fundo

Quando aceitamos o que recebemos, vivemos melhor. Quando as adversidades nos ensinam a nadar, atravessamos o mar. Quando as barreiras dizem que não podemos e não somos capazes, podemos nos redobrar de forças e vencer os obstáculos .

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Retirar os Remos da Água




Nada na Terra pode vencer o homem flexível, pois tudo pode conseguir aquele que não oferece resistência. A propósito, a maioria das coisas muito duras tem grande propensão para quebrar.

Dizem as tradições orientais que a água é o mais poderoso dos elementos, porque é a excelência no mais alto grau da “não-resistência”. Ela pode desgastar uma rocha e arrasar tudo à sua frente. Ao mesmo tempo, quando encontra uma pedra pelo caminho, não fica irritadiça, contorna os obstáculos; e, se pressionada por algum motivo, comprime-se o quanto quer.

Não fica lá, parada, censurando, pois não vê nenhuma vantagem em perder tempo e energia por causa de um incidente natural. A água se desvia da pedra e segue normalmente seu curso. Por que se estressaria coma ordem regular das coisas?

As águas de um rio vão para o oceano, para o grandioso. É para isso que ela está em andamento. Isso é que importa. Os detritos são entraves característicos do caminho. Se a água combatesse os pedregulhos, as grandes pedras, árvores submersas, terreno em declive, ela se consumiria desnecessariamente e, por consequência, retardaria sua chegada ao mar.

A correnteza ficaria intoxicada pelo mau humor e contaminada pelos ressentimentos, maculada de amarguras por todas as adversidades encontradas no leito fluvial.

Assim como o curso natural do rio tem como desígnio levar suas águas para a imensidade do oceano, nós igualmente temos um ministério a cumprir. Se ficarmos inflexíveis, resistindo e nos envolvendo com cada um dos pequenos contratempos do cotidiano, isso só vai redundar em impedimento para cumprirmos a tarefa evolutiva de nossa existência.

O que mantém o dinamismo da vida na água é o fluxo da correnteza. O movimento contínuo sustenta a vida ativa, não deixando que ela se altere substancialmente. O curso fluvial de um rio é que sustenta a vida nele.

Diz o caniço ao carvalho: “Não se preocupe com a minha suposta fragilidade. Você se engana com ela. Por trás dessa aparência delicada existe, em essência, uma força que me faz ser forte e auto-suficiente. Eu sou flexível. Eu me curvo, se preciso for, mas não quebro. Na verdade, os ventos são mais perigosos para você do que para mim.”

Os antigos sábios perceberam que no fato do bem viver o que impera é a flexibilidade, tal como faz a água, o melhor modelo de fluxo da Natureza. Durante as estações do ano, o que percebemos é seu movimento contínuo em todas as suas manifestações: rios, lençóis freáticos, lagos, mares, neve, degelo, nuvens e evaporação.

Se a vida é transformação, variação, ciclo e impermanência, o que rege a existência humana também são as oscilações sucessivas e flexíveis que obedecem a uma Ordem Providencial. É bom lembrarmos que as almas mais fortes são as mais maleáveis, abertas a mudanças e a novas informações.

Somos membros do Universo em contínuo evolução e precisamos aprender a nos adaptar e a nos ajustar a uma visão de mundo passível de transformações, reciclando pensamentos, crenças e idéias, fazendo novas interpretações das circunstâncias e das ocorrências do cotidiano. Não devemos ser homens automatizados. Onde não há liberdade para se questionar, não há ética.

Quantas vezes a maneira rígida de pensar ilude o “homem carvalho”, “de bom coração, porém superficial em seus julgamentos” fazendo-o acreditar que possui uma força indestrutível como a árvore desta fábula, mas diante das tempestades existenciais “tenta a todo custo manter-se em pé; (...) se julgava alto como as montanhas do Cáucaso e capaz de suportar os violentos temporais, não resiste. E o vento fica mais violento e arranca aquele cuja cabeça era vizinha do céu (...)”.

Nossa alma terá firmeza e vigor diante das intempéries se conseguirmos manter a mesma flexibilidade do “caniço”, prontos a ceder diante das renovações, reformulando planos, admitindo novas opiniões, aderindo a convicções baseadas em provas incontestáveis, fazendo associações prazerosas e estimulantes; angariando, assim, energias que fortalecem e alimentam o próprio espírito.

“Fluir” não quer dizer somente “passar por”, “deixar-se conduzir”, “percorrer distância”, “circular com rapidez”. O fluxo ao qual nos referimos é muito mais do que isso. Na verdade, falamos da ritmicidade cósmica que comanda o Universo e que mantém tudo em perfeita ordem.

Não existe o caos. Em todas as coisas reina um ciclo, um propósito ou trajetória em completa harmonia. Às vezes, temos a impressão de que a desordem e a confusão mental invadem nosso reino interior, mas, se olharmos num nível mais profundo, perceberemos que tudo está em plena concordância. A dureza, a agitação e o tumulto provêm da postura ególatra da visão humana.

De modo geral, as pessoas, resistentes, podem estar sendo assaltadas por fortes imagens mentais de situações de inflexibilidade vividas no lar. Quando uma criatura associa um fato recente a uma situação registrada anteriormente (ainda que não se dê conta disso), seus sentimentos agem imediatamente como se ela estivesse vivenciando o próprio fato precedente.

O antigo ditado “Tal pai, tal filho”, utilizado comumente para justificar qualquer tipo de escolha de um indivíduo que se revela afortunado ou mal-sucedido, vincula erros e hábitos, virtudes e vícios a um padrão familiar, imutável e inflexível. É uma generalização que confirma e explica as ações dos pais e dos filhos, para o bem ou para o mal.

