O Mundo Chora
© Letícia Thompson
Certas pessoas brincam de viver. E se a vida a princípio era um grande jardim onde Deus podia em pessoa passear, os anos que se passaram colocaram uma enorme barreira entre o princípio e os dias atuais.
Progredimos, evoluímos, crescemos mais na nossa própria direção e nos distanciamos da Mão que plantou a primeira flor.
Tudo o que tem acontecido no mundo nos assusta, as catástrofes abalam tanto nossos corações quanto as cidades e civilizações. Mas me pergunto se aprendemos com isso.
Me pergunto se aprendemos que a vida não é um enorme brinquedo e que nem sempre estamos preparados para as conseqûências dos nossos próprios atos. Me pergunto ainda se depois teremos uma idéia diferente de como gerenciar a vida, cuidar do que temos e respeitar a natureza e nossos irmãos.
O mundo chora atualmente e os céus choram também. E não somente porque a terra se abala e treme, mas porque nossas casas têm grades, porque somos presidiários em uma sociedade que se diz livre e democrática. Não vamos onde queremos, mas onde nossa ousadia permite.
Saímos de casa e não sabemos se vamos voltar. Dormimos, nem sabemos se vamos acordar. Temos domínio sobre muitas coisas, mas não dominamos o universo. E isso aprendemos com muita dor.
Nos ensinam que somos fortes e podererosos, mas nem sempre se lembram de dizer que existe um Deus superior e maior que todas as nossas forças reunidas, maior que todas as nossas invenções, criações e manipulações.
Tudo o que acontece, porém, não deve nos deixar desanimados. Tudo isso deve, ao contrário, nos acordar, reforçar uma fé por vezes pequena demais. Não estava escrito? Não estava previsto? Apenas vemos e vivemos o que já sabíamos.
Deus não é culpado. Deus permite, o homem faz, a natureza se rebela e todo mundo chora. Ainda assim há uma Mão estendida, uma paz prometida e um futuro glorioso para os que acreditam e vivem hoje como se fosse o último caminho a ser percorrido.
Eliecy Costa
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