fundo

Quando aceitamos o que recebemos, vivemos melhor. Quando as adversidades nos ensinam a nadar, atravessamos o mar. Quando as barreiras dizem que não podemos e não somos capazes, podemos nos redobrar de forças e vencer os obstáculos .

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Otimismo



 Psicólogos começam a entender o que faz o homem feliz. Este é o título de uma reportagem, que mereceu publicação em jornal americano.

Martin Seligman, professor de psicologia da Universidade da Pensylvania, visto como o pai da psicologia positiva, acredita que uma atitude otimista é fundamental para a felicidade e que as pessoas podem aprender a ser assim...
Depois de anos de pesquisas sobre o assunto, Martin afirma que as pessoas otimistas tendem a minimizar as causas dos seus problemas e se acham responsáveis por todas as coisas boas que acontecem em suas vidas.
Diz ainda que os pessimistas culpam a si mesmos por tudo que dá errado.

Portanto, o ideal é não alimentar tristezas, nem desencantos. Mesmo que os quadros de sofrimentos cresçam no caminho que estamos percorrendo.

Guardemos a certeza: quando tudo parece perdido, surge uma solução inesperada, embora nem sempre do jeito que se aguardava.

Alimentar pessimismo de nada nos valerá. Sombras não se modificam com sombras.

É a luz que estabelece a claridade na paisagem e espanca as trevas.

O pântano somente se modifica quando drenado.

Estabeleçamos para nós mesmos a tarefa de abrir janelas de otimismo nas salas onde dominam tristezas.

Arejemos os cantinhos escuros do pessimismo com o aroma da esperança.

O pessimismo provoca doenças graves porque se sofre por antecipação por alguma coisa que, muitas vezes, nem chega a acontecer.

Não nos cansemos, pois, sob o peso da nostalgia. Nem nos permitamos entorpecer pelos tóxicos das frustrações que todos experimentamos.

Entreguemo-nos a Deus e nos deixemos conduzir tranquilamente.

Com otimismo guardaremos estímulo para o trabalho, vigor para a luta, saúde para a doença das paisagens espirituais e luz para a escuridão que se demora em nós e ao nosso redor.

Nas duas traves da cruz, quando tudo parecia perdido, Jesus nos deixou excelente lição de otimismo.
Morreu para ressurgir em gloriosa madrugada de Imortalidade, que até hoje é o canto sublime e a rota segura, cheia de alegrias para todos nós.

Tenhamos em mente que a luz de Jesus é o clarão que nos aponta o futuro.

Por isso mesmo, não agasalhemos o medo em circunstância alguma.

Se a treva, em forma de calúnia, dor ou perda tentar nos envolver em suas malhas escuras, ergamos a lâmpada do otimismo.

Em nossas orações, aprendamos a pedir a Deus não uma vida sem problemas, mas sim ombros fortes para carregar o fardo bendito das obrigações que nos competem.

E, quando o dia parecer muito escuro, recordemos os dias de luz que já vivemos, usufruímos e com os quais nos alegramos. Essas lembranças iluminarão as horas do nosso hoje.




 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Um Nascimento



 




Aquele nascimento singular, num momento de grande alucinação coletiva na Terra, deveria dividir os fatos da História, assinalando o Seu como o período de preparação da paz.

Não era um conquistador odiento, que vinha armado para os combates destrutivos, mas um vencedor, que viera somente para amar.

Por isso, não foi reconhecido, ou melhor, não O quiseram conhecer. Porque estavam preparados para a guerra, para o ódio, para o desforço, longe dos sentimentos da compaixão e da misericórdia, da compreensão e da caridade.

Israel era soberba e seu povo, ingrato.

Por isso, Roma a esmagava com as suas legiões impiedosas, ameaçando sempre com a força e a arrogância dos seus administradores de um dia.

Não havia lugar, naqueles corações, para a compreensão da fragilidade humana, da temporalidade de todas as coisas, para o esforço de solidariedade.

Forte, então, era aquele que esmagava, mesmo que fosse vencido logo depois, pela doença, pela desgraça política, pela morte...

O fraco era odiado, porque não revidava, nem disseminava o desprezo ao inimigo, em face da sua situação subalterna.

* * *

Jesus... Sim, este Seu nome, foi a força do amor que modificou as estruturas do pensamento e da razão, alterando, por definitivo, a face do planeta.

Nunca mais a Terra seria a mesma depois Dele...

Antes, sofria o peso do carro da guerra perversa e das devastações do ódio.

É certo que ainda não cessaram os combates do homem e da mulher contra os seus irmãos, no entanto, permanece o sentimento de fraternidade em memória e em homenagem a Ele.

Combatido, permaneceu amando.

Odiado, continuou amando.

Crucificado, persistiu amando,

E morto, ressuscitou do túmulo, a fim de prosseguir amando...

* * *

Nestes tempos de incertezas momentâneas, de crises morais graves, não há como sobreviver, se não continuarmos amando.

Exemplos, bons exemplos, existem para serem seguidos, e não apenas catalogados nos anais da História e admirados distantemente pela grande massa popular.

Jesus precisa ser a referência primeira de nossas vidas, mas não o Jesus distante, crucificado nas alturas, mas o Jesus amigo, con
selheiro amoroso de todo dia.

Lembremos mais de Seu nascimento do que de Seu assassínio, de Sua presença do que de Sua ausência.

O Consolador já está entre nós, abraçando-nos a todos cada dia mais forte.

Não se pode fugir da verdade. Não se pode continuar sem amor no coração.

Todo nascimento é motivo de alegria, e este, em especial, representa o nascer do amor maduro, do amor ágape, na intimidade fértil do Espírito imortal.

Lembremos Jesus... Sempre.

Ato de Confiança




Alma fraterna e boa, em teu caminho,
Quando a vida pareça dor que se condensa,
Qual tempestade arrasadora e imensa,
Constrangendo-te o peito a terrível pesar,
Não te rendas às trevas da revolta,
E ante a sobra do mal que te injuria,
Ouve o Tempo a falar-te em novo dia:
- Amparar e seguir, esperar e esperar...

Quanta gente no mundo, a esta mesma hora,
Traz o cérebro em fogo e o coração vazio,
Atravessando a noite a tiritar com frio
E debalde buscando o refúgio de um lar!...
É o doente esquecido na calçada,
É a criança largada aos recantos da rua...
E, ao lado de quem chora, a vida continua
- Socorrendo e lenindo, a esperar e a esperar...

Pensa no coração materno em sofrimento,
Quando medita sobre um filho morto;
Na dor do companheiro em desconforto,
Que a penúria compele a mendigar,
Na solidão amarga dos enfermos
cuja prova se agrava, instante a instante,
Aos quais a fé relembra, em apelo incessante:
- Resistir e vencer, esperar esperar...

Tudo segue no mundo de passagem,
Fama, beleza, Fausto, honraria, nobreza...
A alegria é irmã gêmea da tristeza,
A vitória e a derrota alternam de lugar;
Mas acima de toda circunstância,
Na civilização martelada e sofrida,
Reina a Lei do Senhor, rogando-nos à vida:
- Amar e recompor, esperar e esperar...

E se a frente da luta desdobrada
De grupo contra grupo, em quase toda a Terra,
Atraindo a violência e as torturas da guerra,
Qual se a força do Bem devesse naufragar,
Se pedimos a Deus resposta às nossas ânsias,
Ouviremos do Céu que nos guarda e ilumina
A mensagem de amor da compaixão Divina:
- Trabalhar e servir, esperar e esperar...






