudo, aos impulsos baixos da natureza, resistindo ao serviço de auto-elevação.



Quase sempre transforma a obediência que o salva em escravidão que o condena. O Senhor estabeleceu as gradações do caminho, instituiu a lei do próprio esforço, na aquisição dos supremos valores da vida, e determinou que o homem lhe acei-tasse os desígnios para ser verdadeiramente livre, mas a criatura preferiu atender à sua condição de inferioridade e organizou o cativeiro. O discípulo necessita examinar atentamente o campo em que desenvolve a própria tarefa.



A quem obedeces?

Acaso, atendes, em primeiro lugar, às vaidades humanas ou às opiniões alheias, antes de observares o conselho do Mestre Divino?



É justo refletir sempre, quanto a isso, porque somente quando atendemos, em tudo, aos ensinamentos vivos de Jesus, é que podemos quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna.



Livro: Pão Nosso

Chico Xavier/Emmanuel


Viver Com Alegria






Sauda o dia nascente com alegria de viver aureolada pela gratidão a Deus.

Cada novo dia é abençoada oportunidade de crescimento espiritual e de iluminação interior.

Atravessar o rio dos problemas de uma para a outra margem, onde se encontram as formosas atividades de engrandecimento moral, é a tarefa inteligente da pessoa que anela pela conquista da felicidade.

Quando se abre a mente e o coração à alegria, é possível descobri-Ia em toda parte, bastando olhar-se para a Vida, e ei-la jubilosa...

Quando se adquire a consciência da responsabilidade, de imediato sente-se que se é livre, mas essa liberdade é sempre conquistada pela ação que se converte em bênção de amor.

Somente através do amor perfeito é que o ser humano pode considerar-se realmente livre de todas as amarras, mesmo que essa aquisição seja lograda, de alguma forma, através do sofrimento.

O sofrimento faz mal, no entanto, não é um mal, porque oferece os recursos valiosos para a aquisição do bem permanente.

Eis porque o trabalho de qualquer natureza deve ser realizado com o sentimento de amor, o que equivale a uma postura de liberdade em ação.

Quando o amor não está presente no sentimento, a alegria não se enfloresce, porque permanece sombreada pelas dúvidas e suspeitas, porquanto somente através do amor é que se adquire a perfeição, em face dos mecanismos de ação que movimenta.

Pessoas existem que afirmam não poderem amar porque não compreendem o seu próximo, tendo dificuldade em aceitá-lo conforme é. A questão, no entanto, é mais sutil, e deve ser formulada nos seguintes termos: porque não ama, torna-se difícil compreender, em razão dos caprichos egoísticos que dificultam a bondade em relação aos outros.

Quando o amor se instala, a alegria de viver esplende como resultado da própria alegria de ser consciente.

A alegria não é encontrada em mercados ou farmácias, mas nos recônditos do coração que sente e ama, favorecendo-lhe o surgimento como um contínuo amanhecer.

Basta que se lhe ausculte a intimidade, e ei-la triunfante sobre a noite das preocupações.

Em realidade, viver com alegria não impede a presença dos sofrimentos que fazem parte do processo da evolução. Pelo contrário, é exatamente por serem compreendidos como indispensáveis que proporcionam satisfações e bem-estar.

Sempre que possível expressa a tua alegria de viver.

Os sentimentos cultivados transformam-se em estímulos para as ações que se materializarão mais tarde.

Se permitires que a tristeza torne-se companheira frequente das tuas emoções, a melancolia em breve estará instalada nos teus sentimentos, tirando a beleza da existência.

Se te apoias à queixa contumaz, a tua será uma conduta amargurada, fazendo-te indisposto e desagradável.

Se optas pelo cultivo de ideais enobrecedores de qualquer natureza, o entusiasmo pela sua preservação fará dos teus dias um contínuo encantamento.

Se tens o hábito de encontrar sempre o melhor, quase invisível ou imperceptível, nos acontecimentos menos felizes, desfrutarás de esperança e de júbilos permanentes.

A existência física não é uma viagem miraculosa ao país da fantasia, mas uma experiência de evolução assinalada por processos de refazimento uns e outros de conquistas inevitáveis, que geram sofrimento porque têm a finalidade de desbastar os duros metais da ignorância e aquecer o inverno do primarismo...

É natural, pois, que a dor seja companheira do viajante carnal.

Quando jovem, tudo são expectativas, ansiedades, incertezas...

Quando na idade madura, a colheita de reflexos da juventude propicia, quase sempre, insatisfações e desencantos.

Quando na velhice, em face do desgaste, o aborrecimento pela perda da agilidade, da memória, da audição, da visão, da facilidade que era habitual, se manifesta...

Sempre haverá motivo para reclamação, porque cada dia tem a sua própria quota de aflição, que deve ser aceita com bonomia e naturalidade.

Com a alegria de viver instalada no imo, sempre haverá uma forma de encarar os acontecimentos, concedendo-lhe validade e dele retirando a melhor parte, como afirmou Jesus, aquela que não lhe será tirada, porque representa conquista inalienável para a mente e para o coração.

Adapta-te, desse modo, às ocorrências existenciais, alegrando-te por estares no corpo, fruindo a oportunidade de corrigir equívocos, de realizar novos tentames, de manter convivências saudáveis, de enriquecimento incessante...

A vida com alegria é, em si mesma, um hino de louvor a Deus.

Não te permitas, portanto, a convivência emocional com as manifestações negativas do caminho por onde transitas.

Observa as margens do teu caminho e rega-as, mesmo que seja com suor e lágrimas, a fim de que as sementes do Divino Amor que se encontram nelas sepultadas, germinem e transformem-se nas flores que adornarão a tua marcha ascensional.

Liberta-te, mesmo que te seja exigido um grande esforço, das heranças primárias, filhas da agressividade, do inconformismo, dos impositivos egoístas que te elegem como especial no mundo, e considera que fazes parte da grande família terrestre, sujeito como todos os demais às injunções dos mecanismos da evolução.

Alguém que cultiva a alegria de viver já possui um tesouro. Esparze-o onde te encontres e oferta-o a quem se te acerque, tornando mais belo o dia a dia de todos os seres com o sol do teu júbilo.

Se já encontraste Jesus, melhor razão tens para a alegria, porque envolto na Luz do mundo, nenhuma sombra te ameaça.

Serás, ao longo da vilegiatura carnal, o que te faças a cada instante, conforme o és, resultado do que te fizeste.

Alegra-te com a vida que desfrutas e agradece sempre a Deus a glória de saber e de amar para agir com acerto.


 Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco, na manhã de 29 de maio de 2009, no G-19, em Zurique, Suíça.





Se eu tivesse............



Se eu tivesse falado do amor que sentia, se eu tivesse perdoado, aconselhado, se eu tivesse me calado...

Estas são afirmativas que costumam fazer parte dos nossos pensamentos em alguns momentos da vida.

Diante da perda de um ente querido ou no momento em que sabemos estar próxima a nossa partida para a Pátria Espiritual, a sensação de que se poderia ter feito muito mais, é causa de uma das grandes dores do ser humano.

Pensamos que poderíamos ter sido mais cuidadosos nos relacionamentos com os amigos e amores, ter nos doado mais ao próximo, realizado aquele sonho... ou simplesmente poderíamos ter amado mais.

O arrependimento pelo bem que não foi feito é doloroso.

Conveniente seria se vivêssemos a vida sem precisar de um dia empregar essas frases, que demonstram que algo poderia ter sido feito e que agora, não mais nos é possível fazê-lo.

