fundo

Quando aceitamos o que recebemos, vivemos melhor. Quando as adversidades nos ensinam a nadar, atravessamos o mar. Quando as barreiras dizem que não podemos e não somos capazes, podemos nos redobrar de forças e vencer os obstáculos .

sábado, 28 de abril de 2012

Verdadeira compaixão




 Quando resolveu contar histórias para crianças em hospitais, como voluntário da associação Viva e deixe viver, aquele desembargador teve de superar a si mesmo.
No dia escolhido para seu turno, na ala de queimados de um grande hospital de São Paulo, ele colocou seu nariz de palhaço, ajeitou seu avental colorido e enfrentou a forte visão das crianças com queimaduras.
Foi um grande choque. Porém, em poucos minutos, ele já estava solto.
Sabia que sua maneira de exercitar a compaixão ali era dar alegria a quem estava mergulhado no sofrimento.
O que ele não podia, naquele momento, era sentir dó, piedade, peninha. Por isso riu e arrancou muitos sorrisos, com as histórias que contou.
Foi um verdadeiro sucesso. Quando estava quase saindo, sentiu um puxão no seu avental. Era um menino de uns cinco anos, com o rosto quase totalmente envolto por bandagens e esparadrapos.
O garoto fez um sinal para o desembargador se inclinar e disse bem baixinho no seu ouvido: Tio, pode não parecer, mas eu estou rindo...
Aí não teve jeito, algo se desmanchouem seu coração. Percebeu que ele se tornou mais terno, mais terno, e perdeu um pouco sua carapaça habitual de dureza.
Como não preenchê-lo de amor por aquela criança vivendo condições tão difíceis?
O sentimento da compaixão é mesmo um transbordamento amoroso. Como as lágrimas, que rolam dos olhos por causa da emoção, ela transborda diretamente do coração, só que em direção ao mundo.
Quando sentimos pena, olhamos de cima para baixo, evitando o envolvimento com a situação ou com o outro.
Quando vivemos a compaixão, olhamos de lado, de dentro e nos sentimos responsáveis, comprometidos com o outro.
A verdadeira compaixão tem por base o raciocínio de que todo ser humano tem o desejo inato de ser feliz e de superar o sofrimento, exatamente como nós.
E, exatamente como nós, o outro tem o direito de realizar essa aspiração fundamental.
O filósofo André Comte Sponville esclarece que compartilhar o sofrimento do outro não é aprová-lo nem compartilhar suas razões, boas ou más, para sofrer.
É recusar-se a considerar um sofrimento, qualquer que seja, como um fato indiferente. E um ser vivo, qualquer que seja, como coisa.
Os grandes missionários da Terra, aqueles que se dedicaram ao próximo de forma intensa, foram grandes exemplos dessa compaixão, pois não cederam à indiferença.
Não suportaram ver o sofrimento alheio sem fazer nada a respeito e se atiraram a tarefas grandiosas de abnegação e coragem pelo mundo.
A compaixão é dinâmica, atuante e vibrante.
Eis mais uma virtude que podemos aprender. Mais um tesouro escondido na alma que precisa ser descoberto.
Deixai que o vosso coração se enterneça ante o espetáculo das misérias e dos sofrimentos dos vossos semelhantes.
Vossas lágrimas são um bálsamo que lhes derramais nas feridas e, quando, por bondosa simpatia, chegais a lhes proporcionar a esperança e a resignação, que encanto não experimentais!

  Momento Espírita


A Impiedade



A falta de piedade e de indulgência na apreciação do comportamento dos outros, tem causado infelicidade e desgosto na vida de muitas pessoas.

Um dia desses uma senhora narrava o seu desconforto, quando percebia os comentários ácidos a seu respeito, quando ela e o marido buscavam os primeiros lugares para se sentar, nos eventos de que participavam.

Ela, uma senhora muito jovial, sempre sorridente, simpática e cordial, é portadora de uma deficiência auditiva grave.

Mesmo com a ajuda dos aparelhos precisa da leitura labial para entender o que as pessoas falam.

É esse o motivo pelo qual sempre busca os primeiros lugares, e o esposo lhe faz companhia.

Na tentativa de evitar os comentários maldosos, ela costumava se justificar, sempre que havia alguém por perto, quando ia se sentar na primeira fila.

Com o passar do tempo, notou que não bastava dar satisfação a uns, pois sempre restava alguém para comentar maldosamente a sua atitude.

Como o casal se tornou conhecido em muitos dos lugares que freqüenta, é comum encontrar duas poltronas reservadas, bem à frente, para se sentar. E isso incomoda os impiedosos de plantão.

Mais uma vez temos que dar razão a Jesus, quando recomendou o não julgueis.

Quem desconhece todos os porquês das atitudes de cada pessoa, e estabelece julgamentos precipitados e maldosos, acaba agindo com impiedade e injustiça.

Foi o que ocorreu com uma jovem cantora, portadora de deficiência visual, que se apresentava num restaurante.

Um cliente, que simpatizou com a moça, passou a fazer gestos de aprovação e a lhe mostrar, vez ou outra, um copo com bebida, oferecendo-lhe um drinque.

Como a moça não demonstrava nenhum sinal de interesse ou agradecimento, ao final da apresentação ele foi até o palco e despejou um copo de bebida com pedras de gelo sobre os pés da cantora, e falou:

“Isto é para você deixar de ser mal-educada e indiferente aos meus galanteios!”

A moça, que não sabia o que estava acontecendo, saiu tateando, assustada, em busca de alguém que a ajudasse a entender a situação.

E o rapaz, só depois do vexame, se deu conta de que a cantora não era mal-educada, nem indiferente, apenas não podia vê-lo.

Casos como esses nos levam a refletir sobre como somos impiedosos ao julgar indivíduos que desconhecemos.

Não seria mais justo e coerente não julgar?

E o que é mais lamentável é que mesmo percebendo que fomos injustos e impiedosos, dificilmente pedimos desculpas.

A consciência nos acusa, mas o orgulho nos impede o gesto de humildade.

E o orgulhoso sofre mais, não há dúvida. Ele prefere a autopunição, com enfermidades variadas, a um pedido sincero de perdão.

É mais fácil para o orgulhoso amargar uma doença, causada pela consciência de culpa, do que reconhecer que falhou na apreciação de pessoas ou situações.

E como a consciência nos acompanha dia e noite, e não podemos fazê-la calar-se, é preciso ouvi-la com mais atenção.

Procure observar o mundo com olhos de fraternidade, de piedade, de compaixão.

Considere que as aparências podem nos enganar, muitas e muitas vezes.

Para construir um mundo onde a felicidade esteja mais presente, é preciso corrigir o nosso olhar e a nossa forma de apreciação de pessoas e situações.