 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011


O dever do cristão é se tornar cada vez melhor. Em O livro dos Espíritos, encontramos a seguinte recomendação do Espírito Santo Agostinho:
Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência. Passava em revista o que havia feito e perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever. Se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim.
Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma.
Muito oportuno então que, na condição de seguidores de Jesus, nos perguntemos, para saber como anda a nossa paciência:
Estamos mais calmos e compreensivos?
Lembrando do relacionamento doméstico, respondamos: Já conseguimos conquistar um clima de paz dentro do lar?
Observando nossas manifestações com os amigos, questionemos:
Trazemos o Evangelho mais vivo em nossas atitudes?
Pesquisando o próprio desapego, verifiquemos: Andamos um pouco mais livres do anseio de posses terrestres?
Estamos usando mais os pronomes nós, nosso, nossa e menos os possessivos, meu, minha?
Nossos instantes de tristeza ou de cólera estão mais raros?
Como anda a questão dos desafetos e aversões? Temos conseguido nos achegar às pessoas que não nos são tão simpáticas? Ou ainda cultivamos uma discreta inimizade?
Auxiliamos aos necessitados com mais abnegação? Como temos olhado para os miseráveis que vivem pendurados em barrancos, à beira dos rios?
Qual tem sido a nossa opinião a respeito das crianças que se apresentam como meninos e meninas de rua, descuidados e ociosos?
Somos daqueles que somente criticam ou já nos credenciamos como voluntários em algum serviço do bem para reverter a situação?
Recordando nossa fé, podemos afirmar que ela se mostra mais segura?
Temos orado de forma sincera?
Temos demonstrado através da nossa fala mais indulgência? Temos tornado os nossos braços mais ativos e as nossas mãos mais abençoadoras?
Todo o Evangelho de Jesus, a Quem seguimos, é alegria no coração. Estamos de fato, mais alegres e felizes em nossa intimidade?
Tudo caminha. Tudo evolui. Busquemos fazer o mesmo.

Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à vida espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.
Interroguemos a nossa consciência quanto à utilidade que temos dado ao nosso tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem.
Busquemos descobrir, em nós mesmos, as marcas do progresso que o contato com o Mestre Jesus tem realizado em nós.
E se descobrirmos que andamos estacionários, coloquemos de imediato mãos à obra no trabalho de nossa reforma interior, a fim de nos tornarmos verdadeiros cristãos. Isso porque o mundo necessita muito da mensagem do Cristo pensada e vivida.

Emmanuel e André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.

A escola adequada




Consoante os ensinamentos dos Espíritos, a Terra passa por um período muito significativo.
Trata-se do ápice de um estado evolutivo e do princípio de outro.
Cuida-se, na conformidade dos ditos populares, do fim dos tempos.
Mas é apenas do fim dos tempos de angústia que se fala.
A vida no planeta não vai cessar e nem a Humanidade se extinguirá.
Vive-se a transição da fase de provas e expiações para a de regeneração e paz.
Em decorrência dessa transição, muitos fenômenos angustiantes chamam a atenção.
São terremotos, tsunamis, enchentes, desmoronamentos e tragédias as mais diversas.
Mas, de outro lado, dão-se ocorrências não menos interessantes.
São os espetáculos da solidariedade, quando incontáveis mãos se movimentam para socorrer quem sofre.
Regimes totalitários são postos em xeque por ideais e movimentos democráticos.
A evolução informática e a troca de dados tornam mais difícil a criminalidade anônima e impune.
São tempos novos esses.
Neles, os valores são colocados em teste.
É necessário definir-se.
Ou se decide viver de forma digna e fraterna ou se busca levar vantagem com a instabilidade temporária.
Ocorre que nessa definição de rumos cada um está a traçar o seu destino.
Porque na Terra em breve devem cessar os espetáculos da dor mais atroz.
O ambiente planetário se tornará regenerador e pacífico.
Os mundos funcionam como escolas nas quais os Espíritos são matriculados pela Divindade.
Eles oscilam grandemente em suas características.
Alguns se assemelham a hospitais e a penitenciárias.
Neles encarnam os doentes da alma, portadores de incontáveis vícios.
Orgulhosos, cruéis, preguiçosos e espertos compõem a maioria dos habitantes.
Evidentemente, há os que têm sucesso em suas lutas íntimas e não se acomodam a esse quadro.
Embora com dificuldade, seu viver é digno.
Também há os missionários do amor Divino, que ali estão na qualidade de professores do bem infinito.
Mas existem os mundos destinados à tranquila maturação das virtudes.
Ser eleito para a paz ou para os duros embates depende da própria realidade íntima.
Neste momento, cada homem define o seu futuro.
Na Terra, só devem continuar a renascer os dispostos ao trabalho e à vivência do bem.
Quem gosta de levar vantagem e fica indiferente ante a dor alheia nela não encontrará mais recursos evolutivos. Pois sensibilidades embotadas necessitam ser trabalhadas por grandes dores.
O ser endurecido precisará renascer em mundos mais primitivos, para ter as lições adequadas ao seu caráter.
Convém refletir sobre essa transformação do planeta e definir o próprio futuro

A Luz Em Nossas Vidas




Foi um sonho, há muito tempo acalentado, esse de o homem poder viver num ambiente iluminado.

Em 1828, Thomas Alva Edison conseguiu, pela primeira vez, a lâmpada elétrica de filamento.

A partir desse momento, tudo se modificou na sociedade. Cinquenta anos depois, Joseph Swan patenteou a lâmpada incandescente, que passou a ser industrializada.

É inconcebível hoje, para nossa mentalidade, um mundo sem luz elétrica. Ficamos a pensar no que seria uma casa iluminada por tochas, por candelabros, por velas.

Pode ser muito romântico um jantar à luz de velas. Contudo, viver uma vida inteira tendo que ler, fazer os serviços domésticos, tratar de doentes, costurar utilizando-se de velas, de tochas, de lampiões, de lamparinas... Inconcebível!

A própria natureza nos fala da importância da luz porque nos dá, ao longo do dia, o brilho solar. Quando estamos vivendo sob o brilho do sol, complicado pensar na noite escura.

Quando estamos refletindo sobre a noite escura, temos a oportunidade de pensar no brilho do luar e nos beijos cintilantes das estrelas.

A luz é, em verdade, a grande mensagem do Criador diante das trevas que ainda empanam a vida humana.

Diz o Velho Testamento, no livro do Gênesis: E o Senhor fez a luz. Faça-se a luz. Fiat lux. E a luz se fez.

E Jesus de Nazaré afirmou sem rebuços: Eu sou a luz do mundo. Aquele que andar em mim, jamais conhecerá as trevas.

Naturalmente que a luz de que falava Jesus Cristo não era uma luz física. Ele falava de uma luz mental, de uma claridade espiritual, de algo que Ele viera trazer ao mundo para nos retirar das nossas sombras.

Sombras de ignorância, noites de maldade, escuridão dos tormentos. Então, Ele veio como um astro do dia, uma estrela de primeira magnitude, com essa coragem de dizer, em pleno período das sombras: Eu sou a luz do mundo.

Mas o Homem de Nazaré ainda propôs que nós também trabalhássemos por desenvolver a nossa própria claridade: Brilhe a vossa luz.

Jesus propõe que façamos brilhar a nossa própria luz, porque somos lucigênitos. Fomos criados, gerados pela luz de Deus.

Esse é um convite para que trabalhemos o quanto nos seja possível para sairmos das trevas do não saber, do não sentir, do não amar, do não viver.

Em outro momento, asseverou o Celeste Amigo: Quando os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.

Os nossos olhos bons não são os olhos da face. É a nossa maneira de ver as coisas, nossa visão de mundo, nosso olhar sobre as pessoas.

Na medida em que formos misericordiosos, atenciosos, fraternos para com os outros e seus problemas, é natural que estaremos evoluindo, crescendo na direção do Altíssimo.

Todo o nosso ser espiritual, o nosso corpo espiritual, nosso corpo astral brilhará: Todo o teu corpo terá luz.

Todos os grandes gênios espirituais do mundo valorizaram a luz. Não é à toa que Siddhartha Gautama, o grande Buda, é chamado a luz da Ásia.