Muitas vezes justificamos o abandono de um objetivo por não termos as condições que julgamos ideais para cumpri-lo.

Dizemos a nós mesmos que não temos o dinheiro ou o tempo suficiente, o poder ou a autoridade, que não temos coragem ou disposição, que somos velhos demais ou jovens demais ou que temos saúde de menos.

Essas afirmativas apenas demonstram o nosso desânimo frente às situações que a vida nos apresenta.

Colocamo-nos facilmente na condição de depender de algo ou de alguém para agir, quando toda ação depende exclusivamente da nossa própria vontade.

Tenhamos coragem e entusiasmo para fazer o que consideramos correto, para agir de acordo com o que a nossa própria consciência nos orienta e para fazer o que for preciso em defesa dos nossos sonhos.

Obstáculos sempre serão encontrados e dificuldades pessoais todos nós as temos pois fazem parte do estágio evolutivo em que nos encontramos.

Com coragem, paciência e disciplina seremos capazes de vencer as dificuldades.

Quando nos mantemos ligados a Deus, sentindo-O em nosso íntimo, qualquer objetivo que nos propusermos a alcançar não nos parecerá distante e encontraremos a força necessária.

Seja a realização de uma grande obra ou apenas um pedido sincero de perdão a alguém que estimamos, se não tivermos coragem, acabaremos por deixar esquecida a nossa vontade.

Diante da história de nossas vidas, olhemos para trás para perceber o quanto já aprendemos, o quanto já crescemos.

E, no caso de constatar que não fizemos as melhores escolhas ao longo da nossa jornada, que usamos mal a liberdade que Deus nos concedeu para escolher os próprios caminhos, não deixemos o desânimo se instalar.

Sempre há uma boa lição a ser retirada das experiências vividas.

É hora de caminhar com fé e entusiasmo no coração. Hora de fazer renascer a esperança, deixar germinar a coragem e enxergar que somos capazes de realizar esse ou aquele feito.

A coragem nos impulsiona a agir.

Vivamos com a sensação de estar fazendo o melhor que pudermos para que, um dia, quando chegar a nossa hora de partir, não precisemos dizer para nós mesmos: Se eu tivesse...


Um tanto mais



Você guarda a impressão de haver esgotado o estoque de todos os seus recursos, em determinada tarefa de amor, mas se você perseverar um tanto mais no devotamento, ninguém pode prever os louros de luz que brilharão em seu passo.

Você está doente e pretende obter licenças de longo prazo, mas se você continuar um tanto mais em serviço, ninguém pode prever o tesouro de forças novas que lhe aparecerá no caminho.

Você encontrou imensas dificuldades no exercício das boas obras e anseia fugir delas, mas se você persistir um tanto mais na construção da beneficência, ninguém pode prever o triunfo que as suas horas recolherão, nas fontes vivas da caridade.

Você acredita que não pode tolerar o amigo importuno, o filho teimoso, o irmão inconsciente, a esposa inconstante ou o marido insensato, mas se você suportar um tanto mais a luta em família, ninguém pode prever a extensão do júbilo porvindouro em seu ninho doméstico.

Você supõe que o azar é o seu clima e chora na bica do desespero, mas se você cultivar um tanto mais de fidelidade às próprias obrigações, ninguém pode prever a amplitude do seu êxito, no amanhã que vem perto.

Você experimenta enorme cansaço e não quer dar ouvidos ao companheiro de longa conversa, mas se você esticar um tanto mais o seu sacrifício, ninguém pode prever os prodígios da colheita de bênçãos que surgirão dos seus breves minutos de gentileza.

Observe que você mesmo para realizar isso ou aquilo, exige incessantemente dos semelhantes um tanto mais de bondade, um tanto mais de cooperação, um tanto mais de tempo, um tanto mais de carinho...

O gênio é a paciência que não se acaba.

É justo que você deseje um tanto mais de felicidade, mas para isso, é necessário que você ajude um tanto mais a felicidade dos outros.

Repare você as lições da vida e compreenderá que a vitória no bem é sempre trabalhar conforme o dever e servir... um tanto mais.


O mestre da antiguidade, Confúcio, elaborando ideias a respeito da perseverança, afirma:

Se há pessoas que não estudam ou que, se estudam, não aproveitam, elas que não se desencorajem e não desistam.

Se há pessoas que não interrogam os homens instruídos para esclarecer as suas dúvidas ou o que ignoram, ou que, mesmo interrogando-os, não conseguem ficar mais instruídas, elas que não se desencorajem e não desistam.

Se há pessoas que não meditam ou que, mesmo que meditem, não conseguem adquirir um conhecimento claro do princípio do bem, elas que não se desencorajem e não desistam.

Se há pessoas que não distinguem o bem do mal ou que, mesmo que distingam, não têm uma percepção clara e nítida, elas que não se desencorajem e não desistam.

Se há pessoas que não praticam o bem ou que, mesmo que o pratiquem, não podem aplicar nisso todas as suas forças, elas que não se desencorajem e não desistam.

O que outros fariam numa só vez, elas o farão em dez. O que outros fariam em cem vezes, elas o farão em mil, porque aquele que seguir verdadeiramente esta regra da perseverança, por mais ignorante que seja, tornar-se-á uma pessoa esclarecida; por mais fraco que seja, tornar-se-á necessariamente forte.


Ideal espírita, cap.71, do livro pelo Espírito André Luiz, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. Cec e do texto

A perseverança,
do livro A sabedoria de Confúcio, de Confúcio, ed. José




Reflexão




SEJA essência... e não aparência...


Nunca Desanimar



Não desanime no meio da estrada:

siga em frente, porque os horizontes se tornarão amplos e maravilhosos na medida em que for subindo.

Meimei


Refletir:



Tudo é transitório, nossas manias, nossos pensamentos, nossos amores, nossos pontos de vista.
Sabemos quem somos e o que sentimos, mas não sabemos até quando.
Estamos em trânsito, e a definição só virá quando não estivermos mais aqui para entendê-la.


quinta-feira, 29 de março de 2012

Grão de Mostarda




Em uma parábola, Jesus afirma que o Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem semeou no seu campo.

Embora seja a menor das sementes, ao crescer se torna a maior das plantas e faz-se uma árvore, que abriga as aves do céu.

Como sempre acontece em se tratando de parábolas, são possíveis muitas interpretações.

Uma delas reside na necessidade de se prestar atenção em questões aparentemente ínfimas.

Raras pessoas costumam pensar com seriedade a respeito da vida e dos deveres que ela lhes apresenta.

Muitos homens, investidos de importantes responsabilidades, evidenciam paixões nefastas e destruidoras, seja no campo dos sentimentos, dos negócios, da família ou das relações sociais.

Por conta dessas paixões, oferecem tristes espetáculos de conduta indigna.

As mentes desequilibradas pela irreflexão encontram-se por toda parte.

Isso evidencia um descuido com as coisas mínimas.

O coração humano muitas vezes parece um campo abandonado.

Por falta de cuidado, nele crescem ervas daninhas que, com o tempo, produzem grandes tragédias.

Todo grave desequilíbrio surge lento na rota humana.

Embora a aparente sensatez, quem de repente comete uma baixeza pensou nela durante algum tempo.

Permitiu que a ideia má crescesse, empolgasse seu coração e finalmente tomasse conta de sua vida.

O homem nunca deve esperar colheitas milagrosas.

Ele precisa amanhar a terra de seu coração e cuidar do plantio.

A semente de mostarda constitui o pensamento, a palavra e o gesto.