Pensemos nisso, sempre que a tentação de julgar os outros se apresentar.

Momento Espírita


Estudo Espiritual



“Estudo espiritual é o estudo dos meus pensamentos, minhas atitudes e minha visão.
Tudo isso são expressões de mim mesmo, o ser inteligente.
Quando meus pensamentos são elevados, estou expressando meu eu mais elevado.
Quando minha atitude é aberta, confiante e doadora, estou expressando meu eu mais elevado.
Quando minha visão é inclusiva e não-julgadora, estou expressando meu melhor.”

Brahma Kumaris

Privações





O homem deve esforçar-se por viver bem, preservar-se da dor e ser feliz.
Constitui um imperativo da lei de conservação que ele busque se furtar a experiências dolorosas.
Entretanto, nem todos os sonhos e desejos humanos se realizam.
No contexto de uma única existência, sempre há certas dificuldades incontornáveis.
Algumas pessoas possuem marcante fragilidade física.
Desde a infância, ou a partir de dado momento, vivem a braços com dores e enfermidades.
Já outras não conseguem sucesso profissional ou tranquilidade financeira.
Há também as que não se realizam afetivamente.
Também são comuns os casos de importantes inibições.
Há quem não consiga falar em público, tomado de profunda timidez.
Ou então apresenta bloqueios e dificuldades sexuais.
Por certo, tudo isso constitui desafios.
Sendo possível, a superação deve ocorrer.
Mas tal nem sempre acontece e a situação desconfortável acompanha a criatura por longo tempo, talvez por toda a sua vida.
Nesse contexto, é importante não se amargurar e nem se revoltar com a Providência Divina.
Há muito tempo, Jesus formulou interessantes reflexões a respeito de determinadas privações na vida humana.
Ele asseverou que se a mão, o pé ou o olho de alguém é motivo de escândalo, mais vale extirpá-lo do que se perder.
É importante transcender a imagem literal para alcançar os possíveis sentidos dessa contundente afirmação.
A ênfase parece residir na priorização dos objetivos eternos, mesmo que à custa de alguns sacrifícios passageiros.
Ora, o Espírito anima incontáveis corpos físicos em sua jornada pela eternidade.
É um viajor do infinito, na busca da perfeição.
Mas, por vezes, utiliza mal alguns recursos que lhe vêm às mãos.
Chega a se viciar em determinados equívocos.
Por exemplo, ao contato com a riqueza torna-se arrogante e egoísta.
Acha-se superior aos pobres e não lhes estende as mãos.
Ou então gasta sua saúde em loucuras.
Afeiçoa-se ao hábito de noitadas, come e bebe demais.
Ao vivenciar a prova da beleza física, seduz e infelicita os semelhantes.
Ocorre que, ao retornar ao mundo espiritual, vê-se miseravelmente infeliz.
Compreende que utilizou muito mal os talentos e os meios que recebeu.
Então, a fim de aprender a valorizá-los, programa uma nova existência na qual será privado do que malbaratou no passado.
Assim, o que hoje falta, possivelmente, já foi mal utilizado no pretérito.
A privação atual constitui um tratamento espiritual, um processo educativo e não uma injustiça.


  Federação Espírita do Paraná

Guardemos o Cuidado



... mas nada é puro para
os contaminados e
infiéis.
(Paulo. Tito, 1:15)

O homem enxerga sempre, através da visão interior.
Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.

Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.
Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares.
Daí, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.
Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.
Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais.
Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade.
Ante o amigo chamado á carreira pública, mentalizamos a tirania política.
Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.
Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.
Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.
Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas.
Os males, contudo, sobram sempre.
Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.
Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.
Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz. 

Xavier, Francisco Candido. Da obra: Fonte Viva.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
21a edição. Lição 34. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1997.


 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Limites saudáveis



Ter limites é pensar e agir de forma que se possa defender os verdadeiros direitos pessoais. É o ato de concretizar nossos sentimentos e pensamentos sem subtrair os direitos dos outros, ou seja, é escolher atividades e tomar atitudes com respeito pelas pessoas e por nós mesmos.

O ato de servir amorosamente é a maior tarefa que podemos desenvolver na escola da vida. Amar é tudo de que necessitamos para melhorar nossa existência. Porém, em nome do amor, não devemos usar a faculdade medianímica como um meio de consertar o mundo de forma precipitada, desrespeitando o nível de amadurecimento espiritual em que se encontram as criaturas. Podemos cooperar com o processo da Vida, nunca forçá-lo.

Para muitos, a expressão “dedicação ao próximo” tem o significado de “ajuda ilimitada”, na qual a pessoa sente necessidade imperiosa de dedicar-se ao socorro dos outros, afirmando para si mesma ser uma forma de resgatar sua parcela de contribuição junto à humanidade.

O indivíduo equilibrado e amadurecido sabe, antes de tudo, que não precisa ficar no encalço de redenção de almas ou viver só pensando nos outros, exaltando o esforço e o sacrifício. Não deve subestimar a lei do progresso que existe em germe em cada indivíduo, produto genuíno de sua filiação divina. Compreende perfeitamente que a aprendizagem espiritual é relativa em cada indivíduo e que ninguém poderá fazê-la por nós nem pelos outros. Dar assistência a alguém e ensiná-lo a crescer é diferente de constrangê-lo e obrigá-lo ao crescimento.

Os limites são vitais nas relações humanas. Estabelecer para nós fronteiras saudáveis está relacionado com: crescer com autoestima, saber lidar com sentimentos e aprender a amar verdadeiramente, dando-nos, assim, segurança interior. Eles determinam o equilíbrio das relações pessoais, um eficiente intercâmbio de valores imortais, nunca um relacionamento de abuso ou de exploração. Limites facilitam o bom senso, para que possamos perceber quando devemos ou não dar, de nós mesmos, de nosso tempo, de nossos dons espirituais. Ao determinarmos divisas à nossa vida, saberemos para onde iremos e até onde permitiremos a outros virem conosco. Somente uma pessoa desonesta diz “poder fazer o que não pode” ou “possuir o que não tem”.

Limites são pré-requisitos para demarcar nossas fronteiras energéticas. Quando abrimos mão de tudo, impensadamente, não identificamos onde nós terminamos e onde o outro começa. Não somente fica fragilizado nosso território magnético, mas também o corpo físico e o astral, o campo emocional e o mental, além de nossos bens e direitos.

Indivíduos descontrolados não possuem limites. Não respeitam as possibilidades, tampouco a individualidade dos outros. Invadem, de forma constante, nossa privacidade e transgridem nossos territórios emocionais, acreditando estar no direito de fazer isso.
Desenvolver limites saudáveis nos dá uma percepção exata de até onde nos permitimos ir, em relação com os outros e com nós mesmos. Precisamos aprender a “dizer sim”, ou a “dizer não”, quando necessário.