Por isto, quando Jesus afirma ser a Luz do mundo, Ele ultrapassa as dimensões de todas as terras, de todos os seres e Se mostra de fato como a Luz, Modelo e Guia para todos nós.




 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Que é Ser Feliz?


A vida é uma grande universidade, mas pouco ensina a quem não sabe ser um aluno...

Ser feliz não é ter uma vida isenta de perdas e frustrações. É ser alegre, mesmo se vier a chorar. É viver intensamente, mesmo no leito de um hospital. É nunca deixar de sonhar, mesmo se tiver pesadelos. É dialogar consigo mesmo, ainda que a solidão o cerque.

É ser sempre jovem, mesmo se os cabelos embranquecerem. É contar histórias para os filhos, mesmo se o tempo for escasso. É amar os pais, mesmo se eles não o compreenderem. É agradecer muito, mesmo se as coisas derem errado. É transformar os erros em lições de vida.

Ser feliz é sentir o sabor da água, a brisa no rosto, o cheiro da terra molhada. É extrair das pequenas coisas grandes emoções. É encontrar todos os dias motivos para sorrir, mesmo se não existirem grandes fatos. É rir de suas próprias tolices.

É não desistir de quem se ama, mesmo se houver decepções. É ter amigos para repartir as lágrimas e dividir as alegrias. É ser um amigo do dia e um amante do sono. É agradecer a Deus pelo espetáculo da vida... Quais dessas características você possui?

Quem conquista uma vida feliz? Será que são as pessoas mais ricas do mundo, os políticos mais poderosos e os intelectuais mais brilhantes?

Não! São os que alcançam qualidade de vida no palco de sua alma. Os que se libertam do cárcere do medo. Os que superam a ansiedade, vencem o mau humor, transcendem os seus traumas. São os que aprendem a velejar nas águas da emoção. Você sabe velejar nessas águas ou vive afundando?

Livro:Dez Leis Para Ser Feliz

Augusto Cury


Entre Falsas Vozes





Se a Preguiça te pede: - “Descansa!” - Responde-lhe com mais um pouco de esforço no trabalho que espera por teu concurso.

Se a vaidade te afirma: “Ninguém existe maior que tu!” – Retribue com a humildade, reconhecendo que a Vontade do Senhor impera sobre a nossa e que não passamos de meros servidores da vida, entre os irmãos de luta, onde estivermos.

Se o Orgulho te diz: - “Não cedas!” – Aprende a esquecer-te, auxiliando sempre.

Se o Ciúme exclama aos teus ouvidos: - “A posse é tua!” – Guarda silêncio em tua alma e procura entender que o amor e o bem são glórias do céu extensivas a todos.

Se o Egoísmo te aconselha: - “Retém!” – Abre as tuas mãos e distribui o bem a todos os que te cercam.

Se a Revolta te assevera: - “Reage e reivindica os teus direitos!” – Espera a Justiça Divina, trabalhando e servindo com mais elevada abnegação.

Se a maldade te sugere: “Vinga-te!” – Considera que mais vale amparar sempre ao companheiro, quanto temos sido auxiliados por Jesus, a fim de que o amor fulgure em nossas vidas.

Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser. Surgem, cada dia, invariáveis, na forma da intriga ou da maledicência, da leviandade ou da indisciplina, induzindo-nos o coração a cerrar-se contra a nossa consciência.

Se aceitarmos Jesus em nosso roteiro, ouçamos o que nos diz o Seu ensinamento e apliquemo-nos à prática de Suas lições de Divinas.

Olvidemos as insinuações da ignorância e da treva, da crueldade ou da má fé que nos enrijecem o sentimento, e de coração unido à Vontade do Mestre, vendo a vida por Seus olhos e ouvindo os nossos irmãos por Seus ouvidos, estaremos realmente habilitados à posição de intérpretes do Seu Divino e Infinito amor, onde estivermos.

Emmanuel - Do livro: Servidores no Além, Médium: Francisco Cândido Xavier


 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tempo Perdido



A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido.

-- Chico Xavier

Rosas do testemunho




Possivelmente muitos de nós já tenhamos ouvido falar a respeito do Padre Maximilian Kolbe e de sua capacidade de amar, ao ponto de dar sua própria vida pelo semelhante.

O que talvez não saibamos é que, antes de se tornar padre, quando ainda na sua juventude, ele possuía profundo desejo de fazer o bem.

Acreditava piamente que todo homem, na Terra, tinha uma missão especial: a de fazer algo a favor do próximo.

Certa feita, quando orava na igreja de sua cidade, dirigiu-se de forma particular a Maria, mãe de Jesus, por quem nutria forte devoção.

Em suas preces, abriu seu coração fervoroso, dizendo-lhe do seu anseio de algo produzir a bem da Humanidade. Desejava servir, afirmava, e almejava que a nobre mãe de Jesus lhe indicasse o rumo.

Na acústica da alma, como um bafejo dos céus, ele pôde escutar uma doce voz que lhe dizia:

Meu filho, pedes oportunidade de realizar o bem e eis que compareço a tua presença, em nome de meu filho, para te oferecer duas coroas.

A primeira, de flores brancas, é a coroa da oportunidade, com a qual agora adorno-te a cabeça. Terás a oportunidade do trabalho, da pregação, de atender ao rebanho que meu filho te confiou.

Desejo que saibas, contudo, que dia chegará em que a outra coroa que trago, a de rosas rubras, te será colocada igualmente na cabeça. Será a coroa do testemunho. Vai, filho, e serve.

Ordenado sacerdote, bem aproveitou ele as oportunidades de progresso e serviço ao semelhante.

Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiro em campo de concentração, certo dia, o chefe do campo decide punir com a morte alguns prisioneiros, para que servissem de exemplo de disciplina aos demais.

Dentre os escolhidos para o ato disciplinador, destaca-se um homem que grita e chora. Ele alimenta a esperança de sair vivo daquele campo de terror e retornar para sua esposa e filhos. Chora e pede clemência.

Dos homens perfilados, imóveis, destaca-se a figura de Padre Maximilian Kolbe que se oferece para morrer, no lugar daquele.

Relutante, a princípio, concorda depois o chefe do campo e Padre Kolbe segue para o local, onde deveria passar muitos dias sem comer, nem beber. Este o suplício escolhido pelo militar.

Enquanto segue, Padre Kolbe ouve, outra vez, a doce voz de Maria: Filho, chegou a tua hora. Coloco-te agora a coroa de rosas rubras, a coroa do testemunho. Sê fiel e vence.

Padre Kolbe se emociona e canta, externando as alegrias da sua alma, disposta ao sacrifício. Haveria de morrer, dias depois, pronunciando o suave nome de Jesus.

Ele foi fiel até o fim. E na hora do testemunho, testificou da sua fé e da sua fortaleza moral.


O sofrimento convida o seguidor de Jesus ao testemunho da fé que desposa, oportunizando-lhe ampliar os valores de que se encontra investido pelo conhecimento de que desfruta.

A excelência dos nossos ideais se revela sempre no testemunho que deles oferecemos.

Quando formos convidados aos testemunhos da vida, não desperdicemos as oportunidades, que se constituem em abençoadas chances de superação de nós mesmos.


 

sábado, 20 de agosto de 2011

Definição




Disse alguém que a permanência na Terra é semelhante a um baile de máscaras, em que alguns entram, enquanto outros saem.

Para mim, no entanto, que me consagrei ao teatro na última romagem por aí, suponho mais razoável a comparação do mundo a velho e sempre novo cenário, onde representamos nossos papéis, ensaiando para exercer funções gloriosas de almas conscientes na eternidade.

Cada existência é uma parte no drama evolutivo. Cada corpo é um traje provisório, e cada profissão uma experiência rápida.

A vida é a peça importante.

O período de tempo, que medeia entre uma entrada pelo berço e uma saída pelo túmulo, é precisamente um ato para cada um de nós no conjunto.

Muito importante é a arte de viver cada qual o seu próprio papel.