Muitos falam bastante em humildade, mas nunca revelam um gesto de obediência.

Contudo, ninguém jamais realizará a bondade em si se não começar a ser bom nas ocasiões mais singelas.

Alguma coisa pequenina há de ser feita, antes de ser edificada uma obra grandiosa.

Extrai-se facilmente da mensagem de Jesus que o Reino de Deus está dentro de cada um.

Portanto, é no seu íntimo que o homem deve construí-lo.

É no interior que se desenvolve o trabalho da realização Divina.

A maior floresta do mundo começou de sementes minúsculas.

O mesmo se dá com o ser humano.

Se ele se permite pequenos pensamentos infelizes e gestos indignos, caminha para a vivência de graves males.

Entretanto, pode decidir cuidar das coisas pequenas, prestar atenção no que pensa, diz e faz em seu cotidiano.

Se cuidar das coisas pequenas, crescerá em força, paz e virtudes.

É preciso semear na própria vida os ínfimos grãos da gentileza, da conversa sadia e dos hábitos dignos.

Essa pequenina semeadura com o tempo se converterá na plenitude íntima de quem possui uma larga faixa de céu no coração.

Os mensageiros, Cap 35. André Luiz, Chico Xavier




Conclusões




Estuda, ensina, esclarece,
Mas foge à palavra oca.
Apenas colher vazia
Acaba ferindo a boca.

O bem reúne três modos:
Caridade – obrigação:
Benevolência – dever:
Esmola – devolução.

Abriga-te na humildade,
Não busques mundana estima.
O ouro afunda no mar.
A palha fica por cima.



Esquece a Sombra Que fica Atráz




A flor que desabrocha é bem mais importante do que mil pétalas caídas;
E só um olhar de amor pode levar consigo calor para aquecer muitos invernos;
A bondade é mais forte em nós
e dura muito mais do que o mal que nós mesmos praticamos;
Seja OTIMISTA, e não te esqueças de que...
É NO FUNDO DA NOITE SEM LUAR QUE BRILHAM MUITO MAIS AS ESTRELAS!!!





Sobre a terapia das vidas passadas



Certa feita, no decorrer do mês de outubro do ano de 1996, cujo dia não mais recordamos, juntamente com o nosso querido tio Urbano, no santuário da casa de Chico Xavier, depois de diversos assuntos, eis que surge, não se sabe de quem, na "sala de luz", reunidos em pouco mais de oito pessoas, alguém que disse:

- Chico, o que você tem para nos dizer sobre a terapia das vidas passadas?

Chico, como sempre faz, calou-se em seu peculiar mutismo filosófico,elevou os olhos ao alto, parecendo-nos ouvir

Emmanuel ou outro benfeitor, para dizer:

- Não é boa coisa. Vocês não devem permitir que isso seja feito.

Silenciou-se para voltar ao assunto, desta feita com mais determinação, como se o tema não lhe agradasse, dizendo enfaticamente:

- Nosso Pai colocou um véu no passado, não foi por acaso. O esquecimento do passado é uma necessidade para nós que ainda estamos estagiados no corpo físico.

Disse mais:

- Urbano e Dirceu, isso não deve ser feito. Hoje nós estamos em outra faixa vibratória e ao promovermos a regressão até as vidas passadas corremos o risco de nos encontrarmos numa cena de muito sangue, frente a frente com o nosso inimigo que, além de não nos ter perdoado, procura-nos, e em razão da regressão ficamos na mesma faixa dele e podemos colocar em risco nossa viagem na terra, via de doloroso processo obsessivo.

E conclui:

- É! A regressão não é coisa boa, nosso Pai quer o esquecimento de nosso passado.

"Grande Passado
O nosso grande passado
Ninguém pesquisa, a contento,
Por isso Deus nos concede
O amparo do esquecimento."
.
"Pesquisas sobre o Passado
Não vale a preocupação
Com pesquisas do passado,
O passado volta sempre
Ao que tenhamos errado."



Cornélio Pire




quarta-feira, 28 de março de 2012

Jamais o peso da cruz será incompatível com nossa musculatura espiritual.



Há duas histórias interessantes e ilustrativas.
                                         
A primeira diz respeito a um homem insatisfeito com sua cruz. Pesava demais. Não lhe parecia razoável nem justo.

Vivia reclamando. Orava sensibilizado, a reivindicar madeiro mais leve.

E tanto insistiu, agoniado, que lhe foi oferecida a oportunidade de efetuar substituição.

Sob orientação de mentores espirituais, examinou imenso mostruário onde havia cruzes de tamanho, formato e peso diversos. Escolheu cuidadosamente a que lhe pareceu mais adequada.

Quando a recebeu verificou, assombrado, que era exatamente igual à que carregava. O mesmo tamanho, formato e peso.

Digamos que a cruz de nossos dissabores guarda compatibilidade com nossas forças, bem mais leve do que merecemos, bem menos contundente do que solicitamos.

Se assim não nos parece é porque a carregamos sobre ombros nus. É o atrito que produz doridos ferimentos.

Ficará bem ameno se colocarmos um anteparo: a almofada do Bem, em exercícios de amor pelo semelhante e fé em Deus.

Com essa abençoada proteção seguiremos tranquilos, cumprindo sem maiores dificuldades nossa programação existencial.

                                                    
A segunda história nos fala de um homem muito esperto.
Reclamando que o peso do madeiro o incomodava, cortou um pedaço na base. Ficou mais leve.

Após algum tempo de caminhada, começou a pesar novamente.

Não teve dúvida – cortou outro pedaço e seguiu tranquilo.

Ao chegar ao final da longa jornada, verificou algo que o deixou estarrecido: o acesso às regiões celestiais passava por um abismo profundo, com a largura de dois metros e meio, pouco menor que o cumprimento da cruz original, que deveria ser usada como uma ponte.

Ao reduzi-la, ficou sem acesso.

Muita gente vai podando a cruz pelo caminho.

O chefe de família que abandona esposa e filhos, por sentir-se cerceado em sua liberdade…

O comerciante que apela para a desonestidade a fim de superar dificuldades econômicas.

A mulher que parte para o aborto a fim de livrar-se de um filho indesejável...

A jovem que se prostitui para furtar-se à pobreza.

São, simbolicamente, cruzes decepadas, que em princípio até facilitarão a caminhada, mas resultarão em graves problemas no retorno à vida espiritual.

Esses podadores da cruz não terão condições para transpor os abismos umbralinos, as regiões purgatoriais, onde, segundo Jesus, há choro e ranger de dentes.

 Há os que estão dispostos a carregar o madeiro redentor sem fugas, sem desvios.

Não pedem, em oração, que o peso seja menor, nem pretendem que seja reduzido.

Acertadamente, rogam forças, coragem, equilíbrio…

Não obstante, saem da oração sem aqueles benefícios.

Imaginam uma falha de comunicação.

O canal de ligação com o Céu parece bloqueado.

Como superar o problema?

É Jesus quem nos ensina, ao proclamar (Mateus, 5:23-24):



Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, – deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la.



Faziam parte do culto judeu as oferendas, situadas como sacrifícios. O ofertante despojava-se de algo em favor do Templo. Podia ser dinheiro, utensílios, vegetais, animais, aves...

Jesus respeitava aquelas tradições, embora não as observasse, já que sua proposta era diferente, conforme explicou à mulher samaritana (João, 4:23-24), dizendo que Deus é Espírito e em espírito deve ser adorado.

O culto a Deus deve ser despido de ofícios e oficiantes, ritos e rezas. É um ato do coração, do filho que se comunica com seu pai.