Quando queremos que os outros pensem e ajam pelos nossos padrões existenciais, desrespeitamos seus limites emocionais, mentais e espirituais, atraindo fatalmente pessoas que agirão da mesma forma para conosco. Somente se dá aquilo que se possui. Como, pois, exigir limites de alguém, se ainda não sabemos estabelecer nossos próprios limites?

Enquanto os indivíduos abrirem mão de seu poder pessoal, dado por Deus, de sentir, pensar, agir e de conduzir-se no agora com o melhor de si, e permitirem que os outros determinem quando devem ficar alegres ou tristes, o que devem dizer ou fazer, ou como lidar com determinada situação, serão como folhas perdidas no solo durante uma tempestade: conduzidas aleatoriamente para onde o vento levar…

Fonte: extraído do livro “A Imensidão dos Sentidos”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed. Editora Boa Nova.


O Diamante




O Hindu chegou aos arredores de certa aldeia e aí sentou-se para dormir debaixo de uma árvore. Chega correndo, então, um habitante daquela aldeia e diz, quase sem fôlego:

- Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.

- Mas que pedra? – pergunta-lhe o Hindu.

- Ontem à noite, eu vi meu Senhor Shiva e, num sonho, ele disse que eu viesse aos arredores da cidade, ao pôr-do-sol; aí devia estar o Hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa que me faria rico para sempre.

Então, o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou a pedra e foi dizendo:

- Provavelmente é desta que ele lhe falou; encontrei-a numa trilha da floresta, alguns dias atrás; podes levá-la!

E assim falando, ofereceu-lhe a pedra. O homem olhou maravilhado para a pedra. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo. Pegou, pois, o diamante e foi-se embora. Mas, quando veio a noite, ele virava de um lado para o outro em sua cama sem conseguir dormir. Então, rompendo o dia, foi ver novamente o Hindu e o despertou dizendo:

- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão facilmente!

Fonte: texto extraído do site http://contoseparabolas.no.sapo.pt/03outros/sufi.htm





Beleza



“A verdadeira beleza, aquela que eu pretendo, está em fazer o bem em troca do mal”.
-- Gandhi


 

“O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec



Os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam.
Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos evocados.
As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais.

Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria.
(Capítulo 20 – Item 227)

Lider



Só há um caminho para liderar que é através do exemplo.
 Sempre existe alguém nos observando."


Fala Amparando



Quando estiveres a ponto de condenar alguém, lembra-te de ti mesmo.
Quantas vezes terás ferido, quando te propunhas a auxiliar?
Muitos daqueles que povoam as penitenciarias, dariam a própria vida para que o tempo recuasse, propiciando-lhes ensejo de se fazerem vítimas ao invés de verdugos...
Prefeririam cegueira e mudez no instante de vazarem a acusação ou extrema paralisia na hora da violência.
E qual acontece aos irmãos segregados no cárcere, quantas criaturas carregam enfermidade e frustração nas grades mentais do arrependimento tardio?
Trajam-se em figurino recente e conservam a bolsa farta, mas, por dentro trazem desencanto e remorso por fogo e cinza no coração.
Supõem-se livres, no entanto, jazem presas, intimamente, na cela de angústia em que enjaularam a própria alma, por não haverem calado a frase cruel no momento oportuno...
Poderiam ter evitado o desastre moral que lhes dói na lembrança, contudo, por se acomodarem à impaciência, atearam o incêndio que resultou em loucura e destruição.
Não sirvas vinagre e fel à mesa da própria vida.
Onde surpreendas perturbação e sombra estende o socorro da paz e o benefício da luz.
Compadece-te dos ingratos e desertores, quanto te condóis dos que passam sob teus olhos, mutilados e infelizes.
Ninguém praticaria o mal se, antes, lhe conhecesse o fruto amargoso.
Compreendamos para que sejamos compreendidos.
Agora, talvez, poderás censurar os erros dos semelhantes.
Amanhã, porém, mendigarás o perdão dos outros pelos teus desatinos.
Entrega a aflição de cada dia ao silêncio de cada noite.
Lembra-te de que, por maiores tenham sido os desregramentos da Humanidade na Terra, o Céu nunca fez coleções de nuvens para amaldiçoar ou punir, mas sim, cada manhã, acende o brilho solar por mensagem bendita de tolerância e de amor, endereçando aos homens a esperança infatigável de Deus.

(Francisco Cândido Xavier por Meimei. In: Irmãos Unidos)



segunda-feira, 23 de abril de 2012

Decálogo para médiuns



1 – Rende culto ao dever.
Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das
próprias obrigações.

2 – Trabalha espontaneamente.
A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.

3 – Não te creias maior ou menor.
Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão.

4 – Não esperes recompensas no mundo.
As dádivas do Senhor, como sejam os fulgores das estrelas e a carícia da fonte, o lume da prece e a benção da coragem, não têm preço na Terra.

5 – Não centralizes a ação.
Todos os companheiros são chamados a cooperar, no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas.

6 – Não te encarceres na dúvida.
Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou
daquele intérprete da verdade, procede originariamente de Deus.

7 – Estuda sempre.
A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância.

8 – Não te irrites.
Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre.

9 – Desculpa incessantemente.
O ácido da crítica não te piora a realidade, a praga do elogio não te altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizem à conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência
limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca.

10 – Não temas perseguidores.
Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poema da eterna ressurreição.

André Luiz
 O Espírito da Verdade
Francisco Cândido Xavier /Waldo Vieira




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domingo, 22 de abril de 2012

Hereditariedade




 Realmente, não podemos negar os princípios da hereditariedade em formação do corpo físico.

O fruto é a síntese da árvore.

A casa construída revela a qualidade do operário que lhe assegurou o levantamento.

Nossos pais, na Terra, por isso mesmo, são os artífices da genética, plasmando o instrumento adequado à nossa materialização, a longo prazo, entre os homens.

Urge, porém, considerar que a moradia material nada tem a ver, substancialmente, com o seu inquilino provisório, como o leito nada possui de comum com o enfermo que o ocupa, excetuando-se naturalmente o valor do serviço prestado a um e outro, porquanto, sem o domicílio, o homem estaria relegado à intempérie e, sem o catre acolhedor, o doente pereceria por deficiência de proteção.

Na consangüinidade terrestre, reunimo-nos uns aos outros, de modo geral, pelos princípios da afinidade.

Pais delinqüentes atraem espíritos viciosos que, se lhes filiando à carne transitória, lhes impõem duro trabalho regenerativo, ao passo que lares dignos invocam a presença de almas enobrecidas e belas que elegem na sensibilidade e no amor, na ciência e na virtude o seu clima ideal.