Há lamentáveis distúrbios, no elenco e na platéia, sempre que um dos artistas invada as atribuições do colega no argumento a ser vivido no palco, sobrevindo verdadeiras calamidades, com desagradável perda de tempo, em todas as ocasiões em que se despreze aquela norma.

A representação reclama inteligência, fidelidade, firmeza, emoção e eficiência, com aproveitamento integral dos lances psicológicos, e alta capacidade de autocrítica.

Nunca chorar no instante de rir e jamais sorrir no momento da lágrimas.

Providenciar tudo a tempo.

Tonalizar a voz e medir os gestos, para não converter a tragédia em truanice; respeitar as convenções estabelecidas, a fim de que o artista não desça da galeria do astro ao terreiro do bufão.

Segundo o parecer dos sensatos homens da antiguidade, o sapateiro não se deve exceder no salão do pintor, e o pintor, a seu turno, precisa comedir-se na tenda do sapateiro.

Encarnando um juiz, um político, um sacerdote, um beletrista, um negociante ou um operário, não será aconselhável apresentarmos obra muito diferente do trabalho daqueles que nos precederam, investidos em obrigações idênticas: correríamos o risco da excentricidade e do apedrejamento.

Compete ao nosso bom senso talhar o figurino, tendendo para o melhor, sem escandalizar, contudo, os moldes anteriores.

O comerciante não deve absorver o papel do filósofo, embora o admite e lhe siga as regras. O homem de idéias, por sua vez, não deve furtar o papel do mercador, apesar de convidá-lo à meditação.

Atulhando o edifício em que funciona o teatro, há sempre grande massa de bonecos, no almoxarifado da instituição. É a turba compacta de pessoas que nada fazem pela própria cabeça, constituída por ociosos de todos os feitios, a formarem o “grand-guignol” da vida comum, habitualmente manejados por hábeis ventríloquos da inteligência.

E, enchendo o subterrâneo ou cercando as gambiarras e os tangões, temos o exército dos que arrastam escadas e pedras, móveis e cortinas, na qualidade de tecelões do verdadeiro urdimento para as mutações necessárias. São eles os espíritos acovardados ou preguiçosos, que renunciam ao ato de escolher o próprio caminho e que abominam o conhecimento, a elevação e a aventura, entronizando o comodismo em ídolo de suas paixões enfermiças. Demoram-se longo tempo na imbecilidade e na teimosia, suportando pesos atrozes pela compreensão deficiente.

No proscênio, focalizados por luzes de grande efeito, movimentam-se os atores e as atrizes da ação principal. São pessoas que se impõem no palco vivo. Discutem. Apaixonam-se. Gritam. Criam emoções para os outros e para si mesmos. Agitam-se, imponentes, na grandeza ou na miséria, na glória ou na decadência. Respiram, conscientes da missão que lhes cabe.

São geralmente calmos na direção e persistentes na ação. Transitam, através dos bastidores, obstinados e serenos, com segurança matemática. Pronunciam frases bem meditadas, usam guarda-roupa adequado e não traem a mímica que lhes compete.

Homens e mulheres, acordados para a vida e para o mundo, caminham para os objetivos que traçaram a si mesmos. Entre eles vemos príncipes e sábios, rainhas e fadas, ricaços e pobretões, poetas e músicos, comendadores e caravaneiros, noivas e bruxas, artífices e palhaços. Com diferenças na máscara e no coração, cada um deles funciona dentro da posição que a peça lhes designa. Cada qual responde pela tarefa que lhe é peculiar.

O espírito, que, durante alguns dias, desempenhou com maldade e aspereza a função da governança, volta à mesma paisagem na situação do dirigido. O juiz que interferiu, indebitamente, no destino de muitas pessoas, regressa ao palco nalgum caso complicado, para conhecer, com mais precisão, o tribunal onde colaborou vestindo a toga, depressa restituída a outros julgadores. O operário inconformado, que se entrega à indisciplina e à rebelião, volta, às vezes, ao grande teatro da vida, exibindo o título de administrador, a fim de conhecer quantas aflições custa o ato de responsabilizar-se e dirigir. O médico distraído na ambição do lucro efêmero volve em algum catre de paralítico, de modo a refletir na importância da Medicina. Sacerdotes indiferentes ao progresso das almas retornam curtindo a desventura dos órfãos da fé. Homens endemoninhados, que atravessam a cena quais faunos bulhentos, perturbando as ninfas da virtude e impossibilitando-lhes o ministério maternal, não raro se vestem com trajes femininos e comparecem, de novo, ao palco, sabendo, agora, quanto doem na mulher o abandono e o menosprezo, a ironia e a humilhação.

O papel mais pesado é sempre aquele que se reserva aos heróis e aos santos, porque esses atores infelizes vivem cercados pelas exigências do teatro inteiro, embora, no fundo, sejam também personalidades frágeis e humanas.

O que conforta de maneira invariável é que há lugar e missão para todos. Cada criatura dá espetáculo para as demais. Entretanto, para a tranqüilidade de todos, ninguém se lembra disso. E a peça vai sendo admiravelmente representada, sob recursos de supervisão que estamos muito longe de aprender.

Eis-me, pois, amigo, nestas páginas, que estimularão entre as pessoas sensatas a certeza da sobrevivência da alma.

Não tenho qualquer mensagem valiosa a enviar-lhe. Digo-lhe apenas, usando a experiência pessoal que o tempo hoje me confere, que esse mundo é, realmente, um grande teatro. Represente o seu papel com serenidade e firmeza e, decerto, você receberá tarefa mais importante no ato seguinte.

Leopoldo Fróis - Do livro: Falando à Terra,  Francisco Cândido Xavier


 

Alguns pensamentos que podem ajudar quem caminha pelo mundo‏



O amor é supremo poder, que transforma, pela existência pessoal, cada homem.
A fé em Deus é a faculdade que o homem tem para alcançar a plenitude da vida, a verdade da morte, o Cosmos.
A fraternidade é o amor que emana da consciência da igualdade humana.
O novo permanece no velho, só assim triunfa.
A verdade, só o espírito alcança plenamente.
Quem enaltece a vida, enaltece o homem.
A religião da palavra é muito pequena diante da religião da ação. - Os forte são tolerantes.
Quem busca ansiosamente a fé em Deus, alcança o espírito da verdade.
A serenidade reabilita o homem em todas as situações.
O ódio medra os fracos, naqueles que têm a vitalidade deprimida pelo medo.
A conquista da fé em Deus passa pelas provas da dúvida, por muitas indagações, pelo medo.
Para proclamar a verdade, basta guardar o silêncio no bem.
A grande lição para o homem está sempre na força do contraditório.
O triunfo terreno é prioridade para os fracos, o espiritual para os fortes.
A turbulência do momento dará lugar à serenidade, através do espírito da verdade.
Não insista em aventura pessoal, porque o privilégio da felicidade é a comunhão com o próximo.
Querer sempre mais da terra, da matéria, é viver, simplesmente, a parte fraca da natureza.
A sabedoria é o equilíbrio entre o espaço e o tempo.
Todos são ricos quando permanecerem na verdade.
Escutar o nosso interior significa ouvir o Universo.
A oração verdadeira busca respostas, nunca dádivas.
A experiência de hoje abre as páginas de um novo livro.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Deus Por Ti



Nunca digas: - “não posso”.

Não fales: - “impossível”.

Não perguntes: “quem sou”?

Não afirmes: “não tenho”.

Não te queixes: “sou fraco”.

Não clames: “nada valho”.

Não te digas inútil,

Nem te creias sem forças.

Age, servindo aos outros,

Não deixes de ajudar.

Trabalha e Deus por ti

Criará maravilhas.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Necessidade de Auto -Iluminação




Depois que o ser humano desenvolveu o intelecto e a razão deu-se conta que essas conquistas não lhe bastam à existência, porque não o preenchem interiormente.