Mas o Mestre deixa bem claro que essa ligação ficará inviável se o nosso telefone, o coração, estiver bloqueado por mágoas e ressentimentos.

Talvez seja impossível a reconciliação, pelo menos em princípio, se a outra parte não está disposta, mas que desbloqueie a linha aquele que ora.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo X, diz Kardec:



O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício.

Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha.

Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão.

Só, então, os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno.



Esse entrar no templo do Senhor, a que se refere Kardec, é o exercício da oração, fazendo indispensável oferenda espiritual: uma alma livre de ressentimentos, ódios e rancores.

O raciocínio é perfeito.

Como pedir ajuda a um pai, desejando mal ao seu filho




A pretensão de uma comunhão com Deus, sem depurar o coração de sentimentos rancorosos, ante a luz do amor, é uma contradição lamentável, que perpetua no Mundo as lutas armadas, as guerras, o morticínio…

No Oriente Médio, de insuperáveis conflitos entre árabes e judeus, a se matarem uns aos outros, vemos, surpreendentemente, os dois povos imbuídos de religiosidade.

Procuram as mesquitas e as sinagogas.

Oram, contritos, em favor da paz.

Mas pretendem a paz que se estabeleça a partir da destruição do inimigo, coração repleto de ódio, insuperável desejo de vingança.

O árabe não pensa no judeu como um filho de Deus, irmão seu, e vice-versa.

É como se os habitantes de terra inimiga fossem filhos do demônio, que devem ser exterminados.

É essa mentalidade que perpetua agressões e retaliações mútuas e incessantes, dispostos os contendores ao sacrifício da própria vida em favor do aniquilamento dos adversários.

Não conseguem assimilar um princípio elementar:

Violência gera violência.

Se desejamos a paz é preciso desarmar o espírito.

Ou os beligerantes reconhecem isso ou o morticínio continuará, até que se aniquilem mutuamente, culminando com a lamentável paz dos cemitérios.



Frequentemente, nos serviços de atendimento fraterno, conversamos com pessoas que se dizem amarguradas, doentes, infelizes, em virtude de problemas familiares, profissionais, existenciais, em permanentes conflitos.

Atendemos uma senhora com problemas de saúde. Foram mobilizados os recursos do Centro, em seu benefício, envolvendo passes, água magnetizada, vibrações, reuniões públicas, sessões de desobsessão.

Recomendamos-lhe, ainda, leituras edificantes com base nos princípios espíritas, oração, reflexão…

Nada deu resultado.

Numa das reuniões, em que seu nome era lembrado para o trabalho de vibrações, um mentor espiritual explicou que o problema não seria solucionado enquanto ela não perdoasse o esposo.

Transmitimos o recado. A infeliz senhora chorou muito e nos confessou que a informação estava correta. Guardava grande mágoa do marido, que não a tratava com a devida consideração e se envolvera, tempos atrás, numa aventura extraconjugal.

Com seis filhos ainda adolescentes, vivia na inteira dependência dele, mas não o perdoava, embora reconhecendo que ele era bom pai e não deixava faltar nada à família.

O rancor inibia suas orações e neutralizava os recursos espirituais mobilizados em seu benefício.

Explicamos-lhe que o perdão não era nenhum favor ao companheiro. Apenas o indispensável para que se equilibrasse.

Infelizmente, amigas desavisadas, mais amigas das fofocas, a perturbavam com a ideia de que estava certa em sua postura rancorosa.

Certamente nunca leram ou, se leram, não entenderam uma observação de Jesus (Mateus, 5:20):



Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.



A justiça dos escribas e fariseus é a do olho por olho, dente por dente, instituída por Moisés, que manda revidarmos ao mal que nos façam.

A proposta de Jesus transcende essa justiça torta.

É a justiça de quem, exercitando os valores do Amor, enxerga no ofensor alguém que adoeceu espiritualmente e precisa de ajuda.

Lembrando um problema atual, se alguém contrai a dengue, a família desdobra-se em cuidados e preocupações.

Se ele comete um erro, ou mostra-se impertinente, os familiares logo erguem uma barreira de ressentimento, conturbando a vida no lar.

Em última instância, a justiça que transcende a dos fariseus é exercitada com a compreensão de que cada qual está num estágio de evolução.

Não podemos exigir das pessoas mais do que podem dar.

Essa postura jamais será um favor feito a alguém, mas o mínimo indispensável em nosso próprio benefício.

Se desejamos conservar a integridade espiritual e um ambiente harmônico, onde estivermos, é preciso desarmar o espírito com o perdão.

É um exercício maravilhoso na arte de amar, capaz de eliminar a mágoa, o ressentimento e o rancor, que tão mal nos fazem.



Reflexão





A oportuna reflexão de Paulo de Tarso, no sentido de que tudo nos é possível, mas nem tudo nos convém fazer.


Ser Espírita










trevista: Divaldo Pereira Franco fala sobre a mediunidade, os médiuns e a qualidade da produção med










Crise Na Europa



A respeito da crise que, na atualidade, se abate sobre a Europa, meditemos no que escreveu Emmanuel, através de Chico Xavier, na obra intitulada“Emmanuel”, no capítulo XIII, “A Europa Moderna em Face do Evangelho”. O livro é de 1937! “Aventam-se todas as hipóteses com o objetivo de verificar-se naEuropa, eixo das atividades políticas do mundo, um grande movimento de unificação e de paz,chegando-se à tentativa de uma frente única europeia, para evitar aqueda irremediável da civilizaçãodo Ocidente. Essa frente única é,porém, impossível. Não existe ali aunidade espiritual necessária à consecução desse grandioso projeto. Apenas o Cristianismo, senão fossem os desvios lamentáveis da Igreja Romana, poderia fornecer essa intangibilidade de fé a todosos espíritos. Mas a obra cristã ali se encontra virtualmente degenerada.E, em virtude de semelhantes desequilíbrios, todos os ideais antifraternos foram desenvolvidos no Velho Mundo, intensificando-seo regime de separatividade entreas nações (...)”.“A ilação dolorosa que se pode extrair da situação atual é a de que essas sociedades foram edificadas à revelia do Evangelho, necessitando as suas bases de mais profundas transformações. Fundadas com o rótulo de Cristianismo,elas não o conheceram. À sombrado Deus antropomórfico que criaram para as suas comodidades,inverteram todas as liçõesdo Salvador, em cujo ideal de fraternidade e pureza asseveraram progredir e viver. Distanciadas,porém, como se encontram, de uma identidade perfeita com os estatutos evangélicos, as sociedades europeias sucumbem sob opeso da sua opulência miserável.Suas fontes de cultura acham-se visceralmente envenenadas com as suas descobertas e ciências, que são recursos macabros para adestruição e para a morte. Não existe, ali, nenhuma unidade espiritual, à base do espírito religioso, mantenedora do progresso coletivo ocupar o espaço deixado vago pelo desenlace do Médium, foram naturalmente rejeitados pelos espíritas em geral, que permaneceram e permanecem fiéis àespontânea liderança que ele exercia.Neste ano de 2012, no mês de setembro, na cidade de Votuporanga,Estado de São Paulo, teremos a realizaçãodo V ENCONTRO DOS AMIGOS DECHICO XAVIER E A SUA OBRA. O Evento,que nasceu do congraçamento entre Uberaba e Pedro Leopoldo, as duas cidades em que Chico viveu, ultrapassouf ronteiras e, superando todos os obstáculos iniciais, vem inspirando outros da mesma natureza, no Brasil e em diversos países,com o intuito de prosseguir promovendo aobra de Allan Kardec e Chico Xavier, que,tanto quanto os seus espíritos, se identificam plenamente.Do Estado de Minas Gerais, o Encontro está seguindo para o Estado de São Paulo,e, em 2013, já será realizado em Pernambuco, dando, assim, início à sua peregrinação de luz pelo Brasil. Inclusive,tivemos notícias de que Portugal,oportunamente, pleiteia realizar umEncontro semelhante.Que nestes 10 anos de seu desenlace,o nosso querido Chico receba as nossas vibrações de carinho e gratidão, guardando a certeza de que os “quinhentos da Galileia”, que hoje são muito mais numerosos, haverão de se esforçar paranão consentir que a luz que, em nome do Cristo, ele acendeu não se eclipse! A CRISE EUROPEIA .Como poderá persistir de pé uma civilização dessa natureza, se todos os seus trabalhos objetivam o extermínio dos mais fracos,estabelecendo o condenável critério da força? O Ocidente terá de conhecer uma vida nova. Um sopro admirável de verdades há de confundir os seus erros seculares. As sociedades edificadas na pilhagem hão de purificar-se,inaugurando o seu novo regime à base da lição fraterna de Jesus.“Esperemos, confiantes, a alvorada luminosa que se aproxima, porque, depois das grandes sombras e das grandes dores que envolverão a face daTerra, o Evangelho há de criar, no mundo inteiro, a verdadeira Cristandade”.