Semelhante regra, contudo, tem as suas exceções porque no ambiente sombrio da viciação e do crime podem aparecer criaturas aformoseadas pelo mais alto nível de evolução, aí cumprido difíceis tarefas de renunciação e soerguimento para que a luz se faça entre os que se refocilam nas trevas, enquanto que nos círculos felizes podem surgir almas torvas, emissárias de sofrimentos e sombras, trazendo agoniado reajuste à assembleia familiar em que temporariamente estagiam.

Desse modo, a família terrena é a forja de laço purificadores, em que cada espírito renascente, embora recolhendo da ascendência doméstica o corpo que mereceu, é, no fundo, o herdeiro de si próprio, de vez que cada qual de nós traz consigo do passado remoto e próximo as bênçãos e as chagas, as aflições e as alegrias que semeou para si mesmo nos caminhos imensuráveis do tempo.

Sejamos cultores da sabedoria e do amor, da bondade e da educação, ainda agora, porquanto, se somos hoje os escravos da espinhosa plantação do pretérito, seremos amanhã venturosos senhores de nossos próprios destinos, se esposarmos o bem por norma inalterável de nossa paz, desde hoje.


 Emmanuel - Do livro: Semeador Em Tempos Novos, Médium: Francisco Cândido Xavier




sexta-feira, 20 de abril de 2012

Caminhar com confiança




Muitas vezes ocorrem acontecimentos em nossas vidas que nos
deixam temerosos, com medo do futuro e de tudo que possa vir
a acontecer. Toda essa preocupação, angústia com o porvir nos
enfraquecem a alma, deixando-nos tristes, vulneráveis, desanimados.
É como se uma luz se apagasse dentro de nós.
Todo esse mal que nos acomete não deixa de ser falta de fé
e confiança em Deus, nosso Criador. Não podemos nos esquecer
de que o acaso não existe. Deus não nos criou para sermos
deixados à própria sorte. O que Ele espera de nós é o nosso
crescimento como filhos amados que somos. Deus espera que aprendamos
com os nossos erros, com as nossas dificuldades, pois somente
poderemos nos tornar melhores e evoluirmos passando por várias situações.
Como saber se somos calmos e pacientes, sem passarmos por uma situação
onde tenhamos que exercitar essas virtudes? Como sabermos se aprendemos
as lições se não fizermos os exercícios? Porém, mesmo nas maiores
dificuldades, não podemos nos esquecer de que Deus não desampara
seus filhos, jamais! Ele está sempre ao nosso lado, de alguma forma.
Cada um de nós passa pelas lições necessárias ao seu aprendizado.
Deus jamais nos dará uma cruz mais pesada do que aquela que possamos
suportar. Deus nos deu o livre arbítrio para que possamos tomar as
atitudes condizentes com a nossa consciência. Às vezes precisamos errar
e dar muitas cabeçadas para percebermos que estamos no caminho errado.
Mas se não fosse assim, não aprenderíamos. Assim, não tenhamos medo
do porvir, e busquemos seguir o caminho do bem, ainda que haja
muitas pedras no caminho.
Aquele que vive para o bem e pratica o bem, não deve temer.
A consciência tranqüila nos dá a paz, a serenidade e a confiança
de que tudo passa e que se por um momento estamos em dificuldades,
sabemos que é só um instante diante da eternidade do bem. E jamais
nos esqueçamos: Deus sempre estará conosco!
Gotas de Paz.


O Trabalhador E Jesus



Em verdade, esses são dias de confusões na alma do mundo, causando dificuldades na ação do bem.

Jesus, contudo, já houvera asseverado que, na Terra, a alma humana só encontraria aflições. Há sombras que se avolumam no cerne dos seres, promovendo a sanha da violência e do crime em toda parte.

Mas, Jesus afirmara que tanto o homem bom quanto o mau retiravam os fundamentos das suas obras dos próprios corações.

Esses são tempos nos quais identificamos a devastadora atividade do materialismo e a impertinência de interesses egoísticos que espalham a miséria da guerra.

Entretanto, Jesus estabeleceu que seriam bem-aventurados os pacificadores.

Um agigantado número de indivíduos, doentes e necessitados de variados matizes, num mundo de bilhões de almas, ainda sofre a tortura da desconsideração e do abandono.

Porém, é bom recordar a ação de Jesus, considerando que Ele afirmou não ter vindo para os sãos e sim para os enfermos. Vê-se a hipocrisia que se amplia nos arraiais planetários, levando ao engano, à ilusão, numerosas criaturas, que se entregam inermes à falácia de tantos que, de fala fácil, convincente e de corações ensombrados, esmeram-se por triunfar no imediatismo do mundo.

Jesus, no entanto, advertiu para que tivéssemos cuidados com os falsos profetas, disseminados aqui e ali.

Localizam-se atitudes antifraternais, expressas por meio de intrigas, de agressões de vários tipos, de ignomínias que estabelecem comprometimentos infelizes, provocando muito sofrimento e muita frustração desalentadores.

Mas, Jesus explicou que se O levaram à praça do escárnio e ao madeiro infamante, Ele que era o ramo verde, o que é que devem esperar as varas secas que nós representamos? Às vezes, o desalento ronda a trajetória dos servos do bem, em razão de tantas e exaustivas pelejas com que se defrontam, como se carregassem o peso do mundo sobre os ombros cansados.

Porém, vale não olvidar a recomendação de Jesus: Tende bom ânimo!

Sejam, então, quais forem os problemas que se apresentem nos passos do teu caminho terreno, caro amigo, quaisquer que sejam os desafios que se insurjam na tua rota evolutiva, seja em teu próprio íntimo, no relacionamento familiar ou nas lidas da seara em que trabalhas a tua fé, terás em Jesus Cristo o ancoradouro seguro para o coração, a orientação e o conforto moral de que necessites. Nele encontrarás sempre as respostas às tuas inquietações, a fim de que não te alarmes, não te atormentes, mas para que possas seguir caminho afora, superando as deficiências em torno de ti, cumprindo a parte que te cabe cumprir na cooperação com a Obra de Deus, sob a claridade do Consolador.



Espírito Guilherme March - Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira,
durante a reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, em 20.11.2004, em Brasília-DF.

 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Proteção Educativa




O Momento de Luz de hoje nos lembra o alerta de Joanna de Angelis que afirma que, paras as plantas, basta o nascer do sol para despertá-las, contudo, para alguns de nós, é necessários bombas.

Apesar de toda a proteção que gozamos, muitas vezes, só somos levados à prece, a um momento de serenidade na oração, na pior das situações, na maior das dores.