No vazio existencial que o aturde, desenha-se-lhe a necessidade da autoiluminação, isto é, do autoencontro, da autorrealização.

Esse fenômeno é compreensível, porque a iluminação é o vir-a-ser, o encontro com a realidade, a plenificação íntima.

Confundida com manifestações extrafísicas, tem sido postergada por muitos candidatos, que receiam o envolvimento com a paranormalidade, com obrigações mediúnicas e outras que exigem esforços mentais e morais.

Certamente que a iluminação é um tentame de natureza espiritual convidando à conscientização em tomo da imortalidade.

Ela ocorre quando há uma predisposição psíquica, às vezes, também inesperadamente, qual sucedeu a Buda, a São Francisco e a milhares de outros, acontecendo, de igual maneira, quando o ser se encontra sob imensa emoção, conforme sucedeu com Saulo, ao ver Jesus às portas da cidade de Damasco, ou discretamente, no silêncio da mente e do coração.

Aquele que se ilumina, descobre a vida na sua grandiosidade e experimenta um ilimitado sentimento de compaixão acompanhado de gratidão a todos quantos o precederam, aos contemporâneos e àqueles que virão depois...

Essa fascinante experiência transcende as conquistas do intelecto, caracterizando o despertar do sonho convencional e monótono da vida física e das suas exigências, abrindo espaço íntimo rico de paz e de bem-estar.

Com ela rompe-se a dualidade do ser, na qual o ego e o self lutam pela primazia, conseguindo harmonizá-los em uma suave identificação de objetivos, em que não mais se combatem, porém se unem na mesma finalidade existencial.

É o exemplo das células que estão sempre ativas, mas que não trabalham exclusivamente para elas mesmas, senão para o conjunto orgânico, perpetuando-se na mitose até o momento da consumpção pela morte biológica.

Esse é o instante significativo da expansão do amor, que passa a movimentar-se além do estreito círculo do ego e do si mesmo, para servir à sociedade no seu conjunto, contribuindo com harmonia e bênçãos outras de solidariedade e bem-estar.

Com a iluminação adquire-se sabedoria, esse estágio que vai além do conhecer, alcançando o altiplano moral do ser, do encontrar-se no mundo com todos e não estar amordaçado nem aprisionado a ninguém.

Torna-se, aquele que se ilumina, mesmo que o não deseje, observador da própria consciência, dilatando-a e utilizando-a para a compaixão e o amor.

Transformando-se em conhecedor do que lhe sucede e acontece em volta, supera as paixões emocionais, os interesses egoístas e equilibra-se, qual se estivesse detendo a atenção em uma flor, na magia da sua realidade e do seu perfume, procurando entendê-la...

De alguma forma, a fim de que a iluminação ocorra, é necessário que seja alcançado o estado de inocência, a superação das suspeitas e dos vícios, a modificação de estruturas e de conceitos morais.

Não se trata da conquista de uma inocência qual a que existe nas crianças, que é ignorância a respeito das coisas, mas a anulação da malícia, das intenções dúbias e invejosas.

O sábio é inocente, bem diferente, no entanto, de uma criança, que ignora quem é, o que deverá fazer, por que se encontra na Terra...

À medida que cresce, perde essa inocência, enquanto que o sábio, quanto mais transcorre o tempo mais inocente, mais feliz, mais confiante se apresenta.

O ego torna-se diluído no ser profundo, e não existe nele tormento nem ansiedade.

Nesse estágio não teme o futuro, não sofre as recordações do passado, não se aflige com a chegada da velhice e muito menos com a perspectiva da morte.

A autoiluminação é também a mais eficaz maneira de compreender os outros, porque o indivíduo se conhece a si mesmo, após haver descoberto de onde veio, para onde vai e como alcançar o novo patamar da felicidade.

Quando a inteligência se torna capaz de alcançar um conhecimento mais elevado e poderoso do que aquele que é fruto da reflexão, o campo está preparado para a autoiluminação, que pode surgir como um relâmpago ou ser alcançada suave e delicadamente...

É imprescindível que se aplique todo o empenho para a conquista da autoiluminação, que se transforma na identificação da Verdade, na compreensão sobre Deus, em que o raciocínio cede lugar à intuição, à captação plena do Pensamento Cósmico.

O ser iluminado compreende que não se pertence e que todo o esforço em favor do próximo e do mundo no qual se encontra, faz parte da sua vida.

Quando Jesus disse que o reino dos Céus está dentro de nós, acenou com a possibilidade de que, a partir da autoiluminação, o indivíduo já penetrou nele e passa a fruí-lo.

A iluminação não tem limites, porque o seu campo de expansão é o infinito.

Graças a essa conquista, alcança-se um estágio mais elevado de compreensão que traduz de maneira incomum a beleza do existir e do evoluir.

Pode-se afirmar que a finalidade precípua da existência corporal é a conquista dessa admirável experiência.

Não se suponha tratar-se de algo inalcançável, que somente assim o é para quem se contenta com a existência sensualista, trabalhada nas paixões servis e nos prazeres entorpecentes dos órgãos sensoriais.

A autoiluminação rompe essa barreira impeditiva.

Desperto para a realidade da vida imortal, o candidato à iluminação interior avança trabalhando os sentimentos, desenvolvendo a compaixão pela vida e por todos os seres sencientes de forma que o amor domine as paisagens do coração.

Centraliza o teu pensamento em Jesus, e mesmo sem afastar-te dos deveres que te dizem respeito junto à família, à sociedade e ao próximo, trabalha-te na expectativa da autoiluminação.

Após experimentá-la, nada mais te perturbará, facultando-te entender o estado numinoso, de graça, de samadi, de reino dos Céus.





Providência Divina





“Nunca se diga inútil nos mecanismos da vida.
A usina é um centro gigantesco de força,
mas é a lâmpada que dosa em casa a luz
de que carecemos.
Realmente não somos indispensáveis,
porque a Providência Divina não pode falir
quando falhamos transitoriamente, mas,
em verdade, segundo a Sabedoria do Universo,
Deus não nos criaria, se não tivesse
necessidade de nós.”

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Dia Começa ao Amanhecer





Compadece-te da criança que segue a teu lado.

O dia começa ao amanhecer.

Pai, mãe, irmão ou amigo, ampara-lhe a vida, com o teu próprio coração, se pretendes alcançar a Terra Melhor.

Lembra-te das vozes amigas que te induziram ao bem, das mãos que te guiaram para o trabalho e para o conhecimento.

Por que não amparar, ainda hoje, aqueles que serão, amanhã, os orientadores do mundo?

Em pleno santuário da natureza, quantas árvores generosas são asfixiadas no berço? Quanta colheita prematuramente morta pelos vermes da crueldade?

A vida é também um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.

Já meditaste nas esperanças aniquiladas ao alvorecer? Já refletiste nas flores estranguladas pelas pedras do sofrimento, ante o sublime esplendor da aurora?

Provavelmente dirás: "Como impedirei o sofrimento de milhares?"

Ninguém te pede, porém, para que te convertes num salvador apressado, carregado de ouro e poder.

Basta que abras o coração com a chave da bondade, em favor dos meninos de agora, para que os homens do futuro te bendigam.

Quando a escola estiver brilhando em todas as regiões e quando cada lar de uma cidade puder acolher uma criança perdida – ninho abençoado a descerrar-se, aconchegante, para a ave estrangeira – teremos realmente alcançado, com Jesus, o trabalho fundamental da construção do Reino de Deus.

Espírito Meimei - Do livro: Caridade, Médium: Francisco Cândido Xavier




terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Cristo Moderno




A modernidade da Cristo não está na figura de gravata e chapéu que tentaram sobrepor à sua imagem clássica. Está na interpretação nova do Cristo que surge das pesquisas históricas e da revelação espiritual que rompe o túmulo da letra. Sepultado na letra que mata, durante dois milênios, o Cristo ressuscita para o terceiro milênio no espírito que vivifica, segundo a expressão paulina. É a nova ressurreição no terceiro dia, cada dia correspondendo a um milênio.

O Cristo ressuscitado substitui o Cristo morto da tragédia grega da Paixão. Não mais o vemos pregado na cruz ou enterrado junto ao Calvário. O homem moderno sente o Cristo ao seu lado. Se todos ressuscitamos e continuamos atuantes na vida, por que motivo o Cristo, Nosso Senhor, continuaria morto? Essa tese é do apóstolo Paulo em sua I Epístola aos Coríntios, mas só agora se impõe à consciência do mundo. Porque só agora o mundo está preparado para compreendê-la. Os mitos do passado se dissolvem à luz da razão esclarecida e a fé se renova ante as conquistas da Ciência, até agora acusada de inimiga da Fé.

Graças a isso Maria Dolores pôde ver, neste Natal, o homem moderno, junto à sua construção descomunal, dialogar solitário com o Cristo moderno que é o seu contemporâneo de todas as encarnações e reencarnações, no passado, no presente e no futuro. A figura clássica do Cristo sobrevive intacta ao longo da História, porque não é a figura de um homem do passado, mas o ideal humano que todos buscamos, o arquétipo divino que nasce do mito para a realidade vivencial de todos os tempos.

O pranto mudo em que o homem se cala, nasce da fonte oculta das suas desilusões. De que valem as conquistas da Ciência e as construções descomunais, se a inteligência vitoriosa continua faminta de paz e amor? O reconhecimento dessa realidade áspera lembra o instante em que a vara de Moisés fez brotar a água do coração da rocha. Este é o Natal do reencontro. No fundo de si mesmo o homem moderno vê nascer o novo Cristo que, no entanto, é o companheiro de sempre a oferecer-lhe as diretrizes de paz e amor.



Irmão Saulo - Do livro Diálogo dos Vivos, Médium: Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.



Paulo de Tarso, São Francisco de Assis



 Homem que lutou para que conhecêssemos Jesus


Se hoje milhões de pessoas lembram e cultivam a fé em Cristo, tal fato deve-se, sem sombra de dúvida, a Paulo de Tarso. Não fosse a sua determinação e bravura, provavelmente o Cristianismo teria morrido antes mesmo do seu primeiro século. Após perseguir o Cristianismo de forma implacável, Paulo ajoelhou-se aos pés do Mestre que lhe apareceu em espírito, no Caminho de Damasco, dizendo: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Saiba mais sobre a vida deste grande apóstolo e ouça sua linda mensagem sobre a Caridade.


Oração de São Francisco de Assis



Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé…
Ouça a música na voz de Fagner.




Jesus, a luz do mundo

O Evangelho, segundo João (1:5), afirma: “A luz resplandeceu nas trevas, mas as trevas não a compreenderam”. O que significa dizer que a vinda de Jesus Cristo à Terra foi um resplendor que iluminou os horizontes sombrios do mundo. Todavia, os homens não compreenderam a extensão dessa generosa dádiva dos Céus, não hesitando mesmo em levar ao Calvário o grande Mensageiro Celeste que a revelou. Afirma, ainda, o evangelista João (1:11) que “Jesus veio para o que era seu, mas os seus não o receberam”.




Com Deus Venceremos




É possível que a provação te visite algumas vezes.

Quando isso ocorra, não te aconselhes com o desânimo.

Encoraja-te na fé e caminha para a frente com as tarefas que a vida te confiou.

Recorda que as dificuldades que te alcançaram o caminho terão atingido outros companheiros.

É razoável reflitas que não és a única criatura atravessando as sombras que te parecem excessivamente pesadas nos ombros.

Outros choram e sofrem.

Não percas tempo com o frio do desalento ou com a febre do desespero.

Ao invés disso, conquanto as provações que te assinalem a marcha, estende mãos socorredoras aos que talvez estejam suportando problemas muito mais difíceis do que os teus.

Não te marginalizes.

Confiando na Divina Providência, segue adiante e não temas.

Sabemos todos que a Infinita Bondade de Deus que nos sustentou ontem, nos sustentará igualmente hoje e, dentro de semelhante convicção, manteremos a certeza de que com Deus venceremos.


 

Sentido de Viver



Muitas pessoas erguem-se pela manhã acreditando não existir qualquer sentido para despertarem.
Dormem sem nenhum objetivo e acordam do mesmo modo, transformando o dia-a-dia, em uma experiência insossa ou vazia.
Vagam pelas ruas, sem destino certo, à mercê do que lhes aconteça no curso do dia.
Levam uma vida sem direção, desvalorizando o tempo e a oportunidade de estarem reencarnados.
Deixam-se levar pelos “ventos do acaso”.
Não vêem significado em família, em amigos, nem em trabalho.
Quando se estabelece este estado d’alma, a pessoa corre o risco de ser tragada pelo aguaceiro das circunstâncias, sem quaisquer resistências morais para enfrentar as dificuldades.
Com certeza, não é o melhor modo de se viver.
É urgente que nos possamos sentir como peças importantes nas engrenagens da vida.
É necessário que tomemos gradual consciência quanto ao nosso exato papel frente às leis de Deus.
Seria muito belo se cada pessoa – principalmente as que não vêem sentido para a própria vida – resolvessem perguntar-se:
“O que posso fazer em prol do mundo onde estou? Para que, afinal, é que eu vivo? Para quem é que eu vivo?”
Dificilmente não achará respostas valiosas, caso esteja, de fato, imbuída da vontade de conferir um sentido para sua existência.
Cada um de nós, quando se encontra nas pelejas do mundo terreno, pode viver para atender, para cuidar de alguém ou de alguma coisa, dando valor às suas horas.
É importante dar sentido à vida.
É importante viver por algo ou por alguém.
Dedique-se a um ser que lhe seja querido, que lhe sensibilize a alma, e passe a viver em homenagem a ele, ou a eles, se forem vários.
Dedique-se a uma causa que lhe pareça significativa para o bem geral, e passe a viver em cooperação com ela.
Dedique-se a cuidar de plantas, de animais, do ambiente.
Apóie-se em algum projeto justo, desde que voltado para as fontes do bem, pois isso alimentará o seu íntimo.
Assim seus passos na terra não serão a esmo, ao azar.
Quando se encontram razões para viver, passa-se a respeitar e a honrar as bênçãos da existência terrestre.
Cada momento se converte em oportunidade valiosa para crescer e progredir.
A vida na terra não precisa ser um “campo de concentração” a impor-lhe tormentos a cada hora.
Se você quiser, ela será um jardim de flores ou um pomar de saborosos frutos, após a sementeira responsável e cuidadosa que você fizer.
Dedique-se a isso.
Empreste sentido e beleza a cada um dos seus dias terrenos.
Liberte-se desse amortecimento da alma que produz indiferença.
Sinta que, apesar de todos os problemas e dificuldades que se abatem sobre a humanidade, a chuva continua a beijar a face do mundo e um sol magnífico segue iluminando e garantindo a vida em todo lugar.
Isso porque, todos nós somos alvos da dedicação de Deus.
O tempo é uma dádiva que Deus nos oferece sem que o possamos reter.
Utilizá-lo de forma responsável e útil é dever que nos cabe a todos.
Dê sentido às suas horas, aos seus dias, e assim, por consequência, a toda a sua vida.
livro Para uso diário, capítulo 25, de J. Raul Teixeira




Na Sublime Iniciação





Quando Jesus nos convocou à perfeição, conhecia claramente a carga de falhas e deficiências de que estamos ainda debitados perante a Contabilidade da Vida.


Urge, assim, penetrar o sentido de semelhante convite, aceitando, de nossa parte, a sublime iniciação.


Na subida áspera em demanda aos valores eternos, as Leis do Universo não nos reclamam qualquer ostentação de grandeza espiritual. Criaturas em laboriosa marcha na senda evolutiva atendamos, desse modo, aos alicerces do aprendizado.