Emmanuel, através de Chico Xavier, na obra intitulada“Emmanuel”, no capítulo XIII, “A Europa Moderna em Face do Evangelho”. O livro é de 1937!






Tua Medida




“Não julgueis, afim de que não sejais julgados, porque vós sereis julgados segundo houverdes julgado os outros, e se servirá para convosco da mesma medida da qual vos servistes para com eles.”
(Capítulo 10, item 11)*

Toda opinião ou juízo que desenvolvemos no presente está intimamente ligado a fatos antecedentes.
Quase sempre, todos estamos vinculados a fatores de situações pretéritas, que incluem atitudes de defesa, negações ou mesmo inúmeras distorções de certos aspectos importantes da vida. Tendências ou pensamentos julgadores estão sedimentados em nossa memória profunda, são subprodutos de uma série de conhecimen¬tos que adquirimos na idade infantil e também através das vivências pregressas.
Censuras, observações, admoestações, superstições, pre¬conceitos, opiniões, informações e influências do meio, inclusive de instituições diversas, formaram em nós um tipo de “reservatório moral” - coleção de regras e preceitos a ser rigorosamente cum-pridos -, do qual nos servimos para concluir e catalogar as atitudes em boas ou más.
Nossa concepção ético-moral está baseada na noção adquirida em nossas experiências domésticas, sociais e religiosas, das quais nos servimos para emitir opiniões ou pontos de vista, a fim de harmonizarmos e resguardarmos tudo aquilo em que acreditamos como sendo “verdades absolutas”. Em outras palavras, como forma de defender e proteger nossos “valores sagrados”, isto é, nossas aquisições mais fortes e poderosas, que nos servem como forma de sustentação.
Em razão disso, os freqüentes julgamentos que fazemos em relação às outras pessoas nos informam sobre tudo aquilo que temos por dentro. Explicando melhor, a “forma” e o “material” utilizados para sentenciar os outros residem dentro de nós.
Melhor do que medir ou apontar o comportamento de alguém seria tomarmos a decisão de visualizar bem fundo nossa intimidade, e nos perguntarmos onde está tudo isso em nós. Os indivíduos podem ser considerados, nesses casos, excelente espe¬lho, no qual veremos quem somos realmente. Ao mesmo tempo, teremos uma ótima oportunidade de nos transformar intimamente, pois estaremos analisando as características gerais de nossos conceitos e atitudes inadequados.
Só poderemos nos reabilitar ou reformar até onde con¬seguimos nos perceber; ou seja, aquilo que não está consciente em nós dificilmente conseguiremos reparar ou modificar.
Quando não enxergamos a nós mesmos, nossos compor¬tamentos perante os outros não são totalmente livres para que pos¬samos fazer escolhas ou emitir opiniões. Estamos amarrados a for¬mas de avaliação, estruturadas nos mecanismos de defesa - proces¬sos mentais inconscientes que possibilitam ao indivíduo manter sua integridade psicológica através de uma forma de “auto-engano.”
Certas pessoas, simplesmente por não conseguirem conviver com a verdade, tentam sufocar ou enclausurar seus sentimentos e emoções, disfarçando-os no inconsciente.
Em todo comportamento humano existe uma lógica, isto é, uma maneira particular de raciocinar sobre sua verdade; portanto, julgar, medir e sentenciar os outros, não se levando em conta suas realidades, mesmo sendo consideradas preconceituosas, neuróticas ou psicóticas, é não ter bom senso ou racionalidade, pois na vida somente é válido e possível o “autojulgamento”.
Não obstante, cada ser humano descobre suas próprias formas de encarar a vida e tende a usar suas oportunidades vivenciais, para tornar-se tudo aquilo que o leva a ser um “eu individualizado”.
Devemos reavaliar nossas idéias retrógradas, que estreitam nossa personalidade, e, a partir daí, julgar os indivíduos de forma não generalizada, apreciando suas singularidades, pois cada pessoa tem uma consciência própria e diversificada das outras tantas consciências.
Julgar uma ação é diferente de julgar a criatura. Posso julgar e considerar a prostituição moralmente errada, mas não posso e não devo julgar a pessoa prostituída. Ao usarmos da empatia, colocando-nos no lugar do outro, “sentindo e pensando com ele”, em vez de “pensar a respeito dele”, teremos o comportamento ideal diante dos atos e atitudes das pessoas.
Segundo Paulo de Tarso, “é indesculpável o homem, quem quer que seja, que se arvora em ser juiz. Porque julgando os outros, ele condena a si mesmo, pois praticará as mesmas coisas, atraindo-as para si, com seu julgamento”. (1)
O “Apóstolo dos Gentios” manifesta-se claramente, evidenciando nessa afirmativa que todo comportamento julgador estará, na realidade, estabelecendo não somente uma sentença, ou um veredicto, mas, ao mesmo tempo, um juízo, um valor, um peso e uma medida de como julgaremos a nós mesmos.
Essencialmente, tudo aquilo que decretamos ou sentenciamos tornar-se-á nossa “real medida”: como iremos viver com nós mesmos e com os outros.
O ser humano é um verdadeiro campo magnético, atraindo pessoas e situações, as quais se sintonizam amorosamente com seu mundo mental, ou mesmo de forma antipática com sua maneira de ser. Dessa forma, nossas afirmações prescreverão as águas por onde a embarcação de nossa vida deverá navegar.
Com freqüência, escolhemos, avaliamos e emitimos opi¬niões e, conseqüentemente, atraímos tudo aquilo que irradiamos. A psicologia diz que uma parte considerável desses pensamentos e experiências, os quais usamos para julgar e emitir pareceres, acon¬tece de modo automático, ou seja, através de mecanismos não per¬ceptíveis. É quase inconsciente para a nossa casa mental o que escolhemos ou opinamos, pois, sem nos dar conta, acreditamos estar usando o nosso “arbítrio”, mas, na verdade, estamos optan¬do por um julgamento predeterminado e estabelecido por “arqui¬vos que registram tudo o que nos ensinaram a respeito do que deveríamos fazer ou não, sobre tudo que é errado ou certo.
Poder-se-á dizer que um comportamento é completamente livre para eleger um conceito eficaz somente quando as decisões não estão confinadas a padrões mentais rígidos e inflexíveis, não estão estruturadas em conceitos preconceituosos e não estão alicerçadas em idéias ou situações semelhantes que foram vivenciadas no passado.
Nossos julgamentos serão sempre os motivos de nossa li¬berdade ou de nossa prisão no processo de desenvolvimento e crescimento espiritual.
Se criaturas afirmarem “idosos não têm direito ao amor”, limitando o romance só para os jovens, elas estarão condenando-se a uma velhice de descontentamento e solidão afetiva, desprovida de vitalidade.
Se pessoas declararem “homossexualidade é abominável” e, ao longo do tempo, se confrontarem com filhos, netos, parentes e amigos que têm algum impulso homossexual, suas medidas estarão estabelecidas pelo ódio e pela repugnância a esses mesmos entes queridos.
Se indivíduos decretarem ‘jovens não casam com idosos”, estarão circunscrevendo as afinidades espirituais a faixas etárias e demarcando suas afetividades a padrões bem estreitos e apertados quanto a seus relacionamentos.
Se alguém subestimar e ironizar “o desajuste emocional dos outros”, poderá, em breve tempo, deparar-se em sua própria existência com perplexidades emocionais ou dilemas mentais que o farão esconder-se, a fim de não ser ridicularizado e inferiorizado, como julgou os outros anteriormente.
Se formos juízes da “moral ideológica” e “sentimental”, sen¬tenciando veementemente o que consideramos como “erros alheios”, estaremos nos condenando ao isolamento intelectual, bem como ao afetivo, pela própria detenção que impusemos aos outros, por não deixarmos que eles se lançassem a novas idéias e novas simpatias.
“Não julgueis, a fim de que não sejais julgados”, ou mes¬mo, “se servirá para convosco da mesma medida da qual vos servistes para com eles”, quer dizer, alertemo-nos quanto a tudo aquilo que afirmamos julgando, pois no “auditório da vida” todos somos “atores” e “escritores” e, ao mesmo tempo, “ouvintes” e “espectadores” de nossos próprios discursos, feitos e atitudes.
Para sermos livres realmente e para nos movermos em qualquer direção com vista à nossa evolução e crescimento como seres eternos, é necessário observarmos e concatenarmos nos¬sos “pesos” e “medidas”, a fim de que não venhamos a sofrer constrangimento pela conduta infeliz que adotarmos na vida em forma de censuras e condenações diversas.