Existe uma ponte entre hábitos e generalizações. A existência humana nada mais é do que uma textura de hábitos. Hábitos do pretérito somados aos do presente. Evidentemente, nossa forma costumeira de ser, fazer, sentir, individual ou coletivamente, é produto de nossas vivências associadas às mais diversas motivações. Elas determinam ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada ou uma forma de desenvolvimento individual da criatura.

Entretanto, não devemos nos esquecer de que na infância poderemos formatar novos padrões de comportamento, alicerçados em hábitos adquiridos em outras existências. Os regulamentos e preceitos impostos pelos pais influenciam no desenvolvimento psicossocial dos filhos.

A criança precisa do afeto real, não de cobranças. De um sentimento intenso, consistente, suave, tranqüilo, sem arrebatamento exagerados e momentâneos, mas sim, freqüentes e duradouros.

Uma simples palavra de incentivo, um sorriso de aprovação, um olhar de encorajamento funcionam como um fermento magnífico que os pais podem e devem dar aos filhos.

Crianças que nunca são elogiadas se desenvolvem com certa dose de frustração, desapontamento, decepção, inibição e com baixa estima.

Os adultos devem aprender a aceitar os filhos como são e não formar modelos inatingíveis, desumanizá-los, julgando-os como super-homens ou tentando enquadrá-los a um padrão idealizado.

Indivíduos intransigentes são como investigadores que se apegam apenas a uma pequena parte de um todo como resultado final sobre a questão que estão tentando decifrar. E quando outras evidências são encontradas , eles as alteram para que se encaixem impecavelmente em suas conclusões precoces.

Em contrapartida, as criaturas flexíveis formulam estimativas de importância e de valor relativos até que se prove o contrário, ou seja, reconsideram e revisam de forma permanente seus pontos de vista a fim de alcançarem verdadeiramente os fatos reais.







terça-feira, 27 de setembro de 2011

Médium que trabalha para Jesus



Quando o médium se empenha em dar fiel cumprimento à sua tarefa mediúnica e enfrenta as adversidades da vida com estoicismo e resignação, neste caso, do “lado de cá”, há sempre uma equipe de espíritos beneméritos que o amparam a fim de lhe tornar mais fácil vencer os obstáculos da sua jornada.
A função do médium assemelha-se à do carteiro, o qual, embora seja a peça de menor destaque na correspondência entre os homens, caso ele se recuse a cumprir a função de entregar as mensagens aos destinatários, semelhante negligência constitui uma falta bastante grave. Em tais condições, desde que se rebele contra a sua obrigação ou se escravize a vícios e paixões que prejudiquem e inutilizem a sua tarefa mediúnica, então será vítima dos espíritos das Sombras e, por sua culpa, enfraquece o serviço libertador do Cristo.
No entanto, o médium laborioso e desinteressado, disposto a vencer todos os obstáculos, conseguirá transpor todos os empecilhos do mundo e até os que estão em si próprios.

Saibamos Pensar




Se pretenderes receber a luz dos anjos para viver em paz entre os homens, observa como pensas, a fim de que a sombra de ontem não te anule a esperança de hoje.

Cada dia é frente movimentada na luta silenciosa, em que nos cabe entronizar na consciência aquela vitória espiritual sobre nós mesmos, capaz de assegurar-nos a suspirada penetração na Vida Celeste.

Hora a hora, aprendamos a pensar com o bem, pelo bem, junto do bem, através do bem e estendendo o bem, a fim de que venhamos a errar menos, diante das leis que nos regem.

Observando o irmão transviado, que a convenção apelida por malfeitor, mentaliza-lhe a recuperação que o integrará na comunidade das criaturas úteis e auxilia-o quanto possas.

Perante a irmã que se fez infeliz na conceituação dos outros, reflete no esforço que o seu valor feminino despendeu para ser nobre e digna e estende-lhe mão fraterna.

Ante o delinqüente que se transformou em réu da justiça, medita na batalha indefinível que o companheiro desventurado terá vivido em si próprio, antes de render-se à tentação e ampara-o com os recursos ao teu alcance.

Não cubras teus olhos com o crepe do pessimismo, nem envolvas réus no gelo da indiferença.

Aprende a pensar para o bem para que o bem te ensine a ver e a servir.

Onde o mundo situa o aviltamento e a corrupção, a falência e a queda, o pensamento reto descobre sonhos malogrados e aspirações desfeitas que a tempestade da ignorância e da penúria destruiu.

Não te confies às sugestões da tristeza e do desânimo, da crueldade e da maldição.

Passa auxiliando e sentirás no irmão da estrada a continuação de ti mesmo.

E, acendendo a luz da confiança e da bondade em torno dos próprios pés, guardarás a mente invulnerável à influência das trevas, convertendo o próprio espírito em vaso sagrado no qual o pensamento nobre, recolhido com limpidez e segurança, transformar-te-á a existência em estrela, brilhando na Terra em abençoada antecipação ao Reino de Deus.
Emmanuel 












O que possuímos



É interessante anotar como desejamos, no mundo, tantas coisas, que nos parecem imprescindíveis.

Quantas vezes, em meio às tarefas que nos cabem, na oficina de trabalho, não desejamos um emprego melhor?

Pois é. Gostaríamos de um melhor ambiente de trabalho, um chefe menos rigoroso, uma carga horária menor, um salário maior.

No entanto, centenas de pessoas anseiam somente por ter um emprego. Qualquer que fosse. Um salário mínimo, ao menos, para saírem da penúria total.

Quantas vezes reclamamos dos pratos servidos no almoço e no jantar? Sempre a mesma coisa. Parece que a cozinheira está desprovida de idéias ou anda com preguiça.

Entretanto, enquanto almejamos pratos mais sofisticados e variados, milhares, no mundo todo, desejam apenas um prato de comida.

Olhamo-nos no espelho e reclamamos da cor dos olhos. Como seria bom se tIvéssemos olhos claros. Ou escuros. Mais esverdeados.