O espírito Irmão X, através de Chico Xavier, nos alerta que é possível o despertar sem o sofrimento, basta estarmos atentos ao que já contamos.

Que tenhamos, então, um dia de muita atenção e carinho com o que somos.


PROTEÇÃO EDUCATIVA



No jardim da residência confortável da família Torres, palestravam duas entidades espirituais.


Ezequiel, esclarecido mensageiro e amigo desvelado, viera observar os serviços de Antônio junto àquele núcleo familiar, que os dois haviam tomado sob dupla guarda, em razão dos elos afetivos que os reuniam entre si, desde muitos séculos.


- Como seguem os nossos tutelados? – inquiriu o emissário que vinha de plano superior – compreendem agora a proteção divina? Com que esperança vivo refletindo na situação deles! Sabe você que muito devo a Malvina e a João, em face das minhas duras tarefas no pretérito... Tive a felicidade de adiantar-me na senda evolutiva; no entanto, não me seria possível esquecê-los.


O companheiro ouvia-lhe as expressões sem ocultar a profunda melancolia que lhe transparecia no rosto.


Ezequiel, todavia, dando curso às emoções sublimes do momento, prosseguiu:

- Congreguei meus velhos amigos com os adversários de outra época e espero que, transformados em pais e filhos no cadinho doméstico, possam agora avançar no rumo da paz que excele o humano entendimento. A gratidão não olvida os bens recebidos.


- É o que acontece igualmente entre nós ambos, meu caro – murmurou Antonio, comovido -, não posso apagar da lembrança o débito que me vincula à sua generosidade...


Como se não desejasse receber agradecimentos diretos, Ezequiel modificou a rota da conversação acrescentando:


- Malvina comporta-se bem na luta redentora?


O interpelado mostrou sinais de amargura no semblante abatido e respondeu:

- Não tem sabido enfrentar a facilidade e a abundância. Vive aflita sem causa e insatisfeita sem motivo.


- Com tantos recursos que lhe são conferidos? – interrogou o superior admirado.


- Infelizmente assim é.


- Há alguma enfermidade grave atormentando a família?


Esboçou Antonio significativo gesto e acentuou:


- Segundo sabemos, o corpo ocupado pela doente não pode acomodar-se com a saúde perfeita; mas, no círculo de minhas possibilidades, esforço-me, quanto possível, para que Malvina, João e os filhos estejam equilibrados. Nunca se levantam, cada manhã, sem que eu os assista com elementos fluídicos de medicação, e desse modo, tenho tido o prazer de vê-los, no trabalho comum que edifica sempre.


- É, porventura, insuficiente o salário que recebem?


- Quanto a isso – elucidou Antônio -, marcham na Terra em carro confortável e precioso. O chefe da casa dirige um escritório com remuneração excelente. José e Oscar, os dois filhos mais velhos, são altos empregados de uma oficina em Todos os Santos; Hermenegildo e Paulo, os dois menores, trabalham no centro urbano, com vencimento compensador.


- Sofrem alguma perseguição descabida?


- Desfrutam geral estima e, além disso, incumbo-me de auxilia-los diariamente, conforme suas recomendações, colaborando, indiretamente, na solução de todos os problemas que os interessam de perto.


- Possuem razão seria para desgostos íntimos?


Antônio sorriu e obtemperou:


- Não contam com motivos quaisquer para contrariedades fortes; entretanto, procuram-nos. Vivem nervosos e exasperados. O espírito materno é sempre a fonte de inspiração para o santuário domestico, e a posição atual de Malvina, nesse sentido, é das mais deploráveis. Tanto se queixou a nossa amiga que o marido e os filhos andam hoje contagiados do mesmo jeito. Afirmam-se desprotegidos, cansados, desiludidos da sorte. Não há ensinamento que os esclareça, alegria que os alente ou remuneração que os satisfaça.

Ezequiel, preocupado, considerou, depois de longa pausa:


- Observarei pessoalmente.


Demandaram o interior, em atitude fraterna.


Era manhã e Dona Malvina, muito distante do governo do lar, mantinha-se em prosa comprida com uma senhora da vizinhança.


- Dona Amélia – comentava, gesticulando -, a senhora está muito enganada quanto à nossa situação. Meu esposo recebe ordenado miserável. Meus filhos não ganham para viver com decência. Já não sei como solucionar os presentes enigmas financeiros. Estamos empenhados em armazéns e lojas. Ocasiões aparecem nas quais, francamente, não sei como me comportar.


- É estranho – clamava a interlocutora -, porquanto sempre supus a sua casa em ótimas condições.


- Eu? Nós? – tornava a protegida de Ezequiel – vivemos atolados em débitos pesados... Ah! Minha amiga, minha amiga! Enquanto João se esgota, morro aos bocadinhos, entre aflições de toda sorte. Somos muito infelizes!


Lamentações alongaram-se pelas horas a dentro.


E tão logo se despediu a vizinha, outra amiga apareceu, continuando Malvina no mesmo diapasão:


- Andava saudosa de sua palestra, minha boa Teresa! As pessoas atormentadas e sofredoras, assim como eu, necessitam ouvi-la.


- No entanto, Dona Malvina – objetava a amiga bondosa -, o seu aspecto é outro. Creio encontra-la muito forte e tranqüila...


- Eu, minha filha – respondia a senhora Torres, tornando a voz comovedora e mais tremula -, nunca sofri tanto, quanto agora... Não sei o que será de nós. Tudo está negro em nossos caminhos. No serviço, o esforço de João não é apreciado na devida conta e meus desventurados filhos se esfalfam inutilmente entre exigências indébitas dos administradores e vãs promessas de melhoria. Até onde iremos com as nossas provações amargas? Já não sei orar e tão grandes tem sido os nossos padecimentos que a fé me parece vazia, sem expressão...


Daí a instantes, enquanto Malvina desfiava o longo rosário de lagrimas verbais, entra o marido para o almoço, seguido pelos filhos, com alguns minutos de espaço.


A visitante, atordoada, sem mais delonga despediu-se e a residência dos Torres converteu-se num purgatório de imprecações. O chefe da casa insurgia-se contra os políticos, contra os acionistas da empresa a que se ligara, reclamava quanto ao pão malfeito e condenava o guardanapo mal-posto, fazendo larga ostentação de autoridade, ao passo que os filhos lhe copiavam os gestos, excedendo-se em afirmações leviana ou insensatas.


Dona Malvina, no centro daquele desvairado parlamento doméstico, enxugava os olhos inchados de chorar, proclamando-se a mais infeliz das mulheres.


Por duas horas consecutivas, ali esteve Ezequiel, observando discussões e reclamações.