* A presente citação e todas as demais que iniciam cada capítulo foram extraídas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec. (Nota do autor espiritual.)
(1) Romanos, 2:1
Livro: Renovando Atitudes - Hammed



Especial gratidão


A gratidão é um sentimento nobre. Somente almas de superior qualidade a externalizam.

Quase sempre, o bem que se recebe é esquecido, tão logo circunstâncias outras se apresentem.

Mas, aquele garotinho de quatro anos era mesmo um ser especial. Quando começou a passar mal, seus pais o levaram ao médico. Os sintomas de vômito, febre e dor na barriga foram diagnosticados como gastroenterite.

O diagnóstico errado conduziu o pequenino a uma cirurgia de emergência. Um apêndice perfurado causara um grande estrago interno. De tal forma que o médico optou por deixar a incisão aberta e dois drenos.

Todas as manhãs, o médico vinha verificar a incisão e fazer o curativo. O garotinho gritava feito louco durante essas visitas.

E começou a associar o médico com tudo de ruim que lhe estava acontecendo.

Durante uma semana, os drenos deixaram escorrer o veneno de dentro do seu corpo de apenas dezoito quilos.

A melhora se instalou e pai, mãe e filho se dispuseram a deixar o hospital. Já no elevador, com as portas começando a fechar, eles viram o médico correr em sua direção.

Um exame de sangue de última hora havia detectado uma queda radical na contagem de glóbulos brancos.

O menino retornou para a cirurgia para limpeza de novas bolsas de infecção no seu abdômen.

Finalmente, depois de vários dias de tratamento, muitos sustos para os pais, que viram a sombra da morte colocar suas cores no rosto do filho, eles foram para casa.

Agora, outro problema se apresentava: as contas a pagar. O pai ficara muito tempo afastado da atividade profissional, por conta da enfermidade do filho.

Havia contas domésticas, da empresa e, acrescidas, ademais, por enormes contas hospitalares. A primeira dessas era de trinta e quatro mil dólares.

Poderia ser um milhão, disse o pai. Tanto faz. Não tenho como levantar essa quantia.

Não podemos pagar isto agora, disse ele para a esposa.

Naquele exato momento, o filho veio da sala e surpreendeu o casal com uma estranha declaração. Ele ficou de pé na extremidade da mesa, colocou as mãos na cintura e falou:

Papai, Jesus usou o doutor para ajudar a me consertar. Você precisa pagar a ele.

Então, se virou e saiu. Marido e mulher se entreolharam. O que fora aquilo?

Ambos foram pegos de surpresa, de vez que o garoto entendera que o cirurgião era a fonte de todas as apalpadelas, cortes, espetadelas, drenagens e dores.

E o pai ficou a pensar como fora estranha aquela proclamação na cozinha. Afinal, quantas crianças de quatro anos analisam as angústias financeiras da família e exigem o pagamento para um credor?

E, principalmente, um credor de quem ele nunca gostou particularmente...

Os que ouvimos a história dessa família concluímos: o garoto estava agradecido e, na sua gratidão, não podia deixar de pedir que quem o salvara da morte, recebesse o seu justo pagamento.

Deixemo-nos contaminar por esse belo sentimento e recordemos se a alguém ou a vários alguéns não estamos devendo expressões de gratidão.



  Livro O céu é de verdade,cap, 9,10.11, de Todd Burpo, com Lynn
 Vincent, ed. Thomas Nelson Brasil.
 Em 26.03.2012.







domingo, 25 de março de 2012

Solidão






Dizem ser esta a pior e mais contraditória enfermidade da emoção, nos tempos modernos. Cercado de pessoas nos problemas da superpopulação, o Homem se descobre isolado em si mesmo, padecendo de solidão.

No entanto, desde que os fenômenos da consciência se ergueram como cenário para a atual jornada evolutiva e, a partir do momento em que o Homem atingiu o seu estágio de lucidez, deixando os limites da selva em busca do desenvolvimento das emoções, tal problemática o acompanha.

Lembremo-nos que, em alguns de seus aspectos, a solidão é consequência direta do egoísmo. Levado a isolar-se, no afastamento natural e espontâneo dos demais por acreditar proteger-se e preservar suas conquistas transitórias, descobre-se o Ser Humano invejado pelos outros e, por isso, teme que estes estejam à espreita para surrupiar-lhe o tesouro material, social e emocional.

Isolando-se, isola-se e se contamina com as amargas consequências de não se sentir sinceramente querido.

Eis a solidão do solitário que demoliu todas as pontes que poderiam trazer-lhe companhia e que, agora, por isso lamenta-se, ilhado em seu próprio penhasco.

Enquanto culpar os outros e não reconstruir as ligações com os demais, permanecerá nesse estado íntimo.

A desencarnação do ser amado, a ausência de companheirismo, os problemas que parecem grandes demais e que não contam com a ajuda de ninguém, a solidão física, a ausência de outro coração com o qual dividir-se, a falta de compreensão alheia, etc.