Nas horas de crise, os Estatutos Divinos não nos rogam certidões de superioridade a raiarem pela indiferença, e sim, que saibamos sofrê-las com reflexão e dignidade, assimilando os avisos da experiência.


Renteando com injúrias e zombarias, as instruções do Senhor não exigem de nós a máscara da impassibilidade, e sim, que as vençamos de ânimo forte, assimilando-lhes a passagem com a benção da compreensão fraternal.


Defrontados por tentações, a vida não espera que estejamos diante delas, em regime de anestesia, e sim, que busquemos neutralizá-las com paciência e coragem, entesourando os ensinos de que se façam mensageiras, em nosso próprio favor.


Desafiados pelas piores desilusões, não nos pedem os Regulamentos da Eternidade qualquer testemunho de aridez moral, e sim, que diligenciemos esquecê-las sem a menor manifestação de desânimo, abraçando mais amplas demonstrações de serviço.


Abstenhamo-nos de adornar a existência com expectações ilusórias. Somos criaturas humanas, a caminho da sublimação necessária e, nessa condição, errar e corrigir-nos para acertar sempre mais, são impositivos de nosso roteiro. Conquanto isso, porém, permaneçamos convencidos, desde hoje, de que se por agora não nos é possível envergar a túnica dos anjos, podemos e devemos matricular-nos na escola dos espíritos bons.

Emmanuel, Por Francisco Cândido Xavier,
Livro:Alma e Coração



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sintonia Epiritual




O dia correu, célere, multiplicando surpresas confortadoras, ao redor de meus passos, e, à noite, findo o culto doméstico das Palavras Divinas. Marta me convidou ao recolhimento, afirmando que a cidade permanecia cheia de atrativos e estudos para a noite; contudo, aconselhava-me o repouso, de modo a evitar excessos de impressões nas primeiras horas de meu contacto com a paisagem.

Surpreendendo-me, o amigo Andrade declarou que se demoraria junto de mim, naquela noite. Salientou que minhas forças jaziam quase refeitas, que começava a viver a experiência normal na esfera nova e, por isso, provavelmente eu necessitaria de instruções fraternas.

Não obstante intrigado, aceitei, satisfeito, o oferecimento gentil.

Passamos a extensa câmara destinada ao descanso, mas bastou que me entregasse à quietação para que certo fenômeno auditivo e visual me perturbasse as fibras mais íntimas.

Vi perfeitamente, qual se estivesse dentro de mim, as filhas queridas, então na Terra, e alguns poucos amigos, que deixara no mundo, dirigindo-me palavras de saúde e carinho.

Pai querido! Diga-me se você ainda vive! Desfaça minha dúvida, ensine-me o caminho, venha até mim!

Era a voz de uma delas a interpelar-me.

O amoroso chamamento ameaçava-me o equilíbrio. Minha razão pericultou por segundos. Onde me encontrava? Contemplava-a ao meu lado, queria beijar-lhe as mãos, expressando-lhe reconhecimento pela imensa ternura, mas debalde a buscava.

Ainda me não desembaraçara do involvidável momento de estranheza, quando um médium de minhas relações apareceu igualmente no quadro.

- Meu amigo! Fale-nos, conforte-nos!... – rogou, comovidamente.

Meu coração pulsou apressado. Como atender aos apelos?

Ia gritar, suplicando socorro. Todavia, o Irmão Andrade, mais prestativo e prudente que eu poderia supor, abeirou-se de mim e cientificou-me de que aquele era o fenômeno da sintonia espiritual, comum a todos os recém-desencarnados que deixam laços do coração, na retaguarda. Esclareceu que, através de semelhante processo, era mesmo possível comunicar-se com o círculo físico, quando o intermediário terreno possa conservar a mente na onda de ligação mental durante o tempo indispensável. Informou que a entidade desencarnada é suscetível de manter intenso intercâmbio pelos recursos do pensamento e que, por intermédio dessa comunhão íntima, encarcera-se o criminoso nas sombras das próprias obras, tanto quanto o apóstolo de bem vive com os resultados felizes de sua sementeira sublime de renúncia e salvação.

Insuflou-me forças vigorosas, utilizando passes de longo curso e, recomendando-me calma, asseverou que, aos poucos, saberia controlar o fenômeno das solicitações terrestres, canalizando-lhe as possibilidades para o trabalho de elevação.



Irmão Jacob - Do livro: Voltei, Médium: Francisco Cândido Xavie


 

Lembra-Te de Deus




Lembra-te de Deus para que não olvides a tua alma no labirinto das sombras.

O Criador vive e palpita na Criação que o reflete.

Quando estiveres ferido pelas farpas do sofrimento, lembra-te de Deus que, em muitas ocasiões, socorre a terra seca, por intermédio de nuvens tempestuosas.

Quando te sentires revoltado ante as misérias do mundo, lembra-te de Deus, cuja majestade permanece incorruptível, no próprio fruto podre, através da semente pura em que a planta se renovará exuberante e vitoriosa.

Lembra-te de Deus e aprende a não julgar com os olhos físicos, que apenas assinalam na Terra ligeiras nuances da verdade.

Tudo nos infinitos domínios do Infinito Universo transformação incessante para a gloria do bem.

Em razão disso, o mal sempre efêmero nevoeiro na exaltação da eterna paz, e toda sombra, por mais dilatada no espaço e no tempo, não passa de expressão transitória no jogo das aparências.

Não reproves, assim, o solo estéril pela carência que patenteia e nem condenes a víscera cadavérica pelo bafio que exala, porque, amanhã, a Bondade de Deus pode reunir um e outro, com eles edificando um berçário de lírios.

Não te antecipes à Justiça do Pai Celeste quando fores incomodado, porque o Pai Celeste sabe distribuir o pão e a corrigenda com os filhos que lhe constituem o patrimônio de excelso amor.

Ainda mesmo diante do inferno que nós criamos na consciência com os nossos erros deliberados, ei-lo, bondoso, a expressar-se com o seu Divino Devotamento, transformando-o em lixívia que nos sane as mazelas da alma.

Trabalha, ajudando sempre, na certeza de que Deus sustenta a vida, para que a vida se aprimore.

Assim sendo, no principio de cada dia ou no começo de cada tarefa nova, faze da oração a nota inicial de teu passo primeiro, para que te não falte a inspiração do Céu em toda a medida justa.

Quando fatigado, seja Deus teu descanso.

Quando aflito, seja Deus teu console.

Quando supostamente derrotado, seja Deus teu arrimo.

Quando em desalento, seja Deus tua fé.

Ergue, diariamente, um templo vivo de amor a Deus em teu espírito e rende-lhe preito incessante, através do serviço ao próximo, nas lutas de cada hora.

Em todos os lances de nossa peregrinação para os cimos, lembremo-nos de Deus para que não estejamos esquecidos de nós.

Meimei - Do livro: Vozes do Grande Além, Médium: Francisco Cândido Xavier


 

Fé inabalável




A fé é o maior tesouro da alma.

É a grande luz que ilumina nossos destinos, enriquece nossa inteligência e exalta o nosso coração.

A fé é o emblema da perfeição e a insígnia do poder.

Por isso, Jesus disse aos Seus discípulos: "se tivésseis fé do tamanho de uma semente de mostarda, diríeis a este amoreira: transplanta-te para o mar e ela vos obedeceria."

A fé é um cabedal que valoriza a alma, tal como o ouro no mundo valoriza o homem.

Na esfera material o homem tem sido considerado pelo que tem.

Na esfera espiritual cada um vale pela fé que possui.

Para se possuir legalmente bens materiais, na Terra, é necessário trabalho, raciocínio e esforço.

Para se adquirir a verdadeira fé também é indispensável o trabalho, o raciocínio, o estudo e o esforço.

A prosperidade material é produto do trabalho.

A prosperidade espiritual é uma conquista do espírito humano.

O dinheiro facilita o bem estar físico.

A fé, por sua vez, felicita o homem, não só espiritualmente, mas também atinge o seu físico.

A fé não se compra nos templos de mercadores, nem nas feiras. Não se dá por esmola, nem se adquire por herança.

A fé adquire-se especialmente pela aquisição de conhecimento.

Sobre esse assunto, Allan Kardec, deixou-nos o seguinte ensinamento: "fé verdadeira é a que pode encarar a razão face a face, em qualquer época da humanidade."

Deus tem concedido aos homens as mais variadas bênçãos, menos a fé.

Por essa razão, vê-se em todas as religiões, pessoas capazes de nos cativar pela bondade, maravilharem-nos por sua paciência, atraírem-nos pela sua caridade.

Entretanto, facilmente notamos também nelas a ausência da verdadeira fé.

Por quê?

Porque a fé não se adquire sem estudo, sem trabalho, sem o exercício do livre-arbítrio.

Muitos homens ainda encontram-se cegos em face da luz e surdos em relação aos sons. São, ainda, pessoas sem fé.

Têm o entendimento encoberto pelos véus dos dogmas e dos preconceitos.

A fé verdadeira é poderosa, mas não se impõe pela força.

A cada um de nós foi dada a liberdade para buscar a verdade e abandonar o engano.

A fé é o alimento que sustenta o espírito.

É a água pura que dessedenta a alma.

E assim, como o comer e o beber exigem um esforço dirigido da vontade, também a fé não se conquista sem a aplicação de meios adequados a sua obtenção.

A fé é a sabedoria consubstanciada no amor que nos conduz a Deus.

Esta sim, a fé raciocinada, é a fé que efetivamente há de nos salvar.

Pense nisso!

Não é a repetição automática de palavras decoradas que nos aproximam de Deus.

Não é a oferta de valores e de bens que nos concederá a paz que tanto almejamos.

Não serão rituais, nem trajes específicos que garantirão às nossas almas o consolo e a orientação de que necessitamos.

Deus dispensa fórmulas para estender seus braços amorosos em nossa direção.

Somente a fé verdadeira, que deve ser conquistada por cada um de nós, individualmente e à custa de esforço e dedicação, é que nos oferecerá tais bênçãos de forma efetiva e permanente.
 



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Despertamento Para a Verdade




Ilude-se, todo aquele que supõe que o encontro com a Verdade irá impedir-lhe a ocorrência de problemas e de desafios existenciais na jornada de evolução.

Engana-se, quem pretende viver experiências elevadas sem as lutas do quotidiano, em razão da sua vinculação com o espírito da Verdade.

Desperdiça o tempo, o indivíduo que acredita estar livre do sofrimento, somente porque se voltou para as lições libertadoras da Verdade.

Equivoca-se, a pessoa que, abraçando a Verdade, espera desfrutar de privilégios e prazeres contínuos.

Defrauda a consciência, o pretendente a uma vida de exceção, longe da dor, das provas necessárias, somente porque aderiu à Verdade.

Mente, para si mesmo, aquele que espera uma existência pacata, rica de experiências espirituais, sem os choques do mundo, agora, quando se encontrou com a Verdade.

Não existe um exemplo de alguém que haja despertado para a Verdade, que tenha modificada a trajetória da reencarnação, passando a gozar de dádivas especiais que o tomariam um eleito.

Pelo contrário, a Verdade induz à maturidade espiritual, à libertação da ignorância em tomo da vida, demonstrando que se está na Terra, num mundo transitório, momentâneo, programado para o retomo ao Grande Lar, após vencidas as etapas de progresso que lhe são necessárias durante o trajeto físico.

O conhecimento da Verdade dilata os horizontes do entendimento intelectual e racional do Espírito, a fim de que possa aplicar ao dever essencial, ao invés de deter-se nas banalidades que procura transformar em fundamentais à felicidade.

Ao mesmo tempo, convoca a mente à introspecção, à viagem silenciosa que leva ao autodescobrimento, de maneira a selecionar o que é fundamental e o que é secundário durante o périplo carnal.

Identificados os valores legítimos oferecidos pela reencarnação, entrega-se à reconstrução moral no campo das idéias, facultando melhor direcionamento dos esforços pessoais em favor do crescimento interior, com a mente inçada de esperanças e de bem-estar.

Uma incomparável alegria apossa-se-lhe do comportamento, alterando-o expressivamente, por facultar o aproveitamento do tempo para a vinculação com Deus através da Sua manifestação em todas as coisas.

Aberturas emocionais para o amor, para a fratemidade, para a compaixão, para a caridade ensejam-Ihe um intercâmbio contínuo com as Forças do Bem, que alimentam o ser e dele retiram energias que são aplicadas em favor dos menos aquinhoados.

Uma alteração real de objetivos alerta para a vivência contínua das emoções superiores.

A resignação ante os acontecimentos menos ditosos, os insucessos materiais, as enfermidades, as agressões e combates inevitáveis, transforma-se em recurso prodigioso para dar continuidade aos projetos evolutivos na direção da meta libertadora.

À medida que o ser se eleva, mais fácil apresenta-se-Ihe a faculdade de entender a vida e suas ocorrências, dando-lhe motivações para empreendimentos contínuos de paz e de construção da solidariedade.

Não espera que o mundo mude, antes muda em relação ao mundo, tomando-se um ponto de referência para outras futuras transformações que ocorrerão em favor da renovação da sociedade.

Já não mais escraviza-se a pessoas e a coisas por sabê-Ias todas efêmeras no curso infinito do progresso. Ama-as, porém, livre de dependência de qualquer espécie, por cuja forma não se detém na marcha, avançando sempre.

Compreende que nem todos, no momento, podem seguir-lhe os passos, o que não o aflige, nem o desestimula, porquanto reconhece a existência de níveis variados de consciências, continuando nos propósitos estabelecidos.

Vitimado por circunstâncias decorrentes dos atos infelizes do pretérito espiritual, enfrenta a situação com coragem, diluindo os efeitos com os métodos ao alcance, evitando novos comprometimentos que o afligirão no porvir.

Perseguido pela insensatez que campeia a soldo da comodidade em toda parte, sorri e continua, não se detendo a explicar a conduta, nem a debater a respeito da decisão de integrar-se no conceito da Verdade, vivendo-a, desde já, sem alarde, nem imposição de qualquer natureza.

Honestamente, é fiel a si mesmo e a Deus, que o atrai com a irresistível energia do amor, passando a nutrir-se desse pão de vida, sem a preocupação de justificar-se ou de arrebanhar adeptos para o seu desiderato.

Muitas vezes, a sós, está sempre com Deus, ou Deus está com ele, não se importando com o abandono a que se veja entregue por familiares, amigos ou correligionários.

Não se aflige hoje, ante a impossibilidade de conseguir a realização dos seus objetivos. Sabe que o importante é iniciar a busca, prosseguindo sem pressa, nem detença.

Nele fulgura a luz da paz, que o tranqüiliza, facultando-lhe entendimento de todos os acontecimentos.

Se a morte ameaça, prepara-se para recebê-Ia jovialmente, porque entende que ela será a sua ponte para alcançar o Outro Lado, onde espera ser feliz.

Vagarosamente e com decisão rompe o véu que o separa da Verdade, conforme acentuava São João da Cruz.

...E ocorrendo a morte, desperta em madrugada formosa para a qual se preparou durante a existência passada.

Eu sou o Caminho da Verdade e da Vida - afirmou Jesus.

A fim de ser alcançado - Deus em Plenitude - Jesus é o Caminho único, embora se multipliquem os missionários do amor, da compaixão e da sabedoria em todas as doutrinas espiritualistas, que vieram em Seu nome, a fim de preparar as criaturas para o grande encontro com o Seu coração.

Toma-O como modelo e guia, seguindo-O alegremente e a Verdade te embriagará de luz e de paz, concedendo-te Vida em abundância.


 Joanna de Ângelis - Psicografia do médium Divaldo P.