O grupo não encontrava um minuto sequer para conversar edificando.

Aquela meia dúzia de corações reunidos semelhava-se a um poço de águas envenenadas, expelindo lodo pelas bordas.


Fundamente consternado, o benfeitor dirigiu-se a Antônio, com amarga inflexão:


- É lastimável identificar a atitude de nossos velhos amigos. Infelizmente, não sabem receber o concurso da amizade reconhecida. Não dispõem de suficiente educação para registrar as manifestações de nossa ternura. A beneficio de todos, porem, ficarão a sós, por algumas semanas...


Antes que o mentor concluísse, perguntou Antônio, espantado:


- Que diz? Deixaremos Torres sem assistência? Que será dessa pobre família?


- Não aplicaremos remédio violento – elucidou Ezequiel, convencido -; a proteção aos companheiros na carne é análoga à que se dá às plantas. De quando em quando, é preciso retirar, mudar ou renovar. Malvina, João e os filhos permanecerão sem escoras, durante trinta dias; você virá comigo para descansar, em férias, e verificaremos o proveito de semelhante medida. Creio que nesse pouco tempo fará Malvina intensivo curso de entendimento, serviço, gratidão e prece. Nossa amiga tem recebido até hoje a proteção confortadora, mas, doravante, necessita receber a proteção educativa.


O programa traçado foi cumprido integralmente.


A breve trecho, a casa dos Torres experimentou enorme alteração.


Tão logo se ausentou Antônio, o silencioso amigo oculto, o desespero ali atingiu a culminância.


Os filhos do casal, no dia imediato ao do afastamento dele, se empenharam em luta corporal, no repasto da tarde, e Oscar teve o braço direito quebrado, recorrendo à intervenção médica. No terceiro dia, Hermenegildo foi dispensado do trabalho, por insubordinação. No quarto, José foi conduzido à Santa Casa em vista de inesperada apendicite com supuração. No quinto dia, o chefe da família foi atropelado por automóvel, ao sair do escritório, sendo transportado ao Pronto-Socorro e, no sexto dia, Paulo era trazido para casa, em carro da Assistência Municipal, em razão de queda espetacular no serviço.


Dona Malvina não encontrou mais tempo para se queixar do mundo e da sorte, e, findos os trinta dias do programa, quanto Ezequiel e Antônio lhe penetraram, de novo, o domicílio, encontraram-na em oração, profundamente transformada.



pelo Espírito Irmão X - Do livro: Pontos e Contos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Leia mais:
http://www.cacef.info/news/prote%C3%A7%C3%A3o-educativa/

Contentar-se



Em sua Epístola aos filipenses, Paulo de Tarso afirmou já ter aprendido a se contentar com o que tinha.
Trata-se de uma reflexão interessante e muito atual.
A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas da Terra.
Homens e mulheres perdem a paz e, muitas vezes, a dignidade, na busca de riquezas.
Multiplicam suas atividades, para muito além do necessário, a fim de possuir muitas coisas.
Com tal proceder, deixam de prestar atenção em questões graves da existência humana.
Para ter mais e mais, abdicam do convívio com amigos e familiares e se deixam tomar pelo egoísmo.
A vida simples constitui uma condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer.
Contudo, ela foi esquecida por grande parte dos homens.
A Espiritualidade informa que a esmagadora maioria das súplicas que partem da Terra não se alça a planos superiores.
Elas não conseguem avançar além de seu acanhado âmbito de origem.
Isso porque os pleitos dirigidos à Divindade costumam conter estranhos absurdos.
Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades.
Raríssimas pedem apenas o pão de cada dia, como símbolo das aquisições materiais indispensáveis.
O homem incoerente não procura saber se possui o menos para a vida terrena.
Ele costuma andar ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias.
Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis.
Insaciado, inquieto, vive sob o tormento angustioso de desmedida ambição.
Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence.
Desvaloriza e considera pouco o que a Sabedoria Divina lhe depositou nas mãos.
Olvida que renasceu para se pacificar e tornar virtuoso, e não para amontoar coisas que deixará ao morrer.
Com isso, atira-se em aventuras de consequências imprevisíveis, em face de seu futuro infinito.
Quem já entende a finalidade superior da existência terrena, precisa se esforçar para sair desse círculo vicioso.
De nada adianta gastar todas as energias em questões transitórias, com esquecimento do objetivo essencial da vida humana.
Cedo ou tarde, a morte de forma simples e clara revela a cada um o que é de fato importante.
Para não se arrepender amargamente, importa analisar a essência dos próprios desejos.
Faz sentido arder de cobiça pelo que ficará em suas mãos por reduzidos instantes?
Não é melhor libertar-se de tanto apego e prestar atenção em questões mais importantes, como a família, os amigos e as dores que pode amenizar?
Há muitos séculos, Paulo de Tarso iluminou-se ao aprender a contentar-se com o que tinha.
Ninguém fará essa lição por você.
 Caminho, Verdade e Vida, cap. 29,pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb

Valor



“Nada e ninguém pode reduzir ou até mesmo acabar com nosso valor verdadeiro.
 Já somos completos e preenchidos com tudo que desejamos: paz, alegria e amor.
Quando focamos nossa atenção para dentro e descobrimos o
“eu real” nos tornamos iluminados e livres.
 Percebemos que nada de fora pode nos ameaçar ou machucar.
Entendemos que ao sermos centrados internamente podemos experimentar paz e felicidade mesmo nas mais desafiantes situações.”


 

A Vida


"A vida exige mais compreensão que conhecimento."

(Emmanuel)


quarta-feira, 18 de abril de 2012

O ser humano mais importante do mundo



 O desafio anual da escola era a seguinte pergunta:
“Qual o ser humano mais importante do mundo?”
A melhor resposta valia uma bolsa de estudos para o ano seguinte. Tita queria muito ganhar o desafio, porque sua família passava por dificuldades financeiras e o prêmio ajudaria bastante.

Ela, decidida a brigar pelo primeiro lugar, foi a luta! A primeira parada foi a Biblioteca Municipal, porém lá havia centenas de biografias de homens e mulheres que foram e são importantes para a humanidade. Tita fez algumas anotações, mas não encontrou uma resposta.

Em seguida a garota foi pesquisar na Internet. Procurou em vários sites, sem encontrar a informação que desejava.

Tita foi, então, perguntar a sua mãe:

- Jesus! – foi a resposta que ouviu. Ele mudou o mundo. A história e a contagem do tempo se dividem entre antes e depois da sua presença na Terra. Seus ensinamentos são muito importantes para a humanidade.

Era, sem dúvida, uma resposta muito interessante. Porém, logo em seguida, Tita lembrou que Jesus jamais se consideraria o ser humano mais importante do mundo. Embora ele seja o modelo e guia, o ser mais perfeito que já encarnou na Terra, Jesus é humilde. Ele disse que tudo o que ele fez e faz nós também podemos fazer, pois somos todos irmãos, filhos de Deus, um Pai bondoso e sábio.

Ela se lembrou, então, de diversos outros indivíduos que dedicaram sua vida em auxiliar as pessoas: Madre Teresa de Calcutá, Gandhi, Martin Luther King, Allan Kardec, Chico Xavier, Divaldo Franco, todos eles são exemplos de amor ao próximo.

- É isso!- disse Tita bem alto. Descobri quem é o ser humano mais importante do mundo!

E ela elaborou a resposta que ganhou o primeiro prêmio e a bolsa de estudos:


"Conforme ensinado por Jesus, o ser humano mais importante do mundo é o meu próximo, aquele que precisa de mim e me oportuniza realizar a caridade através de pensamentos, palavras e ações. Assim, considerando o meu próximo o ser humano mais importante do mundo, a quem devo respeitar, amar e fazer o bem, caminho na direção de Deus, nosso Pai."

(Claudia Schmidt - respeite a autoria e o texto)
(
http://www.searadomestre.com.br)

A Vingança






Você considera a vingança como um ato de coragem ou de covardia?

Algumas pessoas acreditam que a vingança é uma demonstração de grande coragem. Afinal de contas não se pode tolerar uma afronta sem se rebaixar.

Pensam que a tolerância e a indulgência seriam prova de fraqueza ou de covardia.

Todavia, temos de convir que o ato de vingar-se jamais constitui prova de coragem.

Geralmente, quando buscamos revidar uma ofensa o fazemos movidos pelo medo do agressor ou da opinião pública.

Não importa que a nossa consciência nos acuse de covardia ou indignidade, o que nos interessa é que a sociedade não nos julgue assim.

O mesmo não ocorre com relação ao ato de perdoar. O perdão, sim, exige do ofendido muita coragem e dignidade.

Enquanto a vingança é uma ladeira fácil de descer, o perdão é uma ladeira difícil de subir.

Algumas pessoas costumam enfrentar corajosamente os mais graves perigos, mas sentem-se impotentes para tolerar uma pequena ofensa.

Escalam, com ousadia, altas montanhas, saltam de pára-quedas desafiando as alturas, enfrentam animais ferozes, aceitam os desafios do trânsito, navegam em mar revolto com bravura, mas não conseguem suportar um mínimo golpe da injustiça.

Dão grande prova de coragem em alguns pontos, mas não relevam a investida da ingratidão, da calúnia, do cinismo, da falsidade, da infidelidade.

Realmente fortes são aqueles que conseguem conter-se diante de uma agressão.

A verdadeira fortaleza está nas almas que não se descontrolam quando são ofendidas.

Que não se impacientam quando são incomodadas.

Que não se perturbam, quando são incompreendidas.

Que não se queixam, quando são prejudicadas.

Verdadeira coragem é aquela de que o cristo nos deu o exemplo.

Ele sofreu a ingratidão daqueles a quem havia ajudado, enfrentou o cinismo dos agressores, foi ultrajado, caluniado, cuspiram-Lhe no rosto e O crucificaram, e Ele tomou uma única atitude: a do perdão.

Por várias vezes, em sua passagem pela terra, o Homem de Nazaré teve motivos de sobra para revidar ofensas, mas sempre optou pela dignidade de calar-se.

Diante das agressões recebidas, o Meigo Rabi da Galiléia passava lições grandiosas, como aconteceu com soldado que O esbofeteou quando estava de mãos amarradas.

Sem perder a serenidade habitual, o cristo olhou-o nos olhos e lhe perguntou: "se eu errei, aponta meu erro, mas se não errei, por que me bates?"

Essa é a atitude de uma alma verdadeiramente grande.

Pense nisso!

Se Jesus tivesse parado em meio à caminhada do Gólgota, largado a cruz injusta do suplício, para se voltar contra Seus agressores e exercer sobre eles o direito de vingança, certamente não teria passado à posteridade como Modelo de perfeição e de amor.
Livro Primado do Espírito,cap. 15 , de Rubens Romanelli.



Evangelho




Processo simples de preservar a própria tranqüilidade será trazer, junto à memória, um coração reconhecido.
Enquanto na Terra – plano de experiências renovadoras – são vários os momentos em que o espírito de gratidão é capaz de sofrear-nos quaisquer impulsos à rebeldia.
Determinada enfermidade terá chegado ao teu campo de ação.
Recorda quantos dias terás usufruído relativa saúde física e compreenderás que a paciência se te faz obrigação.

“A vivência cotidiana do Evangelho é pessoal; nem os própios espíritos poderão substituir-nos, quando formos chamados à aplicação de tudo quanto já sabemos, ou, pelo menos, supomos saber... Este é o problema fundamental do Espírita – a sua própria renovação. O Espírita que não se melhora não está assimilando a doutrina... No Espiritismo, ninguém faz mais do que aquele que se esforça para viver conforme crê – ou seja, colocando em prática a lição...”Certo desarranjo em máquina de teu uso haverá surgido, impedindo-lhe o funcionamento.
Pergunta a ti mesmo quantas vezes esse engenho já te serviu pontualmente e saberás restaurá-lo com a serenidade conveniente.
Um companheiro terá saído de teu clima afetivo, ao encontro de lições das quais se considera necessitado.
Conta as bênçãos que recebeste no convívio de semelhante criatura e descobrirás na própria alma a compreensão que te livrará de queixas indébitas, aprendendo a abençoá-la em seus novos caminhos.
Tribulações te apareceram.
Observa o tempo que atravessaste no mundo, sem maiores percalços e disporás da calma precisa para solucionar os problemas transitórios que te ensombrem os dias.
Perdeste talvez um ente amado que se te ausentou da presença para a Grande Mudança, a que todo ser humano está submetido pela força da morte física.
Lembra-te do carinho e da alegria que essa pessoa te proporcionou, no curso da existência e, sem dúvida, chorarás sem blasfêmia e sem desespero, em vista do reconhecimento a que não te podes negar, refletindo no tesouro do amor com que essa afeição te enriqueceu a vida.
Contar as bênçãos de que se dispõe é a melhor medida para que se anote a estreiteza de qualquer provação.
Aprendamos a guardar para com Deus um coração agradecido e em Deus obteremos sempre a paz necessária, a fim de vencermos as mais rudes provas.
Emmanuel


Anencefalia - Joanna de Ângelis





Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.

De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.

O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.

Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.

Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.

Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.

Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.

Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.

Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.

Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...

Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.

Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...

Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidosdo corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.


É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.

Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.

Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.

Expressivo número de anencéfalospreserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…

Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.

Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...

Não se tratam de coisasconduzidas interiormente pela mulher,mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.

Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.

Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.

Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.

... E quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.

Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade...

A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.

As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.

Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?

O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida...


Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.

Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?

Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.

Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.


(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 11 de abril de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)



Maria de Madalena





Dentre os diversos exemplos de 'renascimento', Maria Madalena é um dos que nos chama a atenção.

Com muita certeza lutou não apenas contra suas tendências distantes do amor e da solidariedade, mas também soube perseverar diante de seus inimigos, desafetos e descrentes, sejam eles encarnados ou desencarandos.

Redimiu-se não apenas por abandonar velhos hábitos, mas sobretudo por praticar o bem e o amor em plenitude.

Soube ser amorosa, discreta, amiga, vigilante e cristã.

Aliou à sua mudança a fé e o amor incondicional.

Por este e tantos outros exemplos, podemos retirar a grande verdade de que é possível renovarmo-nos e renascermos sem que haja a morte física.

É possível operemos milagres e transformações em nosso viver a partir de uma decisão.

Ventos contrários virão; tormentas far-se-ão! Mas a fé a tudo suplantará.

A crença em nós mesmos, a certeza do caminho que buscamos, a confiança em nosso potencial renovador, a certeza de que Deus é generoso, o empenho em perceber que tudo nos é permitido e que ventos contrários nada mais são do que a medida com que nossas forças se apresentam, são os alicerces de que necessitamos para prosseguir.

Muitos nos olharão e desdenharão; muitos não acreditarão; muitos tentarão nos desestimular; muitos invejarão; muitos tentarão ser impedimento.... Mas muitos nos seguirão!!!

Nada será maior do que a nossa força interior calcada no amor do Pai!

Que o renascimento aguardado seja o de nos tornarmos novos homens e novas mulheres em vida, diante das oportunidades do viver fraterno e solidário!

Renascer é mais do que morrer; renascer é mais do que quitar débitos perante ao Pai; renascer é redescobrir cada novo amanhecer, cada nova luz, cada novo minuto!

Fiorella Romana

sábado, 14 de abril de 2012

Anencéfalo e Abortamento







Inicialmente, lembramos que anencéfalo, embora seja considerado sem cérebro, na realidade é portador de um segmento cerebral, estando faltantes regiões do cérebro que impossibilitarão sua sobrevivência pós-parto.

A fim de colocarmos a visão espírita sobre este importante problema, exemplificaremos com um caso real.

Usaremos nomes fictícios.

***

JOÃO e MARIA eram casados há 2 anos. A felicidade havia batido à sua porta. Maria estava grávida. Exultantes, procuraram o médico obstetra para as orientações iniciais. Planos mil ambos estabeleceram. Ao longo dos meses, no entanto, foram surpreendidos, através do estudo ultrassonográfico, da triste notícia de que seu bebê era anencéfalo. Ao serem informados, caíram em prantos ao ouvirem a proposta do obstetra lhes oferecendo o abortamento. Posicionaram-se contrários explicando sua visão espírita.

– Trata-se de um ser humano que renasce precisando de muito amor e amparo. Nós estaremos com nosso filho (a) até quando nos for permitido.

– Mas, esta criatura não vai viver além de alguns dias ou semanas na incubadora, disse o obstetra.

– Estamos cientes, mas até lá seremos seus pais.

Guardavam, também, secretamente, a esperança de que houvesse algum equívoco de diagnóstico que lhes proporcionasse um filho saudável.

***

Durante nove meses dialogaram com seu bebê, intra-útero. Disseram quanto o (a) amavam. Realizaram, semanalmente, a reunião do Evangelho no Lar, solicitando aos mentores a proteção e o amparo ao ser que reencarnava.

Chegara o grande momento: Em trabalho de parto, MARIA adentra a maternidade com um misto de esperança e angústia. A criança nasce; o pai, ao ver o filho, sofre profundo impacto emocional, tendo uma crise de lipotimia. O bebê anencéfalo sobrevive, na incubadora com oxigênio, 84 horas. Há um triste retorno ao lar.

Passam-se aproximadamente 2 anos do pranteado evento.

***

JOÃO e MARIA, trabalhadores do instituto de cultura espírita de sua cidade, freqüentavam, na mencionada instituição, reunião mediúnica, quando uma médium, em desdobramento consciente, informa ao coordenador do grupo:

– Há um Espírito de uma criança que deseja comunicar-se.

– Que os médiuns facilitem o transe psicofônico para a atendermos – responde o dirigente.

Após alguns segundos, uma experiente médium dá a comunicação:

– Boa noite, meu nome é SHIRLEY. Venho abraçar papai e mamãe.

– Quem é seu papai e sua mamãe?

– São aqueles dois – disse – apontando JOÃO e MARIA.

– Seja bem vinda SHIRLEY, muita paz! Que tens a dizer?

– Quero agradecer a papai e mamãe todo o amor que me dedicaram durante a gravidez. Sim, eu era aquele anencéfalo.

– Mas você está linda agora.

– Graças às energias de amor recebidas, graças ao Evangelho no Lar, que banharam meu corpo espiritual durante todo aquele tempo.

– Como se operou esta mudança?

– Tive permissão para esta mensagem pelo alcance que a mesma poderá ter a outras pessoas. Eu possuía meu corpo espiritual muito doente, deformado pelo meu passado cheio de equívocos. Fui, durante nove meses, envolvida em luz. Uma verdadeira cromoterapia mental que gradativamente passou a modificar meu corpo astral (perispírito).

Os diálogos que meus pais tiveram comigo foram uma intensa educação pré-natal que muito contribuíram para meu tratamento. Eu expiei, no verdadeiro sentido da palavra. Expiar é como expirar, colocar para fora o que não é bom. Eu drenei as minhas deformidades perispirituais para meu corpo físico e fui me libertando das minhas deformidades. Como meus pais foram generosos. Meu amor por eles será eterno.

– Por que estás na forma de uma criança, já que te expressas tão inteligentemente?

– Por que estou em preparo para o retorno. Dizem meus instrutores que tenho permissão para informar. Meus pais têm o merecimento de saber. Devo renascer como filha deles, normal, talvez no próximo ano.

***

Após dois anos renasceu SHIRLEY, que hoje é uma linda menina de olhos verdes e cabelos castanhos, espírito suave e encantador.

Fraternalmente,

Ricardo Di Bernardi

 [Médico homeopata geral e pediatra, Presidente da Associação Médico-Espírita de Santa Catarina. Articulista espírita, palestrante e autor de diversos livros].

(Texto recebido em emails de Luiz Claudio da Silva e de Regina Bachega)