Tais sensações se agravam quando o solitário se compara a outras criaturas à sua volta. Presenciar gestos de carinho entre outras pessoas que se amam ou parecem se corresponder produz um aperto íntimo e uma pergunta imediata:

Por que eu também não encontro alguém?

Em casos como estes, cuja gênese do problema se radica não tanto no egoísmo íntimo, mas nos desencontros e no descompasso, a solidão necessita de uma melhor análise e, surpreendentemente, poderá ser transformada de ação punitiva do destino em ação educativa do Universo.

Imagine o capitão de um grande transatlântico, responsável por toda uma estrutura complexa e cheia de problemas. São os passageiros, os tripulantes, as máquinas, o combustível, a segurança do deslocamento, as regras da navegação, os processos de abastecimento, as condições do tempo e do mar, entre tantos fatores difíceis.

E, no entanto, para dirigir um barco tão grande e complexo por águas seguras, lá está um só homem responsável pelo comando. É verdade que terá auxiliares que o colocarão ao corrente de tudo. No entanto, ele é quem deverá tomar decisões.

De maneira semelhante, cada um dos que habitam a matéria, envergando uma túnica carnal, ostenta a condição de capitão ou comandante a ter de domar não um grande navio, mas uma máquina muito mais complexa do que a embarcação de aço.

Os corpos físicos são maquinaria mais engenhosa que todas as redes de suprimentos, abastecimento e distribuição de água, energia elétrica, calefação, alimentos e outras que possam existir em um navio, juntas.

Muitas vezes, somente na situação de solidão íntima o comandante pode ajuizar com discernimento o que fazer para melhor conduzir o barco. E se o mar estiver um tanto sereno, como é o sonho de todo navegador, o que pensar do capitão que mudasse a rota da embarcação para expô-la a águas revoltas ou turbulentas à conta de conseguir mais emoção na travessia?

Seria chamado de louco, certamente.

No entanto, muitas vezes, diante de situações que se afiguram trajetos silenciosos de nossa embarcação física, por nos sentirmos monotonamente solitários, buscamos águas tumultuosas como quem, desejando emoções e sem saber esperar o porto seguro que aguarda mais adiante, atira a nau contra obstáculos que põem em risco todo o objetivo daquela construção maravilhosa.

A todo navio está destinado um porto de saída e outro de chegada. No entanto, seu destino é navegar buscando sair de um a atingir o outro. A travessia pode ser longa ou breve, calma ou tumultuosa, fácil ou cheia de percalços. Todavia, é importante que o comandante do barco físico se lembre de que, se souber conduzi-lo por águas serenas, chegará ao destino sem muitos danos e poderá sentir-se feliz por ter vencido o desafio.

O comandante traça rotas que pretende sejam as mais seguras. No entanto, é o mar da existência que se incumbirá de produzir-lhe as efetivas condições favoráveis ou adversas pelas quais deverá navegar. Nem sempre, todavia, o capitão consegue evitar as tormentas, por mais prudente que seja na escolha dos caminhos.

Saber evitar os riscos desnecessários bem como conduzir a nau pela fúria dos elementos com a mão segura, isso dependerá de sua própria iniciativa.

A solidão, nestes casos, é salutar experiência na existência humana fazendo com que, a cada viagem, mais sábio se torne o comandante do navio. Certamente, não seguirá solitário sempre, pois poderá contar com pessoas à sua volta, como conselheiros, amigos, familiares queridos, espíritos protetores, todos no sentido de contribuírem com o capitão para que tudo prossiga bem. No entanto, o comandante é o responsável pelo destino da embarcação.

Percebendo que não estamos a sós e que de nós depende toda a harmonia do conjunto que espera por suas seguras determinações, cada qual nos preparamos para os embates da vida na certeza de que, nas calmarias ou nas tormentas, a bússola da consciência tranquila apontará o rumo do porto a ser buscado. Para as situações em que parecer que o instrumento norteador avariou-se, a inundar de receios o capitão perdido no oceano da vida, lembrar-se-á que, sobre ele, os astros, silenciosos do firmamento saberão indicar-lhe, seja de dia, seja durante a noite, a direção a seguir.

Para os casos deste tipo, lembremo-nos da alegria que nos espera no porto, dos braços estendidos, dos amigos e de que, tão logo cesse aquela travessia, a solidão bem conduzida permitirá ao comandante reencontrar de maneira segura e confiante a solução para o vazio íntimo, sem ter colocado o barco inteiro em risco de afundar.

Saber passar por uma travessia solitária sem buscar as emoções tempestuosas, ensinará o capitão a conhecer-se e a se lembrar que, por mais que se pense sozinho, há muita gente que o está ajudando a vencer aquela viagem. São os seus auxiliares no barco corpóreo – a saúde, os órgãos físicos, a percepção dos sentidos. Depois contará com os instrumentos para a navegação como a consciência, a fé em Deus, o leme robusto do Evangelho. Por fim, e acima de tudo, terá Jesus ao seu lado e todas as ajudas invisíveis que o apoiarão sempre para que a nau chegue segura ao seu destino.

Quem pode se sentir solitário com tantas companhias assim por perto?

Quem pode se acreditar em solidão quando Deus o acompanha?

Foi Jesus quem nos aconselhou assim, em Jo. 12,24: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo por terra, não morre, fica sozinho; porém, se morre, produz muito fruto.”


Públio

Por André Luiz Ruiz

Livro: Jesus no Teu Caminho






 

  


Uma nova oportunidade



Há algum tempo, a mídia veiculou uma notícia interessante. Dizia que jovens que cometeram crimes na Inglaterra, após cumprirem a pena estabelecida pela Justiça, voltavam ao convívio social, com nomes diferentes.

 A troca de identidade foi providenciada para que não houvesse discriminação por parte da população, e para que os jovens não fossem condenados outra vez, pelo preconceito.

 Enfim, estariam recebendo uma nova chance de acertar o passo e crescer.

 Isso parece justo, pois o ser humano tem um senso de julgamento um tanto estreito e dificilmente oferece oportunidade para quem já teve o nome anotado nos registros policiais.

 Com uma nova identidade, aqueles jovens teriam possibilidade de se reintegrar ao convívio social, encontrar emprego e ter uma vida digna.

 Fazendo um paralelo com essa medida adotada pelas autoridades inglesas e a Justiça Divina, podemos entender um pouco mais a respeito da realidade da Lei da reencarnação.

 Deus nos oferece inúmeras chances de acertar o passo no compasso das Suas Soberanas Leis, por esse mecanismo de troca de identidade.

 Isso se dá pelo despojamento do corpo físico, com a morte, e pela possibilidade de voltar ao palco terrestre em um novo corpo, uma nova identidade e outro nome.

 Em outras palavras: saímos de cena, pelas portas do túmulo, e retornamos a ela pelas portas do berço, sem perder os conhecimentos adquiridos até então.

 É assim que Deus nos renova infinitas chances de crescer e conquistar a paz de consciência, ajustando-nos com as Leis que regem o Universo moral.

 Assumindo uma nova identidade, mas sem perder suas conquistas anteriores, o Espírito infrator terá nova oportunidade de reconquistar as pessoas às quais prejudicou, obter novamente a confiança da sociedade e progredir.

 Um exemplo disso e a prova de que dá certo, é o caso de Judas, o traidor de Jesus.

 A Humanidade cristã ainda o espanca e o incendeia, personalizado num boneco, feito para ser malhado, até os dias de hoje, mesmo que seu delito tenha ocorrido há mais de dois milênios.

 Mas esse mesmo Espírito já voltou ao palco terrestre inúmeras vezes e já está muitos degraus acima daqueles que o malham todos os anos.

 Em sua última aparição nos palcos terrestres, esse mesmo Espírito, usando uma nova identidade, ficou conhecido no Mundo inteiro, como a brava guerreira francesa Joana D´arc.

 Mas isso só aconteceu porque não foi reconhecido, senão teria sido espancado até à morte, pelos justiceiros terrenos.

 Com as possibilidades mediúnicas de que era portadora, a jovem francesa recebia orientações diretas dos amigos espirituais e as seguia com incontestável fidelidade.

 Conquistou a paz da própria consciência permanecendo fiel às vozes do Além, até o sacrifício na fogueira, sem abjurar ou negar as verdades que conhecia.

 Assim fica mais fácil entender que realmente Deus não quer a morte do pecador, mas a sua redenção.

 Se a redenção do Espírito que animou o corpo de Judas dependesse dos homens, certamente jamais teria obtido outra chance até hoje.

 Mas Deus, que é a Soberana Justiça e Misericórdia, permitiu que aquele Espírito mudasse de nome, de personalidade, a fim de aprender e crescer, para atingir o objetivo de todos os filhos de Deus, que é a conquista da felicidade suprema.


 A reencarnação é abençoado e valioso ensejo que o Espírito recebe para a própria sublimação, na longa jornada da Imortalidade.
 


 

quinta-feira, 22 de março de 2012

Amigo e Servo





“Ninguém pode servir a dois senhores”.

 MATEUS. : 6;- 24.

“Difunde, em torno de ti, com os socorros materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho a amor do próximo. Coloca tuas riquezas sobre uma base que nunca lhes faltará e que te trará grandes lucros: a das boas obras.” - Cap.16; 11.


Consulta o dinheiro que encostraste por disponível e analisa-lhe a história por um instante! É provável tenha passado pelos suplícios ocultos de um homem doente, que se empenhou a gastá-lo em medidas que não lhe aplacaram os sofrimentos; terá rolado em telheiros, onde mães desvalidas lhe disputaram a posse, nos encargos de servidão; na rua, foi visto por crianças menos felizes que o desejaram, em vão, pensando no estômago dolorido; e conquistado, talvez, por magro lavrador nas fadigas do campo, visitou-lhe apressadamente a casa, sem resolver-lhe os problemas...

Entretanto, não teve o longo itinerário somente nisso.

Certamente, foi compelido a escorar o ócio das pessoas inexperientes que desertaram da atividade, descendo aos sorvedouros da obsessão; custeou o artifício que impeliu alguém para a voragem de terríveis enganos; gratificou os entorpecentes que aniquilam existências preciosas; e remunerou o álcool que anestesia consciências respeitáveis, internando-as no crime.

Que farias de um lidador prestimoso, que te batesse à porta, solicitando emprego digno? de um cooperador humilhado por alheios abusos, que te rogasse conselho, a fim de reajustar-se e servir? O dinheiro de sobra, que nada tem a ver com tuas necessidades reais, é esse colaborador que te procura pedindo orientação.

Não lhe congeles as possibilidades no frio da avareza, nem lhe esconda as energias no labirinto do monopólio.

Acata-lhe a força e enobrece-lhe os movimentos, na esfera de obrigações que o mundo te assinalou.

Hoje mesmo, ele pode obter, com teu patrocínio a autoridade moral do trabalho para o companheiro, impropriamente julgado inútil; o revigoramento do lar que a privação asfixia; o livro edificante que clareie as trilhas dos que se transviam sem apoio espiritual o alento aos enfermos desprotegidos; ou a tranqüilidade para irmãos atenazados pelos aguilhões da penúria que,freqüentemente, lhes impõem o desequilíbrio ou a morte, , antes mesmo de serem amparados no giro da mendicância.

Dinheiro de sobra é o amigo e servo que a Divina Providência te envia para substituir- te a presença, onde as tuas mãos, muitas vezes, não conseguiu chegar.

Sim, é possível que, amanhã, outras criaturas venham a escravizá-lo sob intenções inferiores, mas ninguém apagará o clarão que acendeste com ele para a felicidade do próximo, porque, segundo as leis inderrogáveis que governam a vida, o bem que fizeste aos outros a ti mesmo fizeste.


Emmanuel - Do livro: O Livro da Esperança, Médium: Francisco Cândido Xavier




Pesos e medidas



Bem-aventurados os que têm sede de justiça, porque serão saciados. Essa afirmativa de Jesus nos faz pensar se podemos nos incluir no número dos que têm sede de justiça.

Segundo os dicionários, justiça quer dizer conformidade com o direito. Virtude de dar a cada um o que é seu.

Jesus, no entanto, se referiu à justiça recomendando que fizéssemos ao próximo o que gostaríamos que o próximo nos fizesse.

Todavia, nós que, tantas vezes, temos cobrado da Divindade que sacie a nossa sede de justiça, se analisarmos profundamente, não estamos verdadeiramente com sede de justiça, no real sentido do termo.

No convívio diário, muitas vezes nos surpreendemos agindo de forma injusta.

O trato com as pessoas que nos rodeiam é diferenciado conforme a posição social ou financeira, de subalternidade ou de autoridade, de que cada uma esteja investida.

Se nos dirigimos à serviçal que faz a faxina, por exemplo, falamos de determinada forma, num tom de voz e atenção distinto do que empregamos para falar com pessoas que ocupam cargos que, a nosso ver, são mais importantes.

Se a pessoa que nos procura está vestida com trajes elegantes, mesmo que não saibamos de quem se trate, a nossa deferência é imediata.

Mas, se está envolta em andrajos, bem diferente é a nossa atenção.

Outro exemplo, é quando nosso veículo começa a demonstrar sinais de que em breve terá o motor fundido. Qual a primeira idéia que nos vem à mente?

Se fôssemos pessoas justas, certamente faríamos uma boa revisão reparando os danos e, ao ofertá-lo a alguém, no caso de venda, falaríamos a verdade ao comprador.

Mas o que normalmente ocorre é a idéia de passá-lo adiante o mais rápido possível. E quem comprá-lo que fique com o prejuízo. Afinal, o mundo é dos espertos, pensamos.

Mas nos dizemos pessoas justas.

Se o inverso acontece conosco, imediatamente nos indignamos diante do que chamamos uma grande desonestidade. Como pôde alguém nos vender um veículo prestes a fundir o motor? Que injustiça!

Se observamos os governantes corruptos a tirar vantagens pessoais com os recursos públicos, imediatamente levantamos a voz para criticar e exigir justiça.

Mas, quantos de nós compramos atestados falsos para ludibriar o patrão e receber o salário integral?

Usamos, nos vários momentos, dois pesos e duas medidas. E como nos conhecemos, sabemos porque agimos dessa maneira. Sabemos quais são as nossas verdadeiras intenções.

Assim, podemos nos perguntar: Será que temos mesmo sede de justiça? Ou será que nos pesos e medidas só temos pensado em nós mesmos?

A promessa do Cristo é real e se cumprirá quando efetivamente tivermos sede de justiça, usando, como a Justiça Divina, um único peso e uma única medida, com imparcialidade.

Os Espíritos superiores recomendam que, caso tenhamos dúvidas quanto ao procedimento que devamos adotar com alguém, que nos coloquemos no lugar desse alguém e façamos exatamente o que desejaríamos que nos fosse feito.

Dessa forma, jamais nos equivocaremos, uma vez que todos queremos o melhor para nós mesmos.

Pensemos nisso!