Contudo, inúmeras criaturas aguardam simplesmente a oportunidade de enxergar. Anseiam por uma córnea, uma cirurgia que os libere da cegueira em que se encontram.

Encantamo-nos com as vozes do cantor, do locutor e desejaríamos ter uma voz bonita, cristalina. Ou encorpada, máscula.

Ao nosso lado, porém, caminham muitos que desejariam apenas ter a ventura de falar, em qualquer tom.

Pensamos, olhando nossos pais, que seria muito bom se eles fossem mais esclarecidos, tivessem diplomas universitários, conhecessem o mundo.

Tivessem, enfim, uma visão mais ampla do mundo.

Seria tão bom! Mas, em nosso mesmo bairro, existem dezenas de pessoas que almejariam simplesmente ter pais.

Fossem eles iletrados, analfabetos, pobres de entendimento. Mas que estivessem ao seu lado para amá-los.

Reclamamos da rua barulhenta em que se situa a nossa casa, do cachorro do vizinho que late toda noite, perturbando-nos o sono.

Desejaríamos silêncio. Um bairro tranqüilo, cães disciplinados, ruas sem trânsito. Muito silêncio para nossa leitura, nosso descanso, nosso lazer.

Nem nos damos conta que centenas de criaturas almejam ardentemente, simplesmente ouvir. O que quer que seja. O ruído do trânsito, o apito das fábricas, a gritaria da criançada.

Qualquer coisa, contanto que pudessem ouvir.

Olhamos, com olhos de desejo, as vitrinas abarrotadas de sapatos lindos. Modelos recém chegados. Lançamentos.

Gostaríamos tanto que nosso orçamento nos permitisse comprar um novo par. Afinal, os nossos já andam um pouco gastos e fora de moda.

Enquanto olhamos para nossos pés, desejando novos sapatos, muitos contemplam os próprios membros inferiores, desejando apenas ter pés.

Pensamos num carro novo, mais confortável. Um carro com porta-malas maior, que caiba mais coisas.

Enquanto isso, bem próximo de nós, muitos apenas sonham com a possibilidade de se locomover de um lado a outro com as próprias pernas.

É justo sonhar. É bom desejar melhorar o padrão de vida. Isto faz parte do progresso do ser humano.

Entretanto, que esses anseios não se constituam em nossa infelicidade. Não esqueçamos de valorizar o que já temos.

Valorizemos a possibilidade de andar, ouvir, enxergar, de nos locomover de um a outro lado, por nossa própria conta.

Agradeçamos o emprego que nos permite o atendimento das nossas necessidades.

Sejamos gratos pela nossa família, pequena ou grande. Ilustrada ou não.

Agradeçamos, enfim, a Deus, pelo dom da vida. Por estar na terra, abençoada escola.

Por respirar, por poder abraçar, por ter a quem abraçar.

Agradeçamos simplesmente, por viver este dia.


 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Talismã Divino




Entabularam os familiares interessante palestra, acerca das faculdades sublimes de que o Mestre dava testemunho amplo, curando loucos e cegos, quando Isabel, a zelosa genitora de João e Tiago, indagou, sem preâmbulos:

- Senhor, terás contigo algum talismã de cuja virtude possamos desfrutar? Algum objeto mágico que nos possa favorecer?

Jesus pousou na matrona os olhos penetrantes e falou risonho:

- Realmente, conheço um talismã de maravilhoso poder. Usando-lhe os milagrosos recursos, é possível iniciar a aquisição de todos os dons de Nosso Pai. Oferece a descoberta dos tesouros do amor que resplandecem ao redor de nós, sem que lhes vejamos, de pronto, a grandeza. Descortina o entendimento, onde a desarmonia castiga os corações. Abre a porta às revelações da arte e da ciência. Estende possibilidades de luminosa comunhão com as fontes divinas da vida. Convida à benção da meditação nas coisas sagradas. Reata as relações de companheiros em discordância. Descerra passagens de luz aos espíritos que se demoram nas sombras. Permite abençoadas sementeiras de alegria. Reveste-se de mil oportunidades de paz com todos. Indica vasta rede de trilhos para o trabalho salutar. Revela mil modos de enriquecer a vida que vivemos. Facilita o acesso da alma ao pensamento dos grandes mestres. Dá comunicações com os mananciais celestes da intuição.

- Que mais? – disse o Senhor, imprimindo ênfase à pergunta.

E após sorrir, complacente, continuou:

- Sem esse divino talismã, é impossível começar qualquer obra de luz e paz na Terra.

Os olhos dos ouvintes permutavam expressões de assombro, quando a esposa de Zebedeu inquiriu, espantada:

- Mestre, onde poderemos adquirir semelhante bênção? Diz-nos. Precisamos desse acumulador de felicidade.

O Cristo, então, acrescentou, bem humorado:

- Esse bendito talismã, Isabel, é propriedade comum a todos. Cada minuto de nossa alma permanece revestido de prodigioso poder oculto, quando sabemos usá-lo no Infinito Bem, porque toda grandeza e toda decadência, toda vitória e toda ruína são iniciadas com a colaboração do dia.

E diante da perplexidade de todos, rematou:

- O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar.



Fonte: extraído do livro “Jesus no Lar”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Neio Lúcio.





O tempo certo de cada um



Amadurecimento, Reforma Íntima


Na vida, não existe antecipação nem adiantamento, somente o tempo propício de cada um.

A Humanidade, em geral, recebe as sementes do crescimento espiritual a todo o instante. Constantemente, a “Organização Divina” emite idéias de progresso e desenvolvimento, devendo cada indivíduo absorver a sementeira de acordo com suas possibilidades e habilidades existenciais.

Cada ser tem seu próprio “marco individual” nas estradas da vida, e não nos é permitido violentar sua maneira de entender, comparando-o com outros, ou forçando-o com nossa impaciência para que “cresçam” e “evoluam”, como nós acharíamos que deveria ser.

Cada um de nós possui diferenças exteriores, tanto no aspecto físico como na forma de se vestir, de sorrir, de falar, de olhar ou de se expressar. Por que então haveríamos de florescer “a toque de caixa”?

Nossa ansiedade não faz com que as árvores dêem frutos instantâneos, nem faz com que as roseiras floresçam mais céleres. Respeitemos, pois, as possibilidades e as limitações de cada indivíduo.

Nossas bases psicológicas foram recolhidas nas experiências do ontem. São raízes do passado que nos dão manutenção no presente para ir adiante, nos processos de iluminação interior. Quando os “caules” não são suficientemente profundos e vetustos, há bloqueio tanto em nossa consciência intelectual como na emocional. Um mecanismo opera de forma a assimilar somente o que se pode digerir daquela informação ou ensinamento recebido.

Assim, a disponibilidade de perceber a realidade das coisas funciona nas bases do “potencial” e da “viabilidade evolutiva” e, portanto, impor às pessoas que “sejam sensíveis” ou que “progridam”, além desrespeito à individualidade, é fator perigoso e destrutivo para exterminar qualquer tipo de relacionamento.

A boa absorção ou abertura de consciência acontece somente no momento em que não nos prendemos na forma. Aprofundarmo-nos no conteúdo real quer dizer: “Quem não quebra a noz, só lhe vê a casca”. Mas para quebrar a noz é preciso senso e noção, base e atributos que requerem tempo para se desenvolverem convenientemente. A consciência da criatura, para que seja receptiva, precisa estar munida de “despertamento natural” e “amadurecimento psicológico”.

O Mestre aceitava plenamente a diversidade humana. Ele se opunha a todo e qualquer “nivelamento psicológico” e, portanto, lançou a Parábola do Semeador, a fim de que entendêssemos que o melhor apoio que prestaríamos a nossos companheiros de jornada seria simplesmente esperar em silêncio e com paciência.

Portanto, compreendamos que a nós, somente, compete “semear”; sem esquecer, porém, que o crescimento e a fartura na colheita dependem da “chuva da determinação humana” e do “solo generoso” da psique do ser, onde houve a semeadura.



Fonte: extraído do livro “Renovando Atitudes”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed. Editora Boa Nova.


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Amor a dois



Amor a dois
O amor é assunto sagrado para os homens, tanto quanto é o instinto de vida para os animais e a lei para as coisas que nos servem. Ninguém vive sem amar. As criaturas têm carência de afetividade, tanto ou muito mais que de alimento para o corpo físico, pois ele é alimento dos mais qualificados para a alma.
No entanto, as suas divisões são inúmeras, de acordo com as necessidades.
Aqui, tratamos mais acentuadamente do amor a dois. É justo que esse amor seja um pouco diferente do amor universalizado, do amor de pais com filhos e filhos com pais, do amor às plantas e do amor aos animais. E, assim, sucessivamente.


No amor a dois, tem que existir um pouco de egoísmo, mas aquele tão fraco que perde seu significado comum, porque cede um pouco para o dever.
Assemelha-se, nesse caso, à água para matar a sede: quente, é insuportável; solidificada, não serve; fria, é adequada. No amor a dois, tem de haver um pouco de ciúme, mas aquele que não escandaliza, que não se faz acompanhar pelo ódio e pela vingança, que não maltrata, que não perturba. Aquele em que a ponderação faz perder a ferocidade e alivia a tensão, sendo, apenas, vigilância. Ele é como todos os alimentos: com excesso, fazem-nos mal. Todos os venenos são medicamentos, muitas vezes indispensáveis, dependendo da dosagem que se toma.
Não pode existir amor no lar, quando os dois não querem amor e terminou o interesse de um pelo outro. O mais evoluído tem a grande saída da renúncia, desde que essa renúncia não esteja salpicada do insulto, das reclamações, das vibrações de rancor, alimentando a vingança enjaulada no coração, para que um dia solte a fera, a devorar a pequena paz que ainda reste.
Essa renúncia também passa a perder o seu nome sagrado e toma a forma de egoísmo prepotente.
É bom que nos certifiquemos de uma coisa: estamos, encarnados e desencarnados, viajando na Terra, fazendo um curso nela. E ainda não é tempo de gozarmos a felicidade que, por enquanto, não construímos.
Podereis encontrar em vossa esposa uma inimiga do passado, pessoa a quem deveis bastante, ou por quem tenhais sido prejudicado.
Reunidos como cônjuges em um lar, é a melhor oportunidade de saldardes as dívidas, tranquilizando as consciências.
O vosso dever é fazer a vossa parte. Sendo amado ou não, amai com sinceridade. Se o vosso amor está mal interpretado pela vossa companheira, modificai-o de modo a agradá-la. Ele é qual o líquido que toma a forma da vasilha. E, se as bênçãos de Deus vos deu uma esposa, ou um esposo, coerente em tudo que se refere à vida a dois, aperfeiçoai esse amor, purificai-o, fazendo dos corações reatores divinos, para que possais, em outra dimensão, estendê-los aos filhos, parentes e companheiros, e por vezes à humanidade.
Ganhai tempo, pelo tempo que vos deram e enriqueçais no beneplácito do amor, compreendendo que somente ele libera as criaturas da prisão da ignorância.
Não exijais compreensão da pessoa que vive convosco. Emprestai a vossa. Em todos os lances da vida, o exemplo é nota harmoniosa em qualquer instrumento humano. Sede útil à pessoa que amais sem quererdes anunciar vossos feitos, procurando gratidão. Isso é troca que não condiz com a caridade. Não vos impacienteis de trabalhar em silêncio, em favor dos outros, principalmente de quem vos pertence pelo amor. Nada que se faz fica escondido. No entanto, se tilintar o gazofilácio da vaidade, podereis perder o vosso trabalho valioso, porque desfigurais a dignidade da beneficência.
Se ainda temeis fazer o bem, sem que os outros saibam, é porque não confiais nos preceitos do Mestre, nas leis de Deus. Tende fé, meu filho, alimentai a confiança, e nunca percais a alegria de ser útil, principalmente àqueles que vivem convosco. O amor a dois, quando correspondido e firmado pelo tempo, é a porta pela qual poderemos entrar para a verdadeira felicidade do futuro. É ele que carimba o nosso amor para a universalidade.

“Horizontes da Mente”, de João Nunes Maia, Miramez)

domingo, 18 de setembro de 2011

Enquanto




Enquanto há céu azul para teus olhos,
Deixa que a luz de Deus te ajude e guarde
E reflete-lhe as bênçãos para a vida,
Antes que seja tarde.

Enquanto o pensamento claro e belo
Em teu cérebro puro vibra e arde,
Cultiva a idéia nobre e redentora,
Antes que seja tarde.

Enquanto moves tuas mãos robustas,
Estende o bem, servindo sem alarde
E ampara a todos, generosamente,
Antes que seja tarde.

Enquanto a boca lúcida te exprime,
Foge à treva maligna e covarde
E esquece o verbo deturpado e louco,
Antes que seja tarde.

Embora a dor e o pranto, não permitas
Que a tua fé sublime se abastarde...
Abraça a luta e segue para a frente,
Antes que seja tarde.

Não olvides que o túmulo te espera
Sem que a pompa terrena te resguarde
E busca em Cristo a Vida Soberana,
Antes que seja tarde.


 Do livro: Poetas Redivivos, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

Onde Estão Os Anjos???????





Aquela era mais uma tarde de trabalho abençoado na escola de evangelização infantil de uma Casa Espírita.
Todas as semanas, um grupo de mães e seus filhos, de idades variadas, adentravam as portas da instituição de amor e caridade.

Naqueles encontros semanais, as famílias buscavam o alimento para a alma, que lhes era ofertado através dos ensinamentos cristãos e das palavras de conforto que partiam do coração de cada trabalhador devotado.

Também lhes era ofertado o alimento para o corpo pois, depois dos estudos e de outras atividades, as mães e seus filhos desfrutavam de um lanche, preparado com muito carinho e dedicação.

Uma vez por mês, em um desses encontros, lhes era oferecido um lanche especial.

As crianças esperavam ansiosamente por esse dia, pois sabiam que receberiam um agrado diferente. A maioria vivia em condições de muita dificuldade financeira, tendo na sua rotina apenas o alimento básico para o sustento.

Foi num desses lanches que aconteceu algo inesperado. As crianças receberam guloseimas. Logo as abriram e degustaram com rapidez.

Porém, uma das crianças, de apenas quatro anos, ao receber as balinhas que foram depositadas na sua pequenina mão, fixou demoradamente o olhar nelas e, em seguida, guardou-as em seu bolso.
A pessoa que as entregou, estranhando a atitude, resolveu perguntar por que ele não iria saborear as guloseimas naquele momento.

O menininho disse que gostava muito dos docinhos mas que iria guardá-los para o irmão que havia ficado em casa. A mãe não tinha como transportá-lo por não ter uma cadeira de rodas.

Esse ato de amor de um coração infantil nos traz uma grande lição.

Evidencia o desprendimento de uma criança que, com espontaneidade, abriu mão de algo que apreciava, para ofertar ao irmão que ali não podia estar.

Ao renunciar à própria vontade em nome de fazer o outro feliz, essa doce criança mostrou-nos possuir um nobre sentimento: a abnegação.

Na sua pequenez, mostrou que o amor está em nós, que não precisa ser ensinado, que basta algo ou alguém para despertá-lo.

Mesmo sem ter disso consciência, essa criança agiu como um anjo, zelando e cuidando de um ente querido e amado, seu próprio irmão.

Que possamos ter olhos sensíveis para ver o quanto podemos aprender com a simplicidade das atitudes infantis.
Que possamos estar atentos às palavras e ações vindas desses corações inocentes.
A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade..

 frase final do item 3, do cap. VIII de O Evangelho segundo o Espiritismo


 

Saudades


Sentimos saudade das muitas partes de nós mesmos que ficam pelo caminho.
Normalmente, nas mãos de quem amamos um dia.
Os pedaços dos outros ficam em nós mesmos e passam a fazer parte do que somos hoje.

Assim somos todos nós: fragmentos de saudades...
 

Amor


Quem ama realmente nada pede, nada reclama, nada exige e nada procura senão a alegria do objeto amado, para que o amor se estenda, a multiplicar-se, soberano e sem fim.

Chico Xavier - Emmanuel

Tempo

 
 
 
“Não é a idade que vai incomodando ao longo da existência, mas as oportunidades ...que perdemos por comodismo, o tempo é implacável aos olhos de quem é inerte na vida, porém bondoso aos corações que amam e felicitam cada amanhecer com a esperença de dias melhores, a vida não é curta, é você que está vivendo sem intensidade teus bons momentos, ao desfrutar das alegrias com gratidão o relógio de Deus pára e nos contempla as maravilhas de amar, a Alma só envelhece quando o Amor é ausente...” (Elvis Kubo)
 

Deus



Quando a última coisa que você tiver for Deus,

você vai descobrir que Ele era a única coisa que você precisava ter
.

Cicatrizes





As marcas do teu passado servem para te mostrar o que te marcou e te mudou,

mas não tem a força de determinar o que você tem que fazer.

A decisão de mudar de vida é tua.


 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

No Trabalho Profilático



O trabalho do Espiritismo dirigido à humanidade deve atender aos esforços da cura da alma, mas não deverá perder o foco quanto às lidas preventivas em nossa seara.

Tem sido comum a chegada de grandes levas de necessitados às instituições espíritas, tangidas por dramas intensos e dores pungentes, aguardando socorro para toda gama de dificuldades que se abatem sobre as suas vidas.

Ergue-se, porém, a urgência de tratar desses magotes de padecentes aproveitando o ensejo para vacinar a todos com as medicações que o Espiritismo oferece, a fim de se evitar a reincidência dolorosa.

Como é importante no seio do nosso Movimento o atendimento aos sofredores e perturbados da erraticidade, para que sejam liberados de tormentos e conflitos!

Será indispensável, contudo, que haja empenho nosso para que as populações sejam instruídas, orientadas para o bem, a tal ponto que não haja, no futuro, necessidade de novos enfermos desencarnados, tendo em vista que o Espiritismo pode prevenir, no íntimo dos seres, a eclosão das infelicidades que os conduzem às reuniões em que os padecentes são atendidos.

Como é indispensável o labor da evangelização da criança quanto do jovem, de modo a termos no porvir do mundo as almas devidamente preparadas, para os embates a serem superados, desde as fases iniciais da reencarnação, o que diminuirá as dores físicas e morais do Planeta!

Com esse mister evangelizador, a criança e o moço de agora lograrão a referida vacinação, considerando-se a condição de carência espiritual em que renasce na Terra a grande massa dos Espíritos.

A profilaxia é importantíssima para que, aos poucos, eliminemos os quadros de dores e de lágrimas de sofrimentos na Terra.

O trabalho da orientação dos mais jovens, desde a atualidade, diminuirá a quantidade de pobres materiais e de desditosos morais, uma vez que, embora o Espiritismo nos inspire o atendimento e o socorro a quem precisa, esclarece-nos, ao mesmo tempo, quanto às razões de haverem chegado à reencarnação com essas carências.

Somente o ensinamento do bem, iniciado no âmago dos lares e fortificado e emoldurado pelo trabalho de verdadeiros bandeirantes do amor fraterno, os evangelizadores, será capaz de dinamizar os planos do Criador para as Suas criaturas terrenas, e será desse modo que o glorioso Espiritismo atenderá, por nosso intermédio, à sua missão de consolador, sem qualquer dúvida, mas, fundamentalmente, expressará a sua marca de Verdade, que deverá acompanhar-nos até os tempos vindouros do Planeta, quando seremos, então, um único rebanho conduzido por um só Pastor, que é o nosso amado Jesus.

Trabalhar, sim, para resolver os enigmáticos dramas do mundo mas prevenir, também e principalmente, pois que há problemas no orbe que já não precisariam mais ocorrer nesses dias venturosos do Espiritismo implantado entre nós.


Controle Sexual



"Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem, passo a passo, à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer: Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição."
Do item 4, do Cap. V, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".



Existe o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis, e existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento das obrigações próprias, à frente da vida; o primeiro se constitui de homens e mulheres psiquicamente não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos, enquanto que o segundo é integrado pelas consciências que a verdade já iluminou, estudantes das leis do destino à luz da imortalidade.

O primeiro grupo se mantém fixado à poligamia, às vezes desenfreada, e só, muito pouco a pouco, despertará para as noções da responsabilidade no plano do sexo, através de experiências múltiplas na fieira das reencarnações.

O segundo já se levantou para a visão panorâmica dos deveres que nos competem, diante de nós mesmos, e procura elevar os próprios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção.

Falar de governo e administração, no campo sexual, aos que ainda se desvairam em manifestações poligâmicas, seria exigir do silvícola encargos tão-somente atribuíveis ao professor universitário, razão por que será justo deter-se alguém nesse ou naquele estudo alusivo à educação sexual apenas com aqueles que se mostrem suscetíveis de entender as reflexões exatas, nesse particular.

Estabelecida a ressalva, perguntemos a nós mesmos se nos seria lícito abandonar, no mundo, os compromissos de natureza afetiva, assumidos diante uns dos outros.

Assim nos externamos para considerar que a ligação sexual entre dois seres na Terra envolve a obrigação de proteger a tranqüilidade e o equilíbrio de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira da experiência "a dois", e, muito comumente, os "dois" se transfiguram em outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes.

Urge, desse modo, evitar arrastamentos no terreno da aventura, em matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos ou aceitos não venha a romper a segurança daquele ou daquela que tomamos sob nossa assistência e cuidado, com reflexos destrutivos sobre todo o grupo, em que nos arraigamos através da afinidade.

Não se trata, em nossas definições, do chamado "vínculo indissolvível" criado por leis humanas, de vez que, em toda parte, encontramos companheiros e companheiras lesados pelo comportamento de parceiros escolhidos para a vivência sexual e que, por isso mesmo, adquirem, depois de prejudicados, o direito natural de se vincularem à outra ligação ou a outras ligações subseqüentes, procurando companhia ao nível de sua confiança e respeitabilidade; reportamo-nos ao impositivo da lealdade que deve ser respondida com lealdade, seja qual for o tipo de união em que os parceiros se comuniquem sexualmente um com o outro, sustentando o equilíbrio recíproco.

Considerado o exposto, os participantes da comunhão afetiva, conscientes dos deveres que assumem, precisam examinar até que ponto terão gerado as causas da indisciplina ou deserção naquele ou naquela que desistiu da própria segurança íntima para se atirar à leviandade.

Justo ponderar quanto a isso, porquanto, em muitas ocorréncias dessa espécie, não é somente aquele ou aquela que se revelam desleais, aos próprios compromissos, o culpado pela ruptura na ligação afetiva, mas igualmente o companheiro ou a companheira que, por desídia ou frieza, mesquinhez ou irreflexão nos votos abraçados, induz a parceira ou o parceiro a resvalarem para a insegurança, no campo do afeto, atraindo perturbações de feição e tamanho imprevisíveis.
 Emmanuel - Do livro: Vida e Sexo, Médium:Francisco Cândido Xavier.


 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Amealhando tesouros




Não são poucos aqueles que gastam boa parte de sua energia e de seu tempo a buscar tesouros, acumular riquezas.
Está no sonho de muitos ter uma vida abastada, uma condição financeira vantajosa, um estilo de vida cercado de conforto e, não raro, de luxo.
Para tanto, investe-se o tempo, os recursos, a energia, tudo o que for necessário, em nome da carreira, do sucesso, do retorno financeiro.
Planos detalhadamente são elaborados, metas são traçadas e parte-se para a busca e a conquista do mundo.
E, tão envolvidos nos achamos nessa conquista, que nos esquecemos de que, a qualquer momento, podemos ser chamados de retorno ao lar, à nossa verdadeira pátria, ao mundo espiritual.
Nada há de errado em ter como meta o sucesso profissional, em desejar uma posição social confortável, em buscar ganhos financeiros de grande monta.
O fruto do trabalho honesto e bem conduzido é digno do trabalhador, que a ele faz jus.
O que ocorre é que, muitas vezes, ao encetar tal viagem na conquista do mundo externo, esquecemos o quão passageiro e efêmero ele é, o quanto ele efetivamente representa para nossa vida.
Ora deixa-se a convivência familiar em busca de experiências profissionais melhor remuneradas. De outra feita, as reuniões fraternas não contam com nossa presença, posto que nossas ocupações não nos permitem.
Não raro, o brincar com o filho, ou o nosso passatempo predileto, ou ainda a diversão descompromissada, tudo perde espaço para novas responsabilidades assumidas.
Caminhamos como se tivéssemos que conquistar o mundo e nos esquecemos de que não há desafio maior do que o de se autoconquistar.
Preocupamo-nos em demasia com aquilo que nos rodeia e nos esquecemos da nossa intimidade.
Assim, faz-se necessário pararmos vez ou outra a fim de nos perguntarmos quais são os tesouros que estamos amealhando nesta vida.
Se nossa vida física se concluísse hoje, o que levaríamos conosco?
De tudo que conseguimos nesta vida, de todos os tesouros, quais ficariam nos cofres do mundo e quais conseguiríamos levar conosco, no cofre do coração?
Jesus nos alertou sobre os tesouros que deveríamos efetivamente buscar, ensinando-nos sobre a condição passageira da vida física e da grandiosidade da vida espiritual.

Verifiquemos quais os valores e quais caminhos vêm percorrendo nossos passos, nesta viagem chamada vida.
Se nos conscientizarmos de que somos uma alma sob experiências na vida física, e não um corpo no qual habita uma alma, necessário que nossos valores e nossas opções sejam coerentes com quem efetivamente somos.
Viver no mundo, buscar suas alegrias e prazeres saudáveis, seus desafios e conquistas, é lícito e salutar.
O que não vale a pena, efetivamente, é perdermo-nos nas coisas do mundo, iludindo-nos exclusivamente com pertences e valores materiais.


A luz em nossas vidas



Foi um sonho, há muito tempo acalentado, esse de o homem poder viver num ambiente iluminado.
Em 1828, Thomas Alva Edison conseguiu, pela primeira vez, a lâmpada elétrica de filamento.
A partir desse momento, tudo se modificou na sociedade. Cinquenta anos depois, Joseph Swan patenteou a lâmpada incandescente, que passou a ser industrializada.
É inconcebível hoje, para nossa mentalidade, um mundo sem luz elétrica. Ficamos a pensar no que seria uma casa iluminada por tochas, por candelabros, por velas.
Pode ser muito romântico um jantar à luz de velas. Contudo, viver uma vida inteira tendo que ler, fazer os serviços domésticos, tratar de doentes, costurar utilizando-se de velas, de tochas, de lampiões, de lamparinas... Inconcebível!
A própria natureza nos fala da importância da luz porque nos dá, ao longo do dia, o brilho solar. Quando estamos vivendo sob o brilho do sol, complicado pensar na noite escura.
Quando estamos refletindo sobre a noite escura, temos a oportunidade de pensar no brilho do luar e nos beijos cintilantes das estrelas.
A luz é, em verdade, a grande mensagem do Criador diante das trevas que ainda empanam a vida humana.
Diz o Velho Testamento, no livro do Gênesis: E o Senhor fez a luz. Faça-se a luz. Fiat lux. E a luz se fez.
E Jesus de Nazaré afirmou sem rebuços: Eu sou a luz do mundo. Aquele que andar em mim, jamais conhecerá as trevas.
Naturalmente que a luz de que falava Jesus Cristo não era uma luz física. Ele falava de uma luz mental, de uma claridade espiritual, de algo que Ele viera trazer ao mundo para nos retirar das nossas sombras.
Sombras de ignorância, noites de maldade, escuridão dos tormentos. Então, Ele veio como um astro do dia, uma estrela de primeira magnitude, com essa coragem de dizer, em pleno período das sombras: Eu sou a luz do mundo.
Mas o Homem de Nazaré ainda propôs que nós também trabalhássemos por desenvolver a nossa própria claridade: Brilhe a vossa luz.
Jesus propõe que façamos brilhar a nossa própria luz, porque somos lucigênitos. Fomos criados, gerados pela luz de Deus.
Esse é um convite para que trabalhemos o quanto nos seja possível para sairmos das trevas do não saber, do não sentir, do não amar, do não viver.
Em outro momento, asseverou o Celeste Amigo: Quando os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.
Os nossos olhos bons não são os olhos da face. É a nossa maneira de ver as coisas, nossa visão de mundo, nosso olhar sobre as pessoas.
Na medida em que formos misericordiosos, atenciosos, fraternos para com os outros e seus problemas, é natural que estaremos evoluindo, crescendo na direção do Altíssimo.
Todo o nosso ser espiritual, o nosso corpo espiritual, nosso corpo astral brilhará: Todo o teu corpo terá luz.
Todos os grandes gênios espirituais do mundo valorizaram a luz. Não é à toa que Siddhartha Gautama, o grande Buda, é chamado a luz da Ásia.
Por isto, quando Jesus afirma ser a Luz do mundo, Ele ultrapassa as dimensões de todas as terras, de todos os seres e Se mostra de fato como a Luz, Modelo e Guia para todos nós.


Vontade de Deus


Vontade de Deus

Em nossa caminhada na Terra, nos deparamos com dificuldades de diversas ordens. São as doenças que nos chegam inesperadamente, os reveses financeiros, os desentendimentos pessoais, perdas de parentes e amigos.
Nesses momentos nossa fé é colocada à prova, pois muito do que nos acontece nos escapa à compreensão. Através de questionamentos íntimos, buscamos incessantemente a causa do que nos aflige e, por vezes, não a encontramos.
Perguntamo-nos qual a melhor conduta a adotar nessas situações. É certo que devemos buscar as providências práticas necessárias para tentar superar, na medida do possível, essas dificuldades.
Mas, quando carregamos em nosso íntimo a fé verdadeira, qualquer que seja o caminho escolhido para ser percorrido na busca das soluções, com certeza, se tornará menos árduo.
A fé nos ensina que Deus é Pai bondoso e misericordioso e que só deseja o nosso bem. Melhor do que nós, sabe o que nos convém.
Quando, na oração dominical, rogamos ao Pai que seja feita a vontade Dele, estamos nos submetendo aos Seus decretos.
Mas, somente nos submeteremos à vontade de Deus sem queixas e sem revoltas, quando compreendermos que Deus é fonte de toda sabedoria e que tudo que nos acontece tem um propósito.
A vontade Divina se manifesta em nosso favor, desde as pequenas contrariedades do dia-a-dia, até nos grandes problemas que, por vezes, julgamos sem solução.
A luta é necessária para nosso crescimento e a superação das dificuldades nos deixa mais fortalecidos.
Para transformar o barro em um perfeito vaso, o oleiro necessita do calor do fogo, usando a sua chama com todo cuidado e carinho.
O sofrimento e a luta são as chamas invisíveis que o nosso Pai Celestial criou para o embelezamento das nossas almas que, um dia, serão vasos sublimes e perfeitos para o serviço do céu.
Podemos discernir a vontade de Deus, em todas as situações:
No sofrimento, é a paciência.
Na perturbação, é a serenidade.
Diante da maldade, é o bem que auxilia sempre.
Perante as sombras, é a luz.
No trabalho, é o devotamento do dever.
Na amargura, é a esperança.
No erro, é a corrigenda.
Na queda, é o reerguimento.
Na luta, é o valor moral.
Na tentação, é a resistência.
Junto à discórdia, é a harmonia.
À frente do ódio, é o amor.
No ruído da maledicência, é o silêncio.
Na ofensa, é o perdão completo.
Na vida comum, é a bondade em favor de todos.

O objetivo da prece consiste em elevar a nossa alma a Deus. O importante é que ela seja sempre dita de coração e não somente dos lábios.
Quando utilizarmos a oração dominical, o Pai Nosso, que nos foi ensinada por Jesus, o façamos de todo o nosso coração. Que o sentido de cada palavra toque verdadeiramente a nossa alma.

frases
da pt. 4, do livro Pai nosso, pelo Espírito Meimei,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb

Grandeza



Quanto mais avança o Tempo nas trilhas da História, apartando-se-lhe da figura sublime, mais amplo esplendor lhe assinala a presença.


Ele não era legislador e a sua palavra colocou os princípios da Misericórdia nos braços da Justiça.


Não era administrador e instituiu na Caridade o campo da assistência fraternal em que os mais favorecidos podem amparar os irmãos em penúria.


Não era escritor e inspirou e ainda inspira as mais belas páginas da Humanidade.


Não era advogado e ainda hoje, é o defensor de todos os infelizes.


Não era engenheiro e continua edificando as mais sólidas pontes, destinadas à aproximação e ao relacionamento entre as criaturas.


Não era médico e prossegue sanando os males do espírito, além de suscitar o levantamento constante de mais hospitais e mais extensas obras de benemerência, capazes de estender alívio e socorro aos doentes.


Ensinou a prática do amor, renunciando à felicidade de ser amado.


Pregou a extinção do ódio, desculpando sem condições a todos aqueles que lhe ultrajaram a existência.


Não dispunha dessa ou daquela posse, na ordem material dos homens, e enriqueceu a Terra de esperança e de alegria.


Não viajou pelos continentes do Planeta, mas conversando com alguns necessitados e desvalidos, na limitada região em que morava, elevando constantemente os destinos da vida comunitária.


Embora crucificado e tido por malfeitor, há quase vinte séculos, quando os povos tentam apagar-lhe os ensinamentos, a Civilização treme nas bases.


Esse homem que conservava consigo a sabedoria e a beleza dos anjos, tem o nome de Jesus Cristo.


O seu imenso amor é a presença de Deus na Terra e a sua vida é e será sempre a luz das nações.


Vizinhos




Ampare os vizinhos sem ser indiscreto.


 Discrição é caridade.

Cultue a gentileza na vizinhança. Ajude a todos aqueles que lhe partilham a estrada, para que alguém ajude você nas horas difíceis.

Respeite as ocorrências alegres ou infelizes que afetem os lares próximos. Incêndio na casa alheia é ameaça de fogo na nossa própria casa.

Desfaça qualquer incompreensão entre você e os irmãos do ambiente em que vive. Todo vizinho pode ser bom, se você cultivar a bondade para com ele.

Compreenda os problemas e as dificuldades de quantos caminham ao seu lado. Os familiares são parentes do sangue, mas os vizinhos são parentes do coração.



André Luiz - Do livro: Estude e Viva